quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Capítulo 84

[...]

Sentada na poltrona, de pernas cruzadas e mãos entrelaçadas, eu sorria para Erica que mal podia respirar por conta do tamanho susto que levou:
-Olá Erica? Tá surpresa? - Perguntei sem me mover de onde estava.
-Como...? Você... V-você... - Ela nem conseguia falar.
-Como entrei aqui? Cê sabe né? Atravessar paredes, essas coisas que os mortos fazem. - Dei de ombros. 

Não comentei que tinha passado bastante maquiagem para parecer mais pálida, sem falar nas roupas completamente pretas que eu vestia. Tudo fazia parte da "brincadeirinha" para assustar Erica:
-Mas, é claro que eu não podia deixar de acertar as contas com você né? Afinal, me atirou na piscina sabendo que eu não sabia nadar, que eu não conseguiria me salvar. Ah Erica, que menina má que você é. - Continuei.

Erica quem estava pálida agora, todo o sangue tinha sumido de seu rosto, quando ela finalmente conseguiu falar alguma coisa:
-Foi você! Você escreveu aquilo no espelho. - Ela grunhiu baixinho com a respiração entrecortada.
-Gostou da minha arte? Porque limpou tudo? Afinal, você é uma assassina não é? - Finalmente levantei-me, nesse instante ela deu um passo para trás - Sabe Erica, quando eu estava viva, não tava nem ai pra você. Só queria viver minha vidinha, com o Luan, em total paz. Mas você me infernizou, me azucrinou, quase me fez perder Luan, perder meu emprego, queria fazer coisas ruins com a minha vó e por ultimo, para selar o grande final, conseguiu tirar a minha vida. - Bati palas, podia ouvir os ossos dela baterem de tanto tremer - Sabia que meu corpo ainda está lá, na piscina? Ninguém descobriu o que você fez, AINDA. Mas já parou para pensar quando descobrirem? O Dono daquele lugar provavelmente vai chamar a policia e provavelmente vai contar que a chácara foi cedida a você. vão fazer o corpo de delito, vão ver que eu morri por afogamento no sábado porque aquele pessoal é bem eficiente, você sabe. E aí, vão chegar até você! 

-Ninguém pode provar nada! - Ela falou em alto e bom som, como se tivesse reunido todas as suas forças restantes. 
-Será mesmo? - Sorri, tentando parecer natural - Tudo bem, digamos que você se livre dessa. Acha mesmo que vai se livrar de mim? Só o que me resta agora é vagar por ai, então, vou ocupar meu tempo, atazanando a sua vida. - Me aproximei um pouco mais e ela se viu encurralada na parede.
-Vá embora! 
-Ah porque? Nem começamos a brincar ainda? - Dei mais um passo - Você está com medo de mim? - Mais um passo - Logo eu que você sempre julgou tão boba, ingênua, inofensiva... 

Dei mais dois passos e consegui ficar cara a cara com Erica que me olhava de olhos arregalados, e por fim, fiz um ultimo som:
-BÚÚH! 
Depois disso, não me segurei e caí na gargalhada vendo ela se arrepiar até o ultimo fio de cabelo. Cheguei a me curvar de tanto rir, sim, aquilo tinha sido muito engraçado. Também agradeci a minha mãe mentalmente por ter me colocado nas aulas de teatro quando era pequena, em fim elas me serviram para alguma coisa. 

Assim que consegui me recuperar, notei que ela me olhava com dúvida, então resolvi que era hora de acabar com tudo aquilo:
-Você acredita mesmo em "fantasmas"? - Perguntei ainda rindo E ela não respondeu - Deixa de ser idiota garota, tô viva e muito viva. 
-V-viva? - Ela sussurrou em dúvida.
-É, me toca. - Estendi a mão para ela que não quis tocar - Tudo bem , melhor assim. 

Me afastei novamente, enquanto Erica esfregou o rosto como alguém que quer recobrar os sentidos. Depois me olhou por longos instantes e finalmente disse:
-Mas pera ai, você tá viva? - Ela perguntou, ainda incrédula.
-Não, eu realmente não creio que você acredita em espíritos Erica, pelo amor de Deus! - Ri da cara dela.
-Ah, graças a Deus! - Ela suspirou e procurou um lugar para se sentar enquanto eu não entendia mais nada.
-Que? 
-Isso mesmo, graças a Deus que você esta viva. Ontem, quando vi aquelas coisas que você escreveu no meu espelho, caí em mim do que estava fazendo. Eu não queria, nem podia matar uma pessoa. Mas na hora da raiva... - Ela falou, agora mais calma.

Fiquei boquiaberta e ela continuou falando:
-Eu odeio você, isso é um fato que não muda. Mas não podia te matar e só me dei conta disso depois que já estava feito. Só te empurrei naquela piscina porque você me disse todas aquelas coisas horríveis, ai fiquei louca de raiva, mas quando fui embora, imaginei que mesmo tendo medo de água, você fosse se salvar. - Ele teve a coragem de me olhar nos olhos  dizer tudo isso. 
-Eu não sei nadar! - Quase gritei.
-Pois é, mas não foi isso que Diogo me disse, ele disse que você tinha pavor de piscinas, rios, mares... 
-Dá na mesma. Se eu tenho pavor, provavelmente nunca entrei na água para aprender a nadar! 
-Não pensei nisso, esse tipo de fobia a gente tem depois de um trauma, imaginei que você tivesse se afogado alguma vez, mas que conseguiria se salvar naquele dia. Eu só queria te dar um susto, a intensão não era... matar.
-Mas quase conseguiu! - Fiquei nervosa - Você é uma doente, uma louca inconsequente.

Ficamos em silêncio alguns instantes enquanto eu pensava se ela estaria mentindo ou falando a verdade, até que:
-Como conseguiu se salvar? - Ela perguntou baixinho.
-Diogo me tirou de lá. - Falei sem pensar e depois em arrependi de ter contado.
-Ah, eu imaginava. - Ela sorriu de canto - Por isso ele terminou comigo. Diogo não é má pessoa, é um frouxo eu diria. 
-Ele caiu em si e descobriu que estava sendo usado por você. 
-E foi ele que te ajudou a entrar aqui? - Não respondi, mas ela deduziu que sim - Ta vendo, todos os meus homens me abandonam e correm pra você. - Ela sorriu, estava achando graça da situação? 
-Corrigindo, ele foi meu antes de ser seu. - Alfinetei - Mas foi você quem o afastou. 
-Eu sei, agora eu sei. Mas quer saber, cansei! Cansei de você, de vocês todos, cansei dessa vida que estou levando. - Ela passou a mão pelos cabelos - Depois desse susto, eu aprendi a lição. 
-O que quer dizer com isso? - Perguntei com medo da resposta. 
-Que eu cansei de tentar estragar a sua vida e não conseguir nada, você é tão irritante que sempre acaba feliz. - Ela falou me encarando.
-E?
-Sei lá, chega disso, tô caindo fora. Viva sua vidinha com Luan e Diogo em paz. - Ela falava tão natural, como se nada entre nós tivesse acontecido. 
-É sério isso? - Eu estava atônita com as reações daquela mulher.
-Dá pra você ir embora da minha casa? Vou chamar a polícia! 
-Chama e eu te denuncio por tentativa de homicídio. - Enfrentei. 

Mas em vez de brigar, xingar ou qualquer coisa do tipo ela só riu de mim e disse:
-Você é boa demais para fazer isso. Ta vendo? Sua bondade até enjoa. Mas não pense Nicolle que me arrependi de tudo o que fiz contra você, porque não é isso. Só cansei de perder meu tempo. Sabe, ontem a noite, depois do susto ao ver aquelas coisas escritas no meu banheiro, pensei no porque de tudo isso. No começo era por causa de Luan, porque ele estava comigo antes de você aparecer, mas depois, virou uma coisa pessoal, com você, e você é tão medíocre que não vale a pena todo o meu esforço e estava me tornando tão medíocre quanto você. Só cansei, quero cair fora daqui, viajar, fazer outras coisas bem longe de você, dos seus dois homens e da sua vó bruxa. 
-Você é completamente maluca. Bipolar eu diria. - Falei ainda chocada com aquelas palavras. 
-Pense o que quiser. Agora fora, antes que eu me arrependa e te mate de verdade. - Ela abriu a porta e indicou.

