quinta-feira, 31 de julho de 2014

Capítulo 182

[...]


Confesso que fiquei surpresa com a disponibilidade de Vicente para começar nosso “trabalho” naquele mesmo dia, mas não achei ruim. Depois de mais uma aula com os gêmeos, combinamos tudo direitinho. Ele dava aulas na escolinha na parte da manha e da tarde, saía exatamente as 17:00 e as 18:00 já tinha aulas com sua turma de adultos, essa ala durava até as 19:30 e acontecia em uma espécie de ginásio próprio com aquela famosa piscina olímpica gigante. Então, era a partir das 19:30 que eu entrava na história.

-Não estou acreditando que você vai fazer aulas particulares com o bonitão. – Yara falava enquanto voltávamos para casa depois da aula dos gêmeos.
-Você falou igual a uma amiga minha agora. – Sorri e lembrei-me de Ju – Mas é isso mesmo, afinal, nunca mais quero passar pelo apuro que passei com aquele acidente de Lorenzo, agora nós todos vamos ser exímios nadadores lá em casa e eu vou perder esse medo de vez. – Sim, ela já sabia de toda a história, afinal, eram quase 3 anos trabalhando com a gente.
-E o que Luan acha disso?
-Deu total apoio. – Dei de ombros.
-Ele nunca viu Vicente não é? – Me olhou sorrindo.
-Não, mas isso importa?
-Ah, vai importar quando ele vir. – Ela gargalhou, fiz uma careta para ela.
-Ele nem é essa coisa toda.
-Não, só um deus lindo de olhos verdes, apenas. – Jogou as mãos para o ar.
-Ele pode ser qualquer coisa, o mister universo, para mim não muda em nada.
-Ta bom, vamos encerrar esse assunto, até segunda ordem. – brincou.
E encerramos mesmo o assunto, depois, passei em uma loja para comprar um maiô preto daqueles bem tradicionais e discretos e em fim fomos para casa.

A tarde passou rápido, falei rapidamente com Luan, pois ele estava atrasado e correndo como sempre, mas combinamos de nos falar de madrugada como sempre fazíamos. Quando a noite caiu, me aprontei, deixei os meninos com Yara e parti um pouco mais cedo por conta do trânsito, mas não teve jeito, cheguei ao local combinado exatamente as 19:42, 12 minutos atrasada.
-Ai desculpa o atraso, o trânsito, você sabe. – Me expliquei.
-Relaxa, ta tudo bem, afinal não perdemos tanto tempo assim né? – Sorriu me cumprimentando.

Dei uma olhada em volta do local, era basicamente grande, fechado, coberto, iluminado e a grande piscina ficava no centro. Senti calafrios só de olhar para ela, parecia que ia me engolir a qualquer momento:
-Então? Podemos começar? – Sua voz ecoou, estávamos completamente sós ali.
-Esse ligar ficou meio sinistro assim, vazio. – observei e ele riu de mim.
-Não esta vazio, estamos aqui. – Deu de ombros.
-Você entendeu. – Repreendi com o olhar.
-Entendi, mas e aí, vamos começar? – Insistiu.
Respirei fundo: - Vamos.
-O vestiário é ali. – Apontou.

Como sempre ele já estava preparado – de sunga – e fiquei imaginando se um dia veria Vicente com uma roupa normal, como qualquer outro cara. Então, sem mais delongas, fui me trocar e não levei muito tempo para isso, quando voltei, ele estava dentro d’água, dando largas braçadas até que percebeu minha presença ali, parou me olhou por completo sem se preocupar em ser discreto:
-Você não parece uma mãe de dois filhos. – Falou bem humorado.
-Acho que isso é bom. – Falei meio envergonhada.
-É, muito bom. – Se aproximou da borda – Que tal começar sentando aqui, sentindo a temperatura da água...

Fiz o que ele disse, quando minhas pernas tocaram a água senti que estava quentinha, ótima. Ele me olhava atento, então falei sem pensar:
-Você deve estar me achando ridícula.
-Eu? Imagina, já conheci muita gente com o mesmo problema que você, acredite. -  Ele falava como se quisesse me tranquilizar ou distrair – Isso é mais normal do que você pensa.
-Ah é? E como terminaram essas outras pessoas? – Enquanto perguntei isso ele me deu as mãos para que entrasse de vez na água, como disse, estava querendo me distrair com a conversa.
-Nadando tão bem quanto golfinhos, sem nenhum tipo de medo ou trauma. – Enquanto ele falava isso, escorreguei pela borda devagar entrando na água, ele me segurava pelas mãos.
-Isso é verdade ou esta querendo me tranquilizar? – brinquei para disfarçar minha aflição.
-É tudo mentira, na verdade 90% morreu afogado. – falou natural, senti uma palpitação.
-Não brinque com isso!
-Foi você quem começou a brincar engraçadinha. – Ele me olhou com seus belos olhos verdes – Consegue dar uns passinhos para chegarmos mais no meio?
-Não, estou ótima aqui perto da borda. – Falei séria, ele sorriu.
-Primeira lição, você tem que confiar cegamente em mim.
-Muito fácil falar. – Falei sem pensar de novo, não era para ele ter ouvido.
-Eu sei que não é fácil, mas pense que você deixa seus filhos comigo, isso não é confiar?
-Nossa, você é bom de argumentos. – Sorri.

Falando isso ele me convenceu a dar alguns passinhos em direção ao meio. Tecnicamente estávamos na parte rasa da piscina, a água estava na altura do meu estômago:
-Viu só quanto avanço? – Perguntou divertido – Você tem que sentir a água, relaxar e pensar que você comanda a situação. Tem que gostar da sensação.
-Não sinto nada disso, sinto que ela vai me engolir, me puxar para baixo e eu vou morrer lentamente.
-Eu não vou deixar isso acontecer. – Me olhou sério, sério demais.
-Então, qual o próximo passo? – Fui rápida.
-Você ainda não esta relaxada, olha sua postura tensa, você não esta nem confiando em mim ainda. Como eu disse, vamos sentir a água, pode começar molhando a cabeça, o que acha?
-Nada bom. – Fui sincera.

-Você parece uma criança sabia? – Riu de mim – Mas eu entendo, molhar  a chapinha é algo difícil para as mulheres. 
-Há, que engraçadinho. - Fiz careta, estava ficando cada vez mais a vontade com Vicente. 
-Vamos lá, no três você mergulha, devagar ok? Não vou soltar suas mãos e não precisa ir até o fundo, só até cobrir a cabeça. 

O observei por um instante, ele me esperava. Respirei fundo, olhei a água e respirei mais uma vez tentando relaxar, mas só estava ficando mais nervosa,  o olhei de novo:
-No seu tempo... - Falou compreensivo, me senti mais tranquila - Não vou soltar você, prometo. 

Então, depois disso, enchi o peito e tomei coragem mergulhando o suficiente para cobrir minha cabeça e como eu temia, a água pareceu me engolir totalmente, não me atrevi a abrir os olhos e e logo volteia  superfície:
-Bom, mas vai ficar melhor. - Falou enquanto eu tirava a água do rosto - Agora vem cá. 

Sem falar mais nada me apoiou pelas costas e buscou minhas pernas "me pegando no colo". Pega pelo susto cravei as unhas em suas costas e acho que machucou, mas ele não reclamou e prosseguiu:
-Você já deve ter visto isso em algum lugar certo? Sabe o que tem que fazer. - Continuou com as instruções. 

Eu estava naquela situação meio boiando, flutuando e ele dando apenas um apoio em minhas costas. Fechei os olhos por um instante e procurei relaxar, aquela foi a melhor experiência que tive com água na vida, era como se eu estivesse flutuando sobre as nuvens: 
-Bom não é? - Ele me despertou dos pensamentos, quando abri os olhos ele sorria para mim -É assim que tem que se sentir, sempre. 
-Você não enjoa de ficar 24 horas dentro d'água? - Perguntei voltando a fechar os olhos, senti curiosidade de saber aquilo. 
-Não, pelo contrário, no dia que não entro na água parece que nada valeu a pena. - Ouvi apenas sua voz, mas ainda tinha certeza de que suas mãos estavam me apoiando e fazendo movimentos de vai e vem
-E como começou isso tudo? Digo, como chegou a trabalhar com isso?
-Comecei como Henrique e Lorenzo, era um pouquinho maior, comecei umas aulinhas a toa, depois peguei gosto conforme fui crescendo e comecei a competir, quando era adolescente queria ser um nadador profissional mas eu nunca chegava em primeiro lugar, então, aos poucos fui desistindo dessa ideia e me tornei professor. 
-Você ficou chateado por não conseguir ser um nadador profissional? - Continuei com as perguntas. 
-No começo sim, eu era um adolescente. Mas depois me conformei, além do mais adoro o que faço, principalmente a parte das crianças. - Abri os olhos e vi seu sorriso ao falar isso. 
-As coisas são como tem que ser. - Soltei um clichê.
-É, mas você sta ai me enrolando com essa conversinha pra ficar nesse bem bom né? Acabou o descanso, já relaxou demais. - Após dizer isso me soltou e eu voltei para a dura e velha realidade. 

Continuamos com a aula, naquele primeiro dia não fizemos nada de extraordinário, foi mais um trabalho piscicológico mesmo, para que eu me acostumasse. Ele disse que tinha que ser aos pouquinhos, devagar, até eu perder totalmente o medo e me livrar de todo esse trauma. 

-Bom, acho que já chega por hoje. - Disse em determinado momento. 
-É, já deve ser tarde. - Ele me ajudou a voltar até a borda depois subir nela, assim, finalmente saímos da água. 
-Então me diga, o que achou do nosso primeiro dia? - Me perguntou enquanto corria para pegar suas toalhas. 
-melhor do que eu imaginava que seria. - Sorri de canto, ele me jogou uma toalha. 
-Acho que isso é bom, quer dizer que vamos continuar? 
-Se você puder e quiser... 
-Claro Nicolle, vai ser um prazer, você é bem legal, merece uma força. - Falou tão natural quanto um garoto. 
-Obrigado. 
Depois disso fui me trocar de novo e na volta do vestiário vinha checando meu celular, foi ai que notei 3 chamadas perdidas de Luan ao longo do tempo da aula. 

Resolvi que retornaria só quando chegassem casa, então me despedi de Vicente, combinamos o dia da próxima aula e depois fui pra casa e só quando cheguei lá, liguei para saber o que Luan queria. 

[Continua]





Amores, 
triste notícia, 
hoje só tem um capítulo porque meu dia foi meio corrido. 
Mas amanha vou tentar fazer dois ok? 
Prometo! 

Quanto ao capítulo... 
primeira aula de Nic, 
gostaram? 
Mas e Luan em? 
O que será que vai dizer por ela não ter atendido o celular? 

Aguardem! 

Beijos

Mayara
@Luansmyway

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Capítulo 181

Segundo capítulo da noite,espero que gostem ;) 

[...]

Naquela sexta-feira, depois da aula dos meninos, resolvi passar no Jornal pra matar um pouco a saudade dos meus amigos e dos velhos tempos. Eu ia lá de vez em quando e nada nunca mudava, mesmas pessoas, mesmas instalações, mesma Ju e mesmo Valter que se derretia por Lorenzo e Henrique: 
-Olha só como cresceram esses meninos, daqui a pouco estão maiores do que todos nós! -Falava empolgado - E você Nic, linda como sempre, não muda. - Me abraçou apertado. 
-Não sei se isso é bom ou ruim em. - Brinquei. 
-É ótimo amiga, esta maravilhosa, nem parece aquela gravida gorda de antes, jamais vou esquecer aquela fase da sua vida. - Ju, sincera como sempre - Por tanto, nada de bebês por enquanto ok? Você não pensa em ter mais bebês, pensa? - A rapidez dela estava me deixando zonza. 
-Nada de mais bebês por enquanto, fique tranquila. 
-E você Ju? Quando vai ter bebês? - Valter brincou. 
-Nunca! Pra sofrer que nem a Nic? Deus me livre! Mas quando me casar com um velho, milionário, que esta quase morrendo, vou adotar um herdeiro, ou melhor vamos, eu e ele, principalmente ele né, vamos ser muito felizes até o oxigênio do velho acabar. - Tagarelava sem parar. 
-Você é louca. - Falei naturalmente. 
-Sou mais sã do que todos vocês meus caros. - Ergueu o dedo falando seriamente. 
-Então boa sorte a procura do seu velho rico. - Valter continuou a brincar - E vocês garotos, o que acham da gente ir ali tomar um sorvetão em? 
-Como assim sorvete? Já é quase hora do almoço Valter. - Protestei.
-Nossa, que mãe chata vocês tem! - Ele falou para os meninos. 
-Ah, essa chata queria convidar vocês para almoçar... - Fiz bico. 
-Adorei! Bora Valter? - ju se animou. 
-Tenho pouco tempo... - Ele nos olhou. 
-Você vai me negar isso? Sua melhor repórter de todos os tempos? - Fiz um pequeno drama. 
-Jamais. - Ele sorriu. 

Então, fomos todos almoçar num restaurante tranquilo ali perto. Confesso que minha intenção de almoçar com Ju era para falar sobre Vicente e pensarmos num possível encontro dos dois já que sou uma ótima amiga, porem, depois daquele discurso sem noção e também porque Valter estava com a gente, não rolou, então deixei isso para outro dia. 

Fora isso o almoço foi maravilhoso, muitas risadas, boas lembranças e um determinado momento que tocou fundo dentro de mim:
-Vamos falar sério agora Nicolle... - Valter iniciou - Não pensa mesmo em voltar a trabalhar? 
-Na verdade, desde que tive os gêmeos eu não penso nisso. Estou tão imersa em ser mãe que o resto pouco importa, mas sinto saudade as vezes, confesso. - Suspirei. 
-Entendo, mas muita gente concilia trabalho com a maternidade, você devia tentar. - Ele insistiu. 
-Voltar a ser repórter? Sem ter hora para sair, para chegar, sem saber se vou ter o fim de semana livre, ou se vou chegar em casa viva dependendo do tipo de reportagem? - Sorri amarelo - Acho que não dá pra conciliar. 
-Muito bonito o sacrifício que faz por seus filhos - ele se deu por vencido - mas saiba que se um dia quiser voltar... 
-Eu sei bem disso. Mas acho que vou mudar os caminhos agora, desde a gravidez venho escrevendo, várias coisas, contos, crônicas, histórias, quem sabe eu não publique alguma coisa um dia. - Dei de ombros. 
-Claro, seu maior sonho é publicar um livro! - Ju se lembrou. 
-Isso mesmo. E escrevendo eu fico todo o tempo em casa, com eles, em fim, tudo se encaixa. 
-Mesmo assim, no que for fazer, pode contar sempre comigo. - Valter me deu a mão. 
-Sei disso. 
E assim encerramos aquele assunto. Finalmente Valter conseguiu tomar o sorvete que queria junto com os garotos, ele parecia uma criança grande. 

Eu estava quase certa de que o ramo da reportagem não era mais para mim, mas nunca parei com a escrita, com os projetos, só estava esperando o momento certo para usar todo o material que tinha.

Depois do almoço voltei para casa com os gêmeos e por volta de umas 15:20 da tarde Luan ligou, como sempre fazia:
-Bom Dia! - Dizia ainda sonolento. 
-Boa Tarde. - Sorri - Deixe-me adivinhar, acabou de acordar né? 
-Isso ai, e vocês? 
-Hoje eu já malhei, levei Henrique e Lorenzo para a aula de natação, passamos no jornal, amoçamos com Ju e Valter e agora estamos aqui de bobeira, mas no fim da tarde vamos dar um passeio com penélope por ai. Somos ou não somos cheios de energia? 
-Nossa, me cansei só de ouvir. Parabéns. Mas me conte como foi a aula dos meninos hoje. - Quase pude vê-lo esfregando os olhos enquanto falava, todo esparramado em meio aos lençóis. 
-Foi ótima, se divertiram muito como sempre. 
-E você, decidiu se vai fazer a aula também ou não? - Ele lembrou-se. 
-Tô pensando ainda. Conversei com o professor dos meninos sobre isso hoje... 
-E? 
-Contei tudo a ele, todos os meus "problemas", ele disse que vou precisar de uma atenção especial. - Agora o imaginei fazendo careta. 
-Como assim, atenção especial? 
-Ah Luan, você sabe, eu não tenho coragem nem de sentar na borda da piscina, você queria que eu fizesse uma aula mais 15 pessoas se mexendo ao meu lado? - Perguntei em tom natural. 
-Ah, entendi, ele vai ter que começar do zero, além de ter que fazer um trabalho piscicológico com você né? - Senti uma sombra de deboche, e a história do maldito psicólogo de novo. 
-É, isso mesmo. Porem, daqui a umas semanas serei uma seria nadando lindamente. - Joguei em sua cara. 
-Hum, estou ansioso para ver isso. Apoio totalmente as aulas, mas tipo, podia ser uma professorA né? Porque esse cara ai vai ficar te segurando pra lá e pra cá, pegando em você... 
-Me respeita Luan! - Reclamei - Pegando em mim, como assim... Eu em! 
-Ei, calma, calma. - Sorriu divertido - Confio em você. 
-Ótimo, porque esta decidido, vou fazer a aula com Vicente, o professor dos meninos. - Falei decidida. 
-Tudo bem, vamos em frente. - Ele continuava a sorrir. 

Luan estava tranquilo naquele momento, me incentivando a ir em frente e fazendo até brincadeirinhas sem graça em relação ao professor, mas até quando isso iria continuar? Até ele estar frente a frente com Vicente? Algo mais iria acontecer. 

Conversamos sobre várias outras coisas e os gêmeos falaram com ele também, depois teve que desligar como sempre para ir cuidar de sua vida e nós fomos fazer o mesmo e tudo correu bem no restante do dia. No sábado, Yara voltou para nossas vidas e fomos junto com os gêmeos visitar vó Amélia. Nem preciso dizer que foi Maravilhoso, Yara adorava minha vó assim como todos que a conheciam, sempre ia comigo para que vovó lesse sua mão e era capaz de ficar horas conversando com ela sobre essas coisas todas de sorte, destino e tudo mais.

Quando Vó Amélia pegou minha mão já viu tudo de cara:
-Esta tomando decisões, dando novos passos, isso é bom. - Sorriu para mim.
-Estou fazendo a coisa certa quanto a isso? - Perguntei. 
-Você acha que é o certo? - Me devolveu a pergunta - Se acha siga em frente, é assim que temos que viver a vida. 
-E o que mais? - Perguntei. 
-Nada além das pequenas ondas da vida, só que dessa vez não cabe a você decidir se elas serão mesmo somente pequenas ondas ou vão virar um tsunami. - Ela falou séria. 
-Vó, seja mais clara por favor... - Pedi já sabendo a resposta. 
-Estou sendo clara menina, mas você sabe que nada do que eu disser vai mudar o curso das coisas, as proves estão ai para testar a gente a todo momento, cabe a nós decidir como vamos passar por elas. 
-Ah não, mais provas, ondas, tsunamis, mais testes? - Reclamei. 
-Ah Nicolle, e que graça teria a vida sem "uma mexidinha" de vez em quando? Algo ou alguém para dar mais sabor?  - Ela falou sorrindo. 
-Eu só quero paz vó, apenas. - Suspirei. 
E assim, sem saber muito o que iria acontecer e o que minha vó tinha dito, encerrei aquela visita. 

Logo o fim de semana se foi, já no inicio da outra semana, Luan passou rapidamente em casa na segunda feira, mas na terça já teve que voltar ao trabalho de novo, nos últimos tempos sua vida estava extremamente corrida. 

E assim a quarta feira chegou, normalmente levei os meninos para a natação mais uma vez e assim que chegamos, Vicente veio nos receber animadamente e depois me perguntou:
-E aí? Aquele nosso lance ainda esta de pé ou você vai dar pra trás? - Oi? "Aquele nosso lance?". 
-Esta mais que de pé, quando podemos começar? 

Falei decidida ignorando qualquer outra coisa. Ao ouvir isso ele sorriu para mim, olhou um pouco o chão, depois voltou os olhos verdes para mim de novo, então disse:
-Hoje mesmo! 


[Continua]



Isso ai minha gente, vamos fazer essa Fic andar, 
coisas acontecendo rápido, 
Nic decidiu fazer aulas com Vicente, 
Luan apoiou.... Por enquanto. 
Não tem como fazer muito mistério do que vem por ai né?
hahaha'

Aguardem!

Até amanha, 

Beijokas

Mayara
@Luansmyway

Capítulo 180

Antes de começar o capítulo, digam "Oi" para o Vicente meninas hahaha' #DispensaMeusComentários



[...]

-E aí campeões! 

Vicente recebia os gêmeos de braços abertos para um abraço, enquanto eles corriam para ele completamente empolgados:
-Nossa, eles gostam mesmo de você. - Falei meio espantada. 
-Isso é bom não é? - Ele me olhou sorrindo. 

Depois desse "encontro lindo", os gêmeos foram direto para seus novos amiguinhos, enquanto Vicente - que hoje estava mais comportado de short, camiseta e chinelos, ao contrario dos outros dias em que ficava desfilando de sunga no meio das mães que suspiravam - veio até mim e disse:
-Senti sua falta na aula passada, foi a babá quem trouxe os meninos. 
-É que fiz uma pequena viagem, não cheguei a tempo de trazê-los. - Falei meio sem jeito. 
-Entendo. E eu seria indiscreto demais se perguntasse para onde foi? - Sorriu novamente, direcionando a mim aquele par de olhos verdes. 
-Ubatuba. - Respondi sem pensar - Comemorar meu aniversário de casamento. - Será que eu estava falando demais?
-Uau, parabéns! Quanto tempo de casados? - Ele fazia muitas perguntas. 
-2 anos. 
-2 anos? Mas os gêmeos tem quase... 
-Se você quiser ler minha biografia é só falar. - Falei aquilo tentando não parecer grossa e sim brincalhona, depois sorri, ele entendeu. 
-Ah, desculpe, é que eu sou um tanto curioso. Principalmente quando se trata da vida de uma famosa. 
-Famosa? Eu? Ok. Quando cheguei aqui no primeiro dia você nem fazia ideia de quem eu era. - Sorri enquanto olhava os gêmeos ao longe com outras crianças. 
-É verdade. Mas não é um pecado eu querer saber um pouco mais sobre a sua vida, é? - Fez gestos com as mãos. 
-Depende. Antes de ter meus filhos eu era jornalista, isso quer dizer que eu gosto de fazer as perguntas e não de respondê-las. 
-Nossa, desculpe então. Mas voltando ao assunto da fama, você não gosta muito de se expor né? Afinal, você é a "senhora Santana" e eu nunca te vejo em programas, revistas nem nada do tipo. 

Talvez ele tenha feito aquilo de propósito, porque eu tinha acabado de falar que não gostava de responder perguntas e ele continuou. Isso me lembrou um pouco Diogo, ele também era assim, só que cem vezes mais debochado e arrogante. Vicente parecia ser só, divertido. 
-Não vejo por que me expor, nem expor meus filhos, afinal, a celebridade é Luan, não eu. Sou meio tímida também. 
-Percebi. - Sorriu divertido depois passou os dedos por entre os cabelos que voltaram para o mesmo lugar. 

O observei por um instante e pensei em como Ju gostaria de conhecê-lo, na próxima aula ligaria para ela vir junto comigo:
-Mas mudando de assunto de novo, pensou na minha proposta? - Perguntou me tirando dos pensamentos. 
-Que proposta? 
-Da aula de natação, a noite, turma de adultos...? - Finalmente me lembrei. 
-Ah! Bom é que... Eu... tenho um certo problema... - Não sabia como dizer, aliás, não queria dizer. 
-Problema? Como assim? - Me lançou um olhar indagador. 
-É que... - Mas antes de falar, fui interrompida por uma voz chamando Vicente. 
-Vicente! Ta na hora de começar. - Um dos instrutores avisava. 
-Ta, vamos começar. - Ele respondeu, depois voltou-se para mim - Quero saber que problema é esse, podemos conversar depois da aula? 
-Claro. - Respondi sem pensar muito. 
-Ok. 

Então ele tratou de começar a aula, enquanto eu procurei um lugar para me sentar com as outras mães e observar tudo. Eu estava sozinha com Lorenzo e Henrique naquele dia, Yara estava de folga. 

Troquei algumas palavras com as outras mães que ali estavam, mas maior parte do tempo fiquei a observar meus pequeninos super afoitos dentro da piscina, era lindo de ver a felicidade deles naquele momento, já tinham aprendido bastante coisa, mas ainda usavam boias nos braços, então ficavam pra lá e pra cá flutuando e fazendo festa com os outros garotinhos e garotinhas. Além do mais, Vicente era pura animação, fazia de tudo uma grande brincadeira junto com os outros professores e logo a uma hora e meia de aula se passou. 

Encerrada a aula, mães e crianças despedram-se do professor e restaram somente eu e os gêmeos:
-Pronto, agora você pode me contar qual é o seu problema. - Falou natural enquanto secava os cabelos com uma toalha branca. 

Eu também estava terminando de secar os gêmeos e vesti-los quando ele se aproximou falando isso. Então, respirei fundo, o olhei e disse:
-Bom, eu... - Mas antes que eu concluísse, Maísa, a coordenadora da escolinha chegou animada. 
-A aula acabou? Ah que pena! E vocês bonitinhos, como estão? - Falou com os meninos que não deram muita bola pra ela não. 
-Pois é Maísa, a aula acabou e eu pedi que Nicolle ficasse um pouco mais pra gente conversar. - Vicente cortou, até eu senti a indireta para que ela saísse. 
-Ah, é algum problema com os gêmeos? - Ela perguntou a ele - Eu posso ajudar em alguma coisa? 
-Não, são assuntos profissionais, mas que não tem a ver com a escolinha. - Eu quem respondi antes que ele falasse demais. 
-Entendo. Não esta querendo tirar meu melhor professor daqui, está Nicolle? - Ela brincou. 
-Não, nem se preocupe com isso. - Respondi sorrindo. 
-Ótimo. E que tal se eu levasse os meninos para dar uma voltinha, experimentar outras aulas... Assim vocês podem conversar melhor. - Se ofereceