Além Dessa Vida: Capítulo 9

O capítulo de hoje é dedicado a Dudah‏-@UmaLuaneteLRDS que é "novata" por aqui, me procura as vezes no twitter, mas tenho certeza que vai aparecer muito a partir de agora! Espero que goste anjinho, beijãão ;)

[...]

Quando a noite caiu, meu chefe me mandou fazer uma reportagem num bairro perto da minha casa, onde a polícia tinha prendido dois assaltantes em uma loja, depois disso eu estaria livre pra ir pra casa e assim fiz. Enquanto isso, em seu escritório, Luan tinha acabado de resolver algumas coisas e conversava com o pessoal que trabalhava lá quando algo lhe chamou atenção na pequena TV que estava ligada no canal local:

"-Os dois bandidos, ambos maiores de idade já tinham cometido outros tipos de furto aqui nas proximidades, mas deram o azar de tentar assaltar essa loja no momento exato em que a viatura da polícia passava e percebeu o movimento suspeito, os prendendo assim em flagrante." - Era eu quem ele via na TV, fazendo a reportagem.

-É a Nicolle! - Ele exclamou como se não acreditasse.

-É, Nicolle Andrade o nome dela, na minha opinião é a melhor repórter desse jornal ai.

-É a mesma Nicolle? - Rober se aproximou da conversa, perguntando a Luan que não tirava os olhos da TV.

-É sim cara... - Luan sorria - Vem Robe, vem comigo! - Luan levantou.

-Pra onde?

-Na casa dela cara! Perdi o telefone mas ainda sei onde ela mora, tenho que falar com ela. - Luan puxava o amigo.

-Isso é loucura cara, num vale a pena não. - Rober protestava.

-Vale sim, vale muito a pena! Bora cara, eu preciso falar com ela.

E assim Luan saiu rápido arrastando Rober e nem percebeu que eu estava ao vivo na TV, consequentemente, não estaria em casa.

Foram o caminho todo com Rober dizendo que Luan estava completamente louco e que aquilo tudo não ia dar certo, ele por sua vez nem dava ouvidos, só queria chegar logo. Enquanto isso, eu terminava tudo pra poder finalmente voltar pra casa.

Luan chegou a frente do meu prédio, tudo estava calmo, e ele foi direto falar com o porteiro Alvaro que nem olhou em sua cara, ocupado com outras coisas:

-Quero falar com a Nicolle! - Luan esfregava as mãos ansioso.

-Bloco e numero do apartamento? - Alvaro perguntou ainda sem olhá-lo.

-Eu não sei... - Luan entristeceu.

Finalmente o porteiro olhou pra cara de Luan e teve um pequeno susto ao vê-lo ali, mas não falou nada:

-Você fala de uma moça branquinha, de longos cabelos pretos, trabalha como jornalista? - Ele perguntava , mesmo sabendo que eu era a única Nicolle naquele prédio.

-Essa mesma.

-Vou interfonar pra ela, mas se eu não em engano, ela saiu cedo e ainda não voltou. - Alvaro interfonava e como disse, nada. - Ela não está lá.

A decepção invadiu o peito de Luan naquele momento e ele falou:
-Obrigada mesmo assim. - E virou-se pra ir embora.
-Espera, quer deixar algum recado? Quer que eu avise que esteve aqui? - Alvaro perguntou.
-Não, acho que.. o universo não quer que a gente se fale. - Luan sorriu de canto e virou-se pra ir embora.
-Só mais uma coisa, - Alvaro chamou sem graça - Pode autografar aqui pra minha sobrinha? Ela é sua fã.
-Claro, como é o nome dela? - Luan pegou o papel e a caneta que Alvaro o entregou e começou a deixar sua assinatura ali - Prontinho.
-Ah, muito obrigada. - O porteiro sorria contemplando sua conquista.
-Espera! - Luan fez ele parar onde estava - Me empresta aqui de novo.
E assim, pegou o papel e a caneta e rabiscou rapidamente algumas palavras, depois dobrou e entregou a Alvaro:
-Pode entregar isso a Nicolle quando ela chegar?
-Claro. Posso ajudar em mais alguma coisa? - O porteiro pegou o papel e guardou.
-Não, só isso, brigada viu!

Depois disso acenou e voltou para o carro:
-Ela não tá ai? - Rober perguntou.
-Não. - Luan respondeu apenas isso.
-Eu falei que isso não ia dar certo. - Ele deu partida no carro - E se esse cara contar pra alguém que você estava procurando essa moça? Já pensou?
-Ele não vai fazer isso.
-Como pode ter certeza?
-Ah, você se preocupa demais, vamo logo embora!

E assim os dois partiram de volta. Exatamente 5 minutos depois, eu cheguei no prédio e parei na guarita pra falar com Alvaro que me chamava com a mão:
-Se tivesse chegado 5 minutos antes, tinha encontrado alguém que veio aqui atrás de você.
-Foi o Diogo? Se foi eu nem quero saber! - Falei d ecara.
-Não, não foi o Diogo. - Alvaro sorria.
-Não? - Estranhei - Quem então?
-Outro rapaz e deixou isto! - Ele entregou o pequenino papel dobrado - Você está bem em?
Não entendi o comentário nem o sorrisinho do porteiro, mas estava tão cansada que dei boa noite, estacionei e subi para o meu apartamento com o bilhete ainda fechado. Só quando cheguei dentro de casa foi que tirei os sapatos e enquanto esticava os dedinhos dos pés, comecei a ler:

"Nicolle,

Vim aqui te procurar mais você não estava, por tanto, resolvi deixar esse recado. Sei que deve estar estranhando eu não ter ligado ou mandado uma mensagem, mas é que perdi meu celular com seu número junto. Mas queria muito te ver de novo, me liga assim que ler isto? Esse é meu novo número (*******).

Um beijo, Luan S. "

Fiquei sem ação ao ler aquilo, então Luan tinha me procurado? E só não me ligou antes porque perdeu o celular. Então disquei seu número rapidamente e depois de chamar duas vezes ele atendeu:
-"Para o carro!" - Falou antes de se dirigir a mim - Alô...
-Oi... Luan? - Perguntei meio sem jeito.
-Nicolle! - Por um momento ele pareceu suspirar aliviado.
-Acabei de chegar e vi seu bilhete, esteve aqui não foi? - Tentei iniciar o assunto.
-É, mas você não estava então resolvi deixar o recado, desculpe por não ter ligado antes, é que perdi meu celular com seu número.
-Entendo, mas queria falar comigo?
-Na verdade eu... queria te ver. - Ouvi alguém murmurar alguma coisa do outro lado mas não consegui decifrar o que era, enquanto isso meu estômago começava a revirar com a ideia de ver Luan de novo.
-Bom, você pode voltar aqui se quiser... - falei baixo.
-Por sorte ainda estou no meio do caminho, chego ai rapidinho. - Pude sentir o sorriso dele.
-Tudo bem, te espero então.
E assim desligamos, enquanto isso minha ficha caia aos pouquinhos de que Luan estava vindo me ver e tudo aquilo parecia tão surreal pra mim. Mas nesse momento, percebi que estava completamente desarrumada, pois tinha trabalhado o dia todo. Então imediatamente comecei a me despir para entrar num banho á jato antes que ele chegasse. Enquanto fazia isso ligue pro porteiro e liberei a entrada dele direto, depois corri pro chuveiro acreditando que daria tempo.

Enquanto isso, Luan mandava Rober dar meia volta em direção ao meu prédio:
-Essa Nicolle deve ser demais porque pra valer todo esse sacrifício... - Rober brincava.
-Você nem imagina. - Luan encarava a estrada - Vai cara, mais rápido!
-Calma!

Tomei o banho mais rápido da minha vida e quando saí do banheiro, com um coque desarrumado e o corpo envolto em uma toalha rosa que ganhei de presente da minha mãe, ouço meu celular tocando na sala, corri pra atender mas quando cheguei na sala era apenas uma ligação sobre a fatura do meu cartão de crédito, nesse momento, senti a porta se abrir atrás de mim e uma voz suave me chamando:
-Nicolle...
Virei-me imediatamente e pude ver Luan ali em pé, meio sem jeito e por um momento esqueci completamente do "estado" em que eu me encontrava:
-Oi, entra. - Larguei o celular em cima do sofá.
-Desculpa ir entrando assim, é que a porta estava aberta e...
-Não tem problema. - Sorri d ecanto - Vi o bilhete e liguei na mesma hora. Deve ter algo importante pra me falar, sendo que veio até aqui. - Estalei os dedos em sinal de nervosismo.
-Bom, é que... - Ele parou e me analisou por completo, só ai, minha ficha caiu de que eu estava ainda de toalha.
-Ah Meu Deus, desculpa. Espera eu me trocar rapidinho? - Comecei a caminhar em direção ao quarto mais ele me segurou, chegando perto e me queimando com seu olhar.
-Acho que não vai precisar se trocar... - Ele disse com a voz mais sedutora do mundo e depois, simplesmente me beijou, como se soubesse que eu não recusaria seu beijo.

[Continua]