Não questionei com medo de ela ser mesmo capaz de fazer algo contra mim naquele momento. Mas antes de sair, tentei falar uma ultima coisa:
-Desista dessa coisa de "ser má", você não é boa nisso. 

E depois saí, sem saber se podia realmente acreditar que Erica desistira e me deixaria em paz, mesmo depois de todas aquelas palavras. Eu imaginava um fim mais dramático para nossa história, imaginava que depois daquele pequeno susto que dei nela, ela me odiaria mais ainda, e que viveríamos muito tempo nessa "guerra", mas do nada ela me vem com aquelas palavras, que não foram uma redenção, mas disseram que estava desistindo de "acabar" comigo. 

O que eu não sabia, era que por trás de todas aquelas palavras maldosas que ela disse, o recado que Erica queria me passar era de que não tinha valido a pena tudo aquilo e que o fato de quase ter me matado, fez ela cair em si do que estava realmente fazendo, porém, ela é soberba demais para falar isso com essas palavras, então disse tudo do jeito dela, mantendo sua pose de má. 

O fato é que existem vários tipos de maldade, e que nas histórias reais, nem sempre a pessoa se arrepende, tenta mudar e virar uma pessoa boa como nas novelas. Foi isso que aconteceu com Erica, em momento nenhum ela disse que se arrependeu, que viraria alguém melhor. Apenas tirou seu corpo fora, talvez para pegar no pé de outra pessoa mais tarde - ou talvez para recomeçar a vida. 

Mas só o que importava para mim naquele momento, era pensar na possibilidade de que ela não me perturbaria mais e de que eu consegui colocar um fim naquele inferno em que estava vivendo, ou pelo menos era isso que eu pensava. 


[Continua]




E ai meus amores, 
Gostaram da "brincadeirinha" que Nic fez com Erica? 
Mas parece que a moça desistiu de Nicolle depois de "quase" ter cometido um assassinato. 
Mas será que isso é verdade mesmo? 
Será que acabou?
Erica desistiu mesmo de destruir nossa Heroína? 
O que vocês acharam disso? 

Quem sabe mais tarde não apareço por aqui fazendo uma surpresinha de novo? 
Não tô prometendo nada,
mas vou tentar! 

Beijos
Mayara
@FCAsCOelinhasLS

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Capítulo 83

[...]

Depois de pensar um pouco mais, resolvi ligar para Diogo e resolver logo tudo aquilo. Se Luan descobrisse eu explicaria tudo e ficaríamos bem - ou não - em fim, era um risco que eu teria que correr, mas depois de Erica ter aprontado tanto comigo, eu não perderia a chance de dar-lhe uma rasteira ao menos uma vez. 

Combinei tudo com Diogo por telefone, ele tinha a chave do apartamento de Erica - assim como tinha do meu, mas fiz questão de pegar de volta - e isso seria perfeito para o que eu estava planejando. Então, para começar, fiz o feitiço virar contra o feiticeiro, mandando Diogo se informar com o porteiro do prédio de Erica se ela estaria em casa naquela noite. 

Por volta das 22:30 da noite Diogo me ligou avisando que o porteiro tinha ligado, dizendo que Erica acabara de sair, aquele seria o momento perfeito. Dentro de 20 minutos, Diogo estava a minha espera para seguirmos para lá:
-Nicolle Andrade também tem seu lado maligno! - Ele brincou assim que entrei no carro.
-Pra você ver que ficamos juntos tanto tempo e você não me conheceu. - Alfinetei enquanto pegávamos o caminho em direção ao prédio de Erica.
-Águas passadas não movem moinhos. Estou gostando do que estou conhecendo. - Ele sorria.
-Acelera, não temos a noite toda! - reclamei.
-Vamos ter que dar uma graninha pro porteiro pra ele deixar a gente subir. 
-"Vamos" é muita gente, você vai dar! - Falei quase dando uma ordem - Não falou pra ele o que combinamos? Que você é o namorado, que vamos fazer uma surpresa e que ele tem que ficar calado? 
-Falei, mesmo assim, não vai ser tão fácil. Estamos quebrando regras Nicolle. 
-Ta, você paga. 
-Você não era mandona assim antes! - Ele me olhou por um instante.
-As pessoas mudam meu caro. - Sorri e encerrei o assunto.

Logo chegamos ao prédio e Diogo teve que desembolsar um bom dinheiro para que o porteiro nos deixasse subir e também para participar da "Segunda Parte"  "que seria no dia seguinte. Só então subimos sorrateiramente até chegarmos ao "Covil" daquela mulher desprezível. 
-Sabe o que isso está me lembrando? Aquelas travessuras de adolescentes na noite de Halloween, que a gente vê nos filmes. - Diogo falou enquanto sorria.
-Pode encarar assim se quiser, a minha vida parece mesmo um filme. - Falei enquanto olhava a decoração do apartamento - Onde é o banheiro? 
-Logo ali. - Diogo indicou.

Fomos então até lá, tudo parecia limpo, organizado e do jeitinho que eu queria, com um grande espelho e um box. Tirei um batom vermelho da bolsa e sorri de mim mesma, Diogo tinha razão, estávamos parecendo dois colegiais querendo aprontar com os amigos, mas aquela era só a  primeira parte da "brincadeira".

Então, sem demora, escrevi no espelho com enormes letras garrafais a palavra "ASSASSINA" e depois parti para o box, onde com o mesmo batom, escrevi as seguintes palavras: "Pensou que seria tão fácil assim se livrar de mim? Engano seu!" E assinei "Nicolle" abaixo da frase. 

Diogo ria ao meu lado, ele era o que mais estava gostando do mal feito:
-Lembro do dia que ela foi ao asilo, voltou falando que sua vó era uma bruxa, tinha falado umas coisas pra ela, que vocês duas eram bruxas. 
-Ela me disse isso também. Por isso imaginei que ela vai acreditar piamente que é meu espirito que está fazendo isso. - gargalhamos juntos.
-Terminamos por hoje?
-Por hoje sim, mas amanha vem a melhor parte, sabe o que fazer não é? 
-Claro!
-Então vamos embora daqui. 
E depois do recado dado, fomos embora o mais rápido possível dali. E se nada desse certo, ao menos ela teria o grande trabalho para limpar o espelho e o box. 

Quando chegamos a porta do meu prédio, ainda riamos de tudo aquilo:
-Confesso que me diverti. - Diogo falou parando o carro.
-Eu também, uma travessura de vez em quando é sempre bom. 
-Com tudo isso vou me sentir um pouco vingado também, claro que de uma forma divertida e não cometendo um crime como Erica fez. 
-É, tudo muito light, tenho amor a minha liberdade. - Brinquei.
-Ah, nem te perguntei. Como se saiu ontem com o cantorzinho depois que fui embora? - Ele ria. 
-Ele não gosta de você. - Afirmei.
-Também não gosto dele. Mas suponho então que ele não sabe que você está comigo? - Ele esboçou um sorrizinho sínico. 
-Nem vai saber. - O repreendi.
-HA, isso é realmente ótimo. Também estou me sentindo vingado dele agora. - Ele bateu palmas, fiz careta.
-Só te chamei pra isso porque realmente precisava de você, se não, ia esquecer da sua existência. 
-Nossa, assim você me magoa! - Ele colocou a mão no peito tragicamente.
-É a mais pura verdade, não pense que eu vou esquecer tudo que você me fez. Quando terminarmos tudo isso, cada um pro seu lado. - Coloquei as cartas na mesa de uma vez.
-Porque tanta raiva de mim? Eu sou bom... Talvez um pouco inconsequente, moleque demais, mas bom. - Ele me olhou sério, pela primeira vez naquela noite. 
-Quer mesmo que eu enumere os motivos? Você pode até ser bom Diogo, mas gosta mais do lado mal das coisas. Você é um homem adulto, arque com as consequências das suas criancices. 

Ambos silenciamos depois daquelas palavras, mas eu queria mesmo lhe causar algum efeito. Depois disso, abri a porta para sair e disse:
-Nos falamos amanha ok? Boa noite. 
E quando bati a porta e adentrei o prédio ele recostou sua cabeça e pensou um pouco em tudo que eu lhe disse, depois,falou sozinho:
-Ela não sabe mais agradecer não? 
E depois disso, finalmente foi embora, ainda pensando em minhas palavras. 
...
Enquanto isso, perto dali, o destino dava um empurrãozinho para que tudo acontecesse trazendo Erica para casa mais cedo. Ela entrou normalmente em seu apartamento, tirou os sapatos, jogou a bolsa no sofá, prendeu os cabelos e foi até a cozinha beber um copo d'água, depois seguiu em direção ao banheiro e quando acendeu a luz e olhou para o espelho, abafou um grito com as mãos trêmulas. 

Leu e releu várias vezes o "Assassina" Enorme escrito ali, mas seu sangue gelou de verdade quando olhou para o box e viu "Pensou que seria tão fácil assim se livrar de mim? Engano seu!" e abaixo, o meu nome escrito em vermelho. Todo o corpo dela tremia, seu coração quase saiu pela boca, suas pernas ficaram bambas e ela saiu dali imediatamente trancando a porta do banheiro.

Atordoada, ela bateu pelas paredes e caiu sentada no chão, depois se encolheu o máximo que pode e começou a chorar:
-Eu não sou uma assassina, não sou! - Repetia isso para si mesma várias vezes.
Coincidentemente, o vento fez alguma coisa bater do lado de fora e ela gritou mais uma vez, ficando com mais medo ainda:
-Isso é algum tipo de brincadeira, só pode ser! - Ela se encolheu mais e mais abraçando a si mesma - Espíritos não existem, Nicolle está morta, morta! Mas não fui eu, ela se afogou sozinha, não fui eu. 
Então ela ficou ali por um longo tempo, chorando, talvez pensando no que fez. E só depois correu e se trancou no quarto. 

O que nenhum de nós sabia, era que aquela mulher estava tão alucinada, tão obcecada, que nem se dava conta de que era óbvio que eu não tinha morrido. Para ela, era melhor acreditar nisso, acreditar que tudo tinha dado certo e que ninguém tinha achado "o corpo" ainda. 

Mas seu destino já estava traçado, o destino de pessoas de mente fraca, que se deixam invadir pela maldade. Por trás de tudo tinha uma história - sempre tem - motivos para ela ser assim, mesmo assim, os fins nunca justificam os meios e com ela não seria diferente. A vida sempre se encarrega de dar o que a gente merece, com ela não seria diferente. 
...
No dia seguinte, a caminho do trabalho, contei a Ju como tínhamos feito tudo e que não estava arrependida, também contei que conversei com Luan na madrugada anterior e fiquei com peso na consciência de não ter contado nada a ele, mas seria melhor assim. 

Trabalhei o dia todo, e assim que saí do trabalho passei em casa, troquei de roupa e fui ao encontro de Diogo para executar a segunda parte da vingancinha contra Erica - Mas antes me certifiquei de que Luan não viria me ver naquele noite, e pelo que ele disse, estava do outro lado do pais - Então fomos em frente, tudo já estava certo e combinado, nossa "vítima" não estava em casa, mas podia chegar a qualquer momento segundo os horários que Diogo sabia que ela fazia. Então subi e pedi a Diogo que ficasse no carro, quando ela chegasse, era para ele subir sem ser visto e ficar escutando atrás da porta - caso ela tentasse algo de novo e eu gritasse pedindo ajuda, não custava prevenir né? - E assim fizemos. 

Esperei quase meia hora, e nesse meio tempo, fui ao banheiro para ver se ela tinha limpado a arte que fiz na noite passada e como previsto ela limpou, sinal também de que viu tudo, pena que não pude ver sua reação. 

Sentada numa poltrona que existia ali,  fiquei pensando e repensando o que eu diria. Até que ouço o barulhinho da chave na porta que se abriu. Vi Erica entrar mexendo no celular de cabeça baixa, ela fechou a porta e quando virou-se novamente, olhou direito e me viu ali, sorrindo para ela. Era a hora do jogo começar. 


[Continua]




Eaê? 
Gostaram da "Brincadeirinha" que Nic fez com Erica? 
haha' 
Nada ruim perto do que Erica já aprontou né?
Mas não vamos esquecer que Nicolle é uma menina boa. 

E a parte dois disso tudo em? 
Como será que Erica vai reagir?
O que Nicolle vai dizer? 
E Luan minha gente? 
Será que ele não vai esmo descobrir o que tá rolando? 
haha'
Me Aguardem! 

Beijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Capítulo 82

[...]

Com a cabeça em seu peito, a mão entrelaçada na dele, sentindo seu cheiro e ouvindo as batidas do seu coração. Aquele era meu lugar preferido no mundo, sem sombra de dúvida. E enquanto ele afagava meus cabelos levemente, quebrei o silêncio que existia ali:
-Porque essa visita inesperada a essa hora? - Perguntei me referindo ao fato de ainda ser domingo, por volta das 12:30.
-Tinha que passar pelo escritório, então aproveitei para fazer uma surpresa, almoçar com você, passar algumas horas juntos, mas parece que fiz mal né? Você já tinha companhia. 

Mesmo depois de todos o amor que fizemos ele não havia esquecido do assunto "Diogo" que eu queria tanto evitar, então, lá vamos nós outra vez:
-Luan, Será que eu ainda preciso explicar mais alguma coisa? - Me sentei para olhá-lo melhor. 
-Nicolle, o que faria se chegasse lá em casa e encontrasse a Erica? - Ele se ajeitou, meio sentado, não pude deixar de olhar seu peito nu e seus braços fortes cruzados.
-Eu a mataria. - Dei de ombros. 
-Não, esqueça essa parte. Pense, em eu e ela, juntos. 
-Mataria os dois. - Respondi em mesmo tom e ele fez careta. 
-Lembra-se da noite da nossa festa de aniversário? - Entendi onde ele queria chegar.
-Claro, como esquecer da Lari. - Falei fazendo pouco caso.
-Mari. - Ele me corrigiu sorrindo. 
-Olha só como ela é importante, vocês tem se visto? - Quem cruzou os braços agora fui eu.
-O foco não é esse. Apenas quero que entenda que não quero o Diogo aqui, nem perto de você, nem a mil metros de distância, se eu pudesse ele não viveria nesse planeta, me entende agora? 
-Em algum momento você pensou que se Diogo não tivesse me tirado daquela piscina, nesse momento você estaria no meu velório? - Perguntei indignada - Você sempre me pareceu tão justo, porque isso agora? 
-Simples. Ele te salvou uma vez, e tentou te ferrar milhões de vezes, coloca na balança. - Luan e sua mania de sempre ter razão e bons argumentos - O que você quer que eu faça? Quer que eu agradeça a ele por uma coisa que não era nada mais do que sua obrigação? O fato é que você está enxergando apenas a coisa boa que ele fez e se esquecendo de que foi ele quem causou isso tudo. 

O encarei por um instante, tudo que eu queria era apagar aquela parte da minha vida, apagar Diogo, Erica e todos os problemas. Então, para ter pelo menos um minuto de paz, só me restava concordar com Luan e finalizar o assunto:
-Já disse que não vai mais acontecer. Que tal me dar um voto de confiança? - Perguntei natural.
-Porque eu te conheço bastante, e sei que não vai parar por aqui. 
-Como pode me conhecer tanto se estamos somente 3 meses juntos? - tentei mudar de assunto.
-Você não é difícil de decifrar. - Ele sorriu e tocou meu nariz.
-E isso é bom ou ruim? - Voltei a me deitar junto dele.
-As vezes é bom. 
-Então, já que sou tão previsível, o que estou pensando agora? - Perguntei e ele sorriu para mim. 
-Esta pensando assim: "Meus Deus, como eu amo esse Luan, ele é tão lindo e tem razão sobre eu ter que me afastar de Diogo, ele não vale nada, então, vou ser boazinha e fazer o que ele esta pedindo!" 

Gargalhei ao ouvir Luan falando tudo aquilo com uma vozinha feminina:
-Você não existe. - Falei recuperando o fôlego.
-Claro que é isso que você esta pensando, né? 
-É sim, se isso te deixa feliz. - Selinho.

Mas do selinho, ele me puxou para um beijo, longo e doce, bem ao seu estilo. Depois me olhou nos olhos, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, e com o polegar acariciou meu rosto, dizendo:
-Tenho medo que ele tire você de mim. - Sua voz era suave, baixinha.
-Nem se ele me matasse conseguiria me tirar de você. - Sorri.
-Querendo ou não você já se encantou por ele um dia. E se isso acontecer de novo? 
-Esse é o seu verdadeiro medo? Você é muito bobo sabia? Não existe amor maior do que o que eu sinto por você. - Dei-lhe um selinho carinhoso - Mas você tem razão quando fala que me encantei por Diogo, só que encantamentos acabam, como foi o nosso caso. Já o amor, esse permanece, vive para sempre. 
-Nossa, isso foi bonito. - Sorrimos juntos.
-Será que agora você esta convencido? Ou que que eu fale mais sobre o que sinto por você. Posso cantar, o que acha? 

Ao dizer isso, me embrulhei no lençol e levantei enquanto ele sorria, então comecei a cantar toda desafinada:
-"Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor, por você!" - Então rodopiei pelo quarto enquanto ele ria de mim - "E não a nada pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você" - Sim, eu era a pessoa mais desafinada do mundo, então Luan levantou e veio cantar comigo.
-"Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar, e o infinito, nada é maior que o meu amor, nem mais bonito." - Agora ele inundou tudo com sua voz de anjo. 
-"...Nunca se esqueça nem um segundo, que eu tenho o amor maior do mundo..." - Continuei - "Como é grande, o meu amor, por você!" - Nessa parte finalizamos juntos, enquanto dançávamos pelo quarto. 

Depois disso caímos na risada, depois daquele momento clássico e no mínimo engraçado:
-Cantar não é com você amor. - Ele falou ainda rindo de mim.
-Ah, jura? Vou cantar outra que você vai mudar de ideia olha... "Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar..." - Cantei e rodopiei, mas ele me puxou de volta. 
-Ta bom, pode parar com as declarações de amor. Já entendi como é grande o amor que sente por mim. - Ele me abraçou. 
-Sério? Posso cantar mais se quiser...
-Não, não não! - Risos - Te amo, muito. 
-Que bom, o que acha de comermos agora? - Falei brincalhona. 
-ótima ideia! 

Então, partimos para a cozinha, mas acabei pedindo comida pelo telefone que seria mais rápido. Comemos em meio a sorrisos, gracinhas e mais juras de amor, depois brincamos com Penélope um pouco e Luan sempre maravilhado com ela:
-Nossa, olha só como ela ta grande, meu Deus! - Ele fazia carinhos na pequena que já o conhecia tão bem.
-Pois é, e aprendeu a fazer xixi no lugar certo, está uma mocinha. - Observei lembrando a luta que foi para ensinar Penélope a não fazer xixi no meu sofá. 
-Ta lindona demais. 
E logo chegou a hora de Luan partir pois tinha show naquela noite e ainda ia passar em casa para se despedir de seus pais:
-Vê lá em amor, não vai se meter em encrencas de novo. - Ele falou todo protetor. 
-Pode deixar! - Bati continência.
-Não tá me levando a sério né? Tudo bem, depois não reclame. 
-Que? não tô falando nada. - Joguei as mãos para o alto com um sorriso travesso, eu gostava de provocá-lo.
-Rum, já sabe, N-A-D-A de Diogo. - Ele apertou meu rosto.
-Sei, sei. Te amo! 
-Também te amo. 

E depois de mais alguns beijos e recomendações, Luan se foi. Então, comecei a pensar melhor em alguns fiapos de ideias que estavam em minha mente,sobre o que eu aria com Erica para me vingar. Mas vi que para fazer qualquer coisa, precisaria de Diogo, eu iria usar "O feitiço contra o feiticeiro", e assim ela provaria do mesmo veneno. 

Porém, se eu envolvesse Diogo naquilo tudo, Luan não ficaria nada contente:
-Sem Diogo não vou conseguir fazer o que eu quero. - Pensei em voz alta - Mas se Luan descobrir, não vai me perdoar. E agora? 

Nesse momento vi meu celular brilhar com um sms de Ju dizendo que já estava em casa e queria me ver, então voei para lá, tínhamos muito o que conversar e ela poderia me ajudar nessa dúvida. 

Depois que contei tudo que tinha acontecido naquele final de semana - que ainda nem tinha acabado - a Juliana, ela ficou um misto de atônita, brava, e tudo que você pode imaginar:
-Cara, não acredito que a Erica tentou te matar! - Ju falou com aquele jeitão expansivo dela.
-Pois acredite. - Afirmei.
-Também não acredito que o Diogo te salvou. 
-Isso também aconteceu. E agora nãos ei se devo confiar nele, Luan o detesta e eu preciso dele pra me ajudar com o negócio da Erica. - Falei confusa. 
-Isso que você esta querendo fazer com a Erica é muito legal e merecido amiga, vai dar o troco nela direitinho! Pode contar comigo no que precisar. 
-Eu sei, mas preciso do Diogo, o que faço? - franzi o cenho.
-Chama o Diogo, o Luan não vai saber! - Ela falou como se fosse a coisa mais simples do mundo.
-Ah, cê jura? Se hoje ele apareceu do nada, qualquer hora ele pode fazer isso de novo. Não quero perder o Luan amiga.
-E a Erica vai sair limpa dessa? O que você vai fazer ainda é pouco para o que ela merece, por mim a gente se disfarçava e dava uma surra nela num beco escuro. - Consegui rir daquilo que Ju falou com tanta sinceridade. 
-Não, nada de violência. O que estou pretendendo já vai ser bem divertido.
-Pois é, mas para isso, você precisa do Diogo. Se o Luan descobrir, você sabe bem como reverter a situação. - El piscou pra mim com aquela cara de safada.
-Você pensa que é fácil.
-Vamos, temos que agir rápido, antes que ela descubra que seu plano falhou e  você está viva. - Ela batia palmas animada - Sabe Nic, sua vida deu uma guinada total né? Em pensar que antes de conhecer o Luan você vegetava e agora vive quase num filme policial! 
-Nossa Ju, que comentário infame. 
-É a verdade, o conto de fadas da princesa Nicolle é muito, mais muito legal! - Ela continuou e rimos juntos.

Minha amiga tinha razão. Aquilo tudo era tão louco, surreal, que daria um bom conto de fadas moderno. Mal sabia eu que essa "brincadeira" um dia viraria realidade. 


[Continua]





E aí amores,
demorei mais postei!
haha'

Gostaram da parte fofinha entre Luan e Nic?
E o que acham que Nicolle está pensando em fazer com Erica em? 
Ela deve ou não deve pedir a ajuda de Diogo, mesmo Luan sendo contra? 
Quero respostas e sugestões também
haha'

Beijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Capítulo 81

"A normalidade dela me encantava, ainda me encanta até hoje. Nunca conheci ninguém tão banal, tão natural, tão pura. E eu sei que ela precisava de mim, para protegê-la e amá-la pois nada foi por acaso, nada nunca é por acaso, especialmente no nosso caso." 

[...]

Sim, eu era boa. Mas as vezes queria de verdade ser alguém má só pra variar. Ju sempre diz que os bonzinhos só se ferram e esse era o meu caso. Passei a vida me ferrando por acreditar em todos, por querer ajudar todo mundo, por ser capaz de perdoar e esquecer milhões de vezes. Mas naquela manha de domingo, eu estava certa em minha cabeça que aquilo era o mínimo que eu podia fazer para o cara que salvou a minha vida. Então, deixei Diogo subir. 

Em instantes ele estava a minha porta, com o sorrisão de sempre no rosto, como se absolutamente nada tivesse acontecido:
-Bom Dia! Como ainda é manha, trouxe cappuccinos pra nós. - Ele me entregou um dos copos grandes que trazia nas mãos e só então eu percebi.
-Diogo, o que está fazendo aqui? - Perguntei, indignada com tudo aquilo.
-Vim ver como você está, depois de ontem. E contar uma novidade.  - Ele adentrou meu apartamento e sentou-se no sofá. 
-Olha, deixa eu te explicar umas coisinhas rápidas: Primeiro, só deixei você subir por causa de ontem. Segundo, não pense que isso vai se repetir. Terceiro, tira a porcaria do pé do meu sofá. - Falei fechando a porta e seguindo para me sentar com ele.

Quando de repente, Penélope veio correndo de dentro do quarto e latiu para Diogo:
-Que bicho é esse? - Ele se encolheu.
-Uma cadela, Penélope. Luan quem me deu. - falei enquanto pegava a pequena no colo.
-Ah, tinha que ser. Namorado idiota, presentes idiotas. - Ele fez careta.
-Quer que eu bote você para fora? - O repreendi.
-Você não pode fazer isso, me deve sua vida. - Ele sorriu.
-Negativo, ao pular naquela piscina e me tirar de lá você estava apenas concertando um erro que você mesmo cometeu, então, não lhe devo nada. Mas você disse que tinha uma novidade, qual? - Perguntei dando um gole no cappuccino já meio morno. 
-Erica esteve lá em casa hoje cedo. Aproveitei e terminei com ela...
-E o que eu tenho a ver com isso? 
-Ela acabou confessando que só me usou nisso tudo. Ta completamente louca, e o melhor de tudo, é que ela acha que deu certo, que você... morreu! - Ele me olhou animado.
-Sério, não passou pela cabeça dela que alguém já teria noticiado um corpo numa piscina de uma chácara? - Sorri.
-Ela não pensa direito, porque se ela quisesse mesmo cometer um crime, tinha que fazer diteiro, esconder as provas. Por exemplo, o dono da chácara ia saber que foi ela. É uma amadora, por isso que nada que ela faz da certo. 
-Tem razão. 
-Você vai denunciá-la? Digo, a policia? - Ele perguntou olhando Penélope com cara de nojo.
-Não pensei nisso ainda, quero conversar com Luan primeiro. 
-Você só faz o que ele manda? - Ele sorriu sínico.
-Não Diogo, já ouviu falar numa coisa chamada companheirismo? Tem muito mais coisas envolvidas do que você pensa. 
-Que seja. - Ele deu de ombros.
-Mas, estão me passando algumas coisas aqui pela cabeça. - Esbocei um sorrisinho.
-O que?
-É bom que Erica pense que estou "morta". Assim, posso aparecer pra ela em grande estilo. - Agora ele tinha entendido. 
-Ah, estou gostando. - Diogo abriu um largo sorriso - Se precisar de ajuda, estou aqui.
-Você não vale nada. - Afirmei.
-E vocês gostam. - Ele segurou meu rosto mas dei um tapa na mão dele.
-Pronto, recado dado, pode ir embora. - Levantei.
-Que isso Nic? Cadê a amizade? 
-Não existe amizade, já disse. Bora, fora! - Caminhei até a porta, abri e esperei ele sair. 
-Vamos terminar o cappuccino, você ainda não me disse se está realmente bem, pra falar a verdade, nem me agradeceu né? 

Respirei fundo - Má ideia Nicolle! - Mas o destino gosta de brincar com a gente. No meu caso especificamente, ele gostava de me ferrar, me deixar em panos quentes e fez isso mais uma vez naquele dia. 

E quando estava me preparando para fazer uma ameaça que o tirasse de dentro da minha casa, sinto uma presença ali na porta ao meu lado, um cheiro que eu não confundiria nem em um milhão de anos. Olhei só para ter certeza e vi Luan ali, parado, encarando a cena. 

Silêncio. Se existe uma pessoa azarada no mundo, essa pessoa definitivamente, sou eu. Luan nunca veio me fazer uma surpresa num domingo de manha, e justo naquele dia, ele resolveu aparecer trazendo nas mãos um único girassol:
-O que está acontecendo aqui? - Luan perguntou já com um tom de irritação na voz. 
-Entra amor, Diogo, fora! - Puxei Luan para dentro e fiz uma cara significativa para Diogo. Ah, eu estava em maus lençóis.
-Tudo bem, tudo bem, eu vou, se é para o bem geral da nação. - Diogo levantou - Boa sorte com as explicações Nic, depois terminamos a nossa conversa. 

Enquanto Diogo passava, ele e Luan se olharam como se quisessem se sangrar ali mesmo. Mas se conterão e quando Diogo passou eu finalmente pude fechar  a porta e voltar a respirar:
-É, você vai precisar mesmo de sorte para conseguir explicar isso que eu acabei de ver aqui. - Luan falou enquanto pousava o girassol em cima da mesinha. 
-Senta então porque a história é longa. 
Luan apenas me olhou, e eu conhecia aquela expressão de quem não estava gostando e que poderia explodir a qualquer momento - Mesmo assim ele estava absurdamente lindo - então, acomodou-se, cruzou os braços e esperou sem falar nada.

Ali, contei a ele o que Erica tinha aprontado no dia anterior, todos os detalhes e estremeci tendo que relembrar todo o episódio da piscina. Também expliquei a parte em que foi Diogo quem me salvou e ele fez mais cara de reprovação ainda:
-Então, é por isso que o Diogo estava aqui na hora que chegou, era o mínimo que eu podia fazer pois querendo ou não ele me salvou. - Finalizei.
-Era o mínimo que ELE podia fazer Nicolle, o cara entrou aqui, fez toda a armação junto com a Erica e se arrependeu no ultimo minuto. Era praticamente a obrigação dele ir lá e corrigir o erro! - Luan falou sério, como se quisesse me impedir de fazer uma grande burrada. 
-Eu sei...
-O que vai ser agora? Você vai se sentir em dívida com ele para o resto da vida? Vão ficar amigos? Ele vai sempre estar aqui? E o pior de tudo, você vai esquecer tudo que passou?
-Não Luan, não vai ser assim. Eu não vou esquecer de tudo! Mas temos que ser justos. O Diogo estava sendo manipulado.

Ao me ouvir dizer isso, Luan levantou-se e riu com sarcasmo, depois me olhou e disse:
-Manipulado? Um homem daquele tamanho? Ele estava com raiva de nós Nicolle! 
-Também Luan! - Levantei também - Eu sei que ele é adulto, tem sua parcela de culpa.  Não estou dizendo que vamos ser amigos e ele vai participar da minha vida. Apenas quero dizer que ele tem menos culpa que a Erica que tentou me matar e até agora eu não vi você falar nada sobre isso porque está dando mais importância ao fato de Diogo ter vindo aqui. 
-Eu ia chegar nessa parte da Erica. Só quero deixar bem claro que não gosto desse cara, não confio nele. Ele te tirou da piscina, ótimo. Mas mesmo assim...
-Você está com ciúmes. - Completei antes dele.
-Também, porque, não posso? - Ele jogou as mãos para o ar.
-Não deveria! - Falei séria - Quando eu sinto ciúmes de você sou crucificada né verdade? Mas quando é o contrario...
-Não é só ciúme, é proteção. Ontem o cara estava junto com a Erica tentando te matar e hoje você já poe ele pra dentro de casa? Não te passou pela cabeça que eles ainda podem estar juntos e que essa aproximação é outro plano que eles tem contra você? 

Nesse ponto ele tinha razão. - "E se o cappuccino estivesse envenenado?" - Lembrei na hora e senti um formigamento de medo:
-Ta bom, você tem razão. - Entreguei os pontos finalmente. 
-É, eu tenho. 

Silenciamos mais uma vez, e eu voltei a me sentar, encarando o chão. Segundos depois ele sentou-se ao meu lado, me olhou e disse:
-O que pretende fazer em relação a Erica? Afinal, foi tentativa de homicídio. 
-Não posso envolver a policia nisso. - O encarei.
-Porque não? 
-Por causa de você. - Afirmei aquilo depois de muito pensar - Vai repercutir muito a namorada de Luan Santana envolvida com investigações policiais e tudo mais. Eu prometi que não ia fazer nada para sujar sua imagem, não seria justo com você. 
-Mas e com você? Vai ser justo se sacrificar por mim? E se essa maluca te ataca de novo amor? - Agora ele se esqueceu da raiva e me olhou com ternura.
-Eu tenho nove vidas, não vai ser tão fácil para ela. - Tentei brincar, sorrimos juntos.
-Não precisa se preocupar comigo Nicolle, se preocupe com você, com a sua segurança. Vamos na policia e ...
-Já está decidido Luan, nada de policia. A grande culpa nisso tudo foi minha, eu fui a burra na história. Eles deixaram rosas vermelhas, quando você sabe que eu prefiro girassóis. O cartão estava digitado e não escrito com sua própria letra, além disso, dizia para não ligar pois você tinha perdido o celular. Eu acreditei, a culpa foi toda minha. Mas vou ficar esperta a partir de agora, nada vai me acontecer. Confia. - Segurei forte a mão dele. 
-Não sei o que seria de mim se te acontecesse alguma coisa. - Ele me abraçou e finalmente me beijou.
-Como eu disse, tenho nove vidas, pode ficar tranquilo. - Sorrimos. 
-Então tudo bem, assunto da Erica resolvido, vamos voltar ao Diogo. 

Saímos do abraço enquanto eu não acreditava no que ouvia:
-Ah não amor, tô com tanta saudade. Vamos falar disso depois ta? - O beijei e mordi seu lábio de leve, depois beijei seu pescoço. 
-Não Nic, de verdade, não quero chegar e encontrar aquele cara aqui de novo. - Ele falava enquanto eu continuava com os carinhos, tentando distraí-lo daquele assunto. 
-Ta bom, não vai mais acontecer. O que acha da gente ir pro quarto agora? - Perguntei mordiscando sua orelha.
-Ah, eu quero falar sério com você primeiro. - Ele tentava resistir, mas já estava completamente arrepiado.
-Tem certeza? - Fiz com que ele erguesse os braços e me livrei de sua camisa - Quer mesmo falar do Diogo agora? 

Depois disso, ele me olhou por um instante enquanto eu sorria travessa. Depois sorriu, e me pegou no colo num gesto rápido. Assim, fomos para a cama e lá esquecemos de Diogo, Erica e tudo de ruim que podia ter acontecido. Aquele momento era só nosso, nada poderia nos atrapalhar ali, pois quando estávamos juntos, tudo em volta parecia sumir, e como eu sempre dizia, Luan conseguia me levar a alguns metros acima do céu, sempre. O caus podia estar instalado em minha vida, mas eu tinha ele, meu porto seguro, onde eu sempre poderia me abrigar naqueles braços fortes e ali, nada poderia me atingir, nunca. Luan era meu ponto de equilíbrio, a força que me fazia viver. Ele era meu tudo, meu mundo, minha paz, e nada nunca chegaria perto do que eu sentia por ele, era algo surreal, sem explicação, que ia além da compreensão. Eu era sua, completamente sua, totalmente sua, e a única certeza que eu tinha naquele momento, era a de querer ser eternamente sua. 


[Continua]





Antes de mais nada, perdão pela falha de ontem,
problemas com a internet
;)
Maaaaaaaaaas,
já sabem, a recompensa vem, é só esperar! 
haha'

Quando ao capítulo...
Nic deixou Diogo entrar por causa dos comentários de vocês viu!
haha'
Mas como Nicolle é uma grande azarada, Luan apareceu bem na hora e 
"pegou no flagra" né? 
Não pensem que ele vai esquecer essa história só porque Nic usou de golpes baixos para distraí-lo, 
isso tudo ainda vai render.
E, podem esperar também, nos próximos capítulos, 
a "surpresinha" que Nicolle vai fazer para Erica. 
kkk'

Beeeeeeeeeeijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Capítulo 80

[...]

"Três dias se passaram desde que Cecília mandou sua carta para Lorenzo prometendo arrumar um jeito deles se encontrarem. Não tinha dado um jeito nisso antes porque seus irmãos e suas esposas estavam lá para visitá-la, mas finalmente tinham ido embora. E naquela manha, depois que seu pai saiu do trabalho, ela choramingava para sua mãe:
-Mãe, a senhora disse que me ajudaria a falar com Lorenzo, a senhora prometeu! - A menina que devia estar repousando, levantou e seguia sua mãe pela casa.
-Eu não prometi nada Cecília, volte para a cama, você tem que descansar. - Sua mãe falava paciente.
-Como posso descansar se estou a mais de um mês em ver o homem que eu amo? A senhora viu a carta que ele me mandou mamãe, ele me ama também, a senhora leu! 
-Eu li, eus ei, eu sei de tudo isso Cecília, mas não posso deixar você ver esse rapaz, seu pai...
-Meu pai não sabe de nada, não respeita o que eu quero. Se ele não deixa eu me encontrar com Lorenzo, pois será escondido e se ele insistir em nos proibir, fujo com ele! - Cecília falava decidida.
-Nem pense numa coisa dessa! - Sua mãe ficou nervosa - Você não teria coragem de nos dar esse desgosto. 
-Então experimentem me proibir de ver Lorenzo e verão. 
-Tudo bem Cecília, calma. - Sua mãe ergueu as mãos - Sei que já pensou em alguma coisa. 

Então Cecília contou seu plano a sua mãe, esse por sua vez não tinha nada de especial. A tarde quando o pai dela estivesse na mercearia, Lorenzo viria até lá, entraria pelos fundos discretamente e eles poderiam se falar tranquilamente e assim foi feito. Cecí mandou um recado para Lorenzo por Bianca, e a tarde, algum tempo depois que seu pais saiu, o rapaz chegou lá, pontualmente, louco para ver a sua amada. 

Nada foi mais emocionante do que o reencontro dos dois que se beijaram, se abraçaram, sorriram um para o outro dizendo palavras de amor:
-Ah, eu senti tanta saudade minha menina, você nem imagina a dor que senti. - Lorenzo falou segurando o rosto dela com as duas mãos.
-Eu sei meu amor, foi a mesma dor que eu senti. - A mãe de Cecília os deixou sozinhos um instante. 
-Como você está? Deixa eu te olhar, está inteira? - Ele olhou a moça por completo - Me desculpe meu amor, me desculpe... 
-Já disse que a culpa não foi sua. - Ela falou séria, encarando os olhos dele - Vamos esquecer isso sim? Temos que nos preocupar com o que vai acontecer daqui por diante. 
-Seu pai continua com a mesma opinião?
-Sim, meu pai é um cabeça dura, quando encasqueta com uma coisa, ninguém desfaz. - Ela entristeceu.
-Hora, o que é isso Cecília? - Ele sorriu pra ela e ergueu seu queixo - Você é a caçula, a unica filha mulher, tenho certeza que se pedir com jeitinho, conversar com o velho, ele vai ceder. 
-E você acha que eu não tentei? 
-Te conhecendo como conheço, você bateu o pé, brigou, e não é assim que se consegue as coisas menina. 
-É que eu fico nervosa, perco a paciência! - Ela falou emburrada e ele riu dela. 
-Vamos fazer assim, tente mais uma vez, converse direito com ele, faça manha, lhe dê um beijo, mas nada de brigar! Se não der certo... - Lorenzo suspirou.
-... Se não der certo...? - Ela continuou a pergunta.

Lorenzo silenciou por um instante, olhou sua bela menina e acariciou o rosto dela com uma mãe, segurando a mão dela com a outra e perguntou:
-Teria coragem de fugir comigo Cecília? - E quando ela abriu a boca para responder ele selou os lábios dela com os dedos - Teria coragem de largar sua família, sua vida, para se jogar na incerteza comigo? Me ama a esse ponto? ... Não quero que responda agora, mas que pense nisso, pense em tudo que você vai largar, pense que se fugirmos, nos jogaremos no mundo, sem teto, sem nada. Apenas com nosso amor. 
-Eu não preciso pensar Lorenzo. - Ela falou com certeza.
-Mesmo assim quero que pense, porque eu não quero que um dia você vire para mim e diga que esta arrependida, que fez tudo sem pensar entendeu? Promete que vai pensar bem? 
-Prometo. - Ela cedeu. 
-Ótimo. Eu amo você minha bela menina e não quero destruir a sua vida. 
-Só terei vida se for ao seu lado meu amor. - Ela beijou a mão dele. 

E depois daquelas palavras, Se beijaram, se acarinharam, matando toda a saudade guardada. Trocaram mais juras de amor e promessas perfeitas, até que a mãe de Cecília veio dizer que já estava na hora do rapaz partir. Ele se despediu da menina e agradeceu a mãe dela pela ajuda, reforçou que Cecília devia pensar em tudo e conversar de novo com seu pai e ela prometeu que faria isso. Então se foi, ja morrendo de saudades e deixando Cecília no mesmo estado. Mas lutariam, lutariam até o fim por aquele amor. 

Cecília ganhou um novo brilho, ganhou vida depois daquela visita, exatamente como Lorenzo que voltou para casa saltitando e cantarolando de tanta felicidade. E quando caiu a noite e o velho pai de Cecí voltou para casa, foi ao quarto da filha para vê-la como sempre fazia e nesses últimos dias, Cecília virava a cara para não olhá-lo de raiva pela proibição do namoro. 

Mas naquela noite foi diferente, quando seu pai colocou a cabeça para dentro do quarto, ela sorriu e o chamou para entrar:
-Sente aqui papai quero conversar com o senhor. 
Seu pai ficou surpreso com aquela reação da menina que nem estava falando com ele até ontem. Então, aceitou seu pedido prontamente e ela iniciou a conversa..." 

-Droga! Porque sempre acaba na melhor parte? - Acordei mal humorada e vi que já eram 8:00 da manha de Domingo. 
Levantei e fui direto para o banheiro. Naquele domingo eu só queria ficar em casa jogada no sofá lendo um bom livro e nada mais, chega de fortes emoções. 
...
Enquanto isso, em algum lugar dali, Erica tocava freneticamente a campainha da casa de Diogo até que ele abriu, com a cara de sono e ela já foi entrando sem esperar ele falar:
-Onde você estava? Tô te procurando desde ontem! - Ela perguntou nervosa. 
-Toquei numa festa ontem a noite, não tenho um avô podre de rico pra me dar dinheiro como você. - Ele falou bocejando.
-Porque não atendeu o celular? Te liguei milhões de vezes! 
-Porque eu não quis, mais que saco. Vai procurar alguma coisa pra fazer em vez de ficar falando besteiras a essa hora da manha mulher! - Diogo se aborreceu.
-Ah, é assim que você me trata? O que aconteceu? - Ela não entendia.
-Aconteceu que eu estou cheio de você, não te quero mais. Ia te mandar um sms mas você fez o favor de vir até aqui. Então é isso Erica, acabou, tchau! - Ele acenou enquanto ela estava em choque.
-Como é que é?
-Isso mesmo que você ouviu, estou cansado de você, da sua maluquice, dessa coisa de vingança da Nicolle. Confessa vai, cê só ta me usando e eu até gosto de ser usado gata, mas em outras situações. - Ele colocou pra fora, lembrando de ter me salvado no dia anterior.
-Porque isso agora Diogo? - Ela começou a manear a voz para manipulá-lo - A gente sempre se deu tão bem. 
-É, só que pra mim já deu, quer que eu desenhe? Não te quero mais, vaza! - Ele falava com aquele seu jeito único e desleixado de ser.
-Você não pode terminar comigo...
-Posso e estou fazendo isso agora. Foi bom e tal, mas acabou, fim, tchau. 

Erica o encarou, seus olhos cintilavam de ódio, estava sendo dispensada. E daquela maneira, ou seja, com Diogo falando tudo aquilo na sua cara, foi pior do que ser trocada como Luan fez com ela. Então resolveu chutar o balde de vez e tentar sair por cima:
-Quer saber? Eu só te usei mesmo seu idiota! E você foi bem útil até agora, fazendo tudo que eu mandei. Também não preciso mais de você Diogo, pois consegui acabar com a Nicolle. - Ela sorria satisfeita.
-Foi mesmo é? O que você fez? - Ele ria dela que ainda não sabia de nada.
-Não é mais da sua conta, está pulando fora não está? Sempre te achei um fraco mesmo. Você não serve pra mim. - Ela caminhou até a porta. 
-Erica, cuidado, você ainda pode se surpreender. - Ele resolveu não contar que eu tinha sobrevivido. 
-Com você? Duvido. Adeus Diogo, espero realmente que a gente nunca mais se veja. 
E depois disso ela saiu, batendo a porta. E ele caiu na gargalhada, imaginando a surpresa que ela teria quando me visse viva andando por ai. 
...
Naquela manha, saí para passear um pouco com Penélope que só crescia e ficava cada vez mais linda e esperta. Passei na livraria e comprei um livro que seria minha distração naquele domingo tedioso em que Juliana tinha ido ao clube com uns amigos e eu só ia vê-la a noite. 

Depois, voltei para casa, comi uma fruta e comecei a ler meu livro, quando de repente o interfone toca:
-Nocolle? 
-Oi Alvaro. - Falei natural
-Diogo esta aqui, quer subir. 
Suspirei. E agora? O que fazer? Levar em consideração todas as maldades que ele me fez e manda-lo embora. Ou lembrar que ele salvou minha vida e deixá-lo entrar? 


[Continua]





Lorenzo e Cecília se encontraram....
Mas e aí, vocês acham que o pai de Cecí vai deixar que eles namorem?
Ou eles vão ter mesmo que fugir? 
Para isso, fiz a enquete la em cima,
"Cecília e Lorenzo devem fugir?" 
quero ver todo mundo participando em! 
haha' 

Maaaaaas
Diogo terminou com Erica, mas não disse que Nic está bem viva.
E ele foi até a casa de Nicolle, 
e aí?
Ela deve ou não deixá-lo entrar? 

Quero respostas!
O desfecho da história só depende de vocês.
;)

Beijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Capítulo 79

Como prometido, mais um capítulo para minhas leitoras lindas ;) 

[...]

-Nicolle! Nicolle, acorda. Não faz isso comigo não, acorda ai vai. 
Depois de me "salvar" da morte por afogamento, Diogo tentava me reanimar, batia de leve em meu rosto, me sacudia, mas nada acontecia.
-Droga Nicolle. Acorda vai... - Ele suplicava fazendo massagem cardíaca em meu peito.
Então, naquele momento ele tapou meu nariz e fez uma respiração boca a boca, e sim, foi isso que me salvou naquele momento, pois cuspi a água que tinha engolido e tossi bastante, recuperando o fôlego:
-Ai graças a Deus! - Diogo agradeceu e me ajudou a sentar. 
-Diogo? - Perguntei me sentindo perdida, meu corpo formigava, meu coração batia freneticamente. 
-Cê tá bem? - Agora ele parecia mais calmo.
-Não, eu não estou bem! Sai daqui, não em toca! - Relembrei tudo que tinha acontecido momentos antes.
-Poxa, nem um obrigada eu ganho? Se não fosse eu você tinha morrido aqui sozinha. - Ele jogou as mãos para o alto.
-Do que adianta morder e depois assoprar? A culpa disso tudo é sua, você ajudou Erica a me atrair até aqui, entrou no meu apartamento com a chave que devia ter me devolvido! Tanto ela quanto você são dois psicopatas, dois malucos! - Tentei dar um soco no peito dele mas meus braços ainda estavam moles como pano. 

Diogo suspirou, olhou em volta e viu duas toalhas penduradas nas cadeiras a beira da piscina. Levantou e foi pegá-las, depois me entregou uma delas e sentou-se ao meu lado:
-Eu me arrependi disso, juro que não sabia que ela pretendia... te matar. - Ele engoliu seco. 
-Ah jura? Tão inocente você né? Achou que la ia me trazer aqui pra que? Pra me dar um abraço? - Esbravejei enquanto me secava - Espera! Como vou saber se vocês não estão me enganando novamente? Cadê ela? - olhei em volta desesperada.
-Acho que já foi. Mesmo querendo, a Erica não sabe fazer o mal, porque nem ficou pra esperar se você ia morrer mesmo. - Ele sorriu de leve, fuzilei ele com o olhar. 
-Vai ver você veio terminar o trabalho pra ela. 
-E porque eu pularia na piscina e te tiraria de lá, depois te acordaria com uma respiração boca boca. Eu até estava com saudade do seu beijo sabia? - Ele continuou brincando.
-Ah seu idiota, porque fez isso! Não devia! - Tentei socá-lo d enovo mais ainda não tinha força. 
-Lembra da história da Bela Adormecida, que acorda com o beijo do príncipe? Somos nós. - O sorrisinho dele já estava me irritando tanto que eu tive vontade de afogá-lo.
-Porque me tirou de lá? Porque não deixou o plano da sua namorada dar certo? - Mudei de assunto.
-Você acha mesmo que eu seria capaz de assistir a morte de alguém podendo fazer alguma coisa? O que você pensa que eu sou? Nem parece que a gente ficou um ano junto.
-Esse foi o maior erro da minha vida. - Falei com raiva e ele sorriu.

Naquele momento ele fez uma pausa, esfregou a toalha nos cabelos para secá-los e quando parou com o movimento, tinha ficado ainda mais bonito. Claro que nada que chegasse aos pés de Luan, mas tinha que admitir, Diogo tinha sua beleza:
-Faz vários dias que estou pedindo a Erica para desistir disso tudo, pra esquecer, pra gente viver a nossa vida sabe, só nos dois. Mas ela não quer, está obcecada com essa coisa de te destruir. - Ele me encarou, agora sério - Eu ajudei enquanto ela queria fazer apenas coisas leves, afinal, você merecia sim ficar longe de Luan ou perder o emprego por exemplo, - Fiz careta - mas nunca imaginei que as coisas fossem chegar a esse ponto. Quando ela me disse que queria te trazer para cá eu fiquei com medo sim, pensei que ela poderia te amarrar, te torturar, mas nem me passou pela cabeça que ela fosse querer te afogar. 

-Foi você quem contou a ela que não gosto de água, não sei nadar. - Interrompi.
-É, eu contei várias coisas sobre você. Mas continuando, fiquei desconfiado desse "Encontro", mesmo assim, ajudei ela em tudo e deixei que viesse sozinha como ela queria. Mas em determinado momento, algo falou mais alto dentro de mim, então corri pra cá, quando cheguei, o carro da Erica não estava mais aqui, mesmo assim entrei e vi você, desmaiada na piscina, achei que fosse tarde demais. 

Senti calafrios só de pensar no que poderia ter acontecido:
-Ela só está usando você Diogo, não percebe isso? - Nem ser porque eu disse aquilo, devia deixá-los pois se mereciam. 
-Agora eu vejo que sim. Ela fez tudo de caso pensado, se aproximou de mim só para saber mais de você, para ter um parceiro. - Diogo olhou sem expressão para a água. 
-Você gosta dela? - Ah, porque Diabos eu estava perguntando isso? Devia odiá-lo, mas não, ia servir de conselheira sentimental. 
-Não sei, talvez eu tenha me encantado por aquele jeito bandido de ser. Não é todo dia que a gente encontra uma mulher que luta pelo que quer, dota determinada, decidida.
-E má, terrivelmente má! - Completei. 
-As boazinhas as vezes são chatas Nicolle. - Ele sorriu de novo, estava jogando uma indireta pra mim. 
-Já passou pela sua cabeça que um dia a "menina má" pode te matar sufocado com um travesseiro? 
-Ela não vai ter mais essa chance, pois quando souber que eu te salvei não vai mais querer nada comigo. Mas eu tenho que sair por cima né, então vou mandar um sms terminando tudo. - Ah, aquele era o Diogo que eu conhecia.
-Você é um idiota. Mas ela merece isso. 

Ao dizer isso, levantei, já estava sentindo minhas pernas de novo, apesar de ainda estarem um pouco bambas:
-Ei, onde você vai? - Ele perguntou.
-Embora. 
-Não quer passar no médico antes? Ver se tá tudo bem? - Ele levantou e me seguiu.
-Porque toda essa preocupação? A culpa disso tudo também é sua e não pense que porque tivemos uma conversa amigável e você disse que vai cortar laços com a Erica, eu vou ser sua amiga. - Larguei a toalha lá e continuei andando.
-Só lamento por você. Mas me agradecer seria bom em, você era mais educada antigamente.
-Eu até agradeceria se a culpa não fosse sua. - Cheguei até o carro e procurei as chaves dentro da minha bolsa encharcada. 
-Tudo bem, eu mereço isso. - Ele sorriu e se aproximou, me impedindo de entrar no carro - vamos falar sério agora. Me desculpa, por tudo, por todas as coisas ruins que fiz, eu fui manipulado. Mas não tenho raiva de você, era só coisa de momento, porque foi você quem terminou comigo. Eu sinto muito, de verdade. 

Seu olhar parecia sincero, mas eu não conseguiria confiar naquelas palavras, porque agora mais do que nunca eu estava desconfiada de tudo e de todos:
-Me deixa ir embora. 
E depois que disse isso, entrei no carro, dei partida e cantei pneus, deixando Diogo lá em pé, me olhando. Mas a justiça tinha que ser feita, ruim ou bom, ele salvou minha vida. 

Voltei para casa mais atordoada do que nunca, pois tinha acabado de escapar da morte e nascido de novo. Já escurecia e por sorte, consegui chegar rápido em casa. Nem pensei em condenar o porteiro por ter deixado Diogo entrar, só queria chegar em casa, tirar as roupas molhadas e tomar um banho quente. 

E foi exatamente isso que eu fiz, procurando esquecer tudo que tinha acabado de acontecer. E enquanto eu jogava as malditas rosas vermelhas no lixo, meu celular tocou, era Luan. Tentei conversar com ele normalmente, queria pensar melhor se deveria contar a ele o que aconteceu, se tinha que ser pessoalmente, se eu queria voltar a esse assunto. Então me concentrei apenas em ouvir a voz dele e sentir o conforto que ela me trazia:
-Tô te achando desanimadinha hoje... - Ele falou.
-Cansaço. - Falei apenas isso.
-Awn, queria estar ai com você. - Ele falou manhoso.
-Nem imagina o quanto eu queria que estivesse aqui agora. - Suspirei.
-Vamos nos ver logo, prometo. 
-Adivinhe o que estou fazendo agora. - Mudei de assunto.
-Sei lá, o que?
-Olhando para o Anel maravilhoso que ganhei de aniversário. - Estiquei a mão a minha frente. 
-Ah, que bom, sinal de que não tirou ele do dedo. - Ele sorria.
-Nem vou, é um pedacinho de você. 
-Exatamente, essa é a ideia. 
-Amor... - Chamei - Aconteça o que acontecer, eu quero que saiba que eu te amo, te amo muito, e vou amar pra sempre. - Falei, lembrando dos momentos de pânico onde a imagem dele era a única em minha mente.
-Porque está falando isso? O que esta acontecendo? - Ele se agitou.
-Nada, de verdade, eu só senti vontade de te dizer isso. 
-Não gostei dessa conversa...
-Fica tranquilo. Esta tudo bem, não posso dizer mais que amo você? - Tentei brincar.
-Não desse jeito, como se fosse te acontecer alguma coisa ruim. 
-Foi só modo de falar. Só quero que lembre sempre disso. 
-Hum... Vou ter que desligar agora, o dever me chama. Se cuida ta? Também te amo muito. - Ele ainda estava contrariado. 
-Ta bom, té qualquer hora, te amo. 

E assim desligamos. Logo depois disso, vesti um pijama confortável e  caí num sono profundo. E mais uma vez, tive um sonho com Lorenzo e Cecília. 


[Continua]




[AAAAA] 
Diogo salvou Nicolle, da pra acreditar num trem desse?
Mas e aí, o que acharam desse papo dele?
Será que é verdade?
E Nicolle em,
foi por pouco,
Se ela já não gostava de água, 
agora não entra mais em uma piscina de jeito nenhum. 
Mas e aí, 
mas um sonho,
o que será que vem por aí na história de Lorenzo e Cecília?

~~Aguardem~~

Beijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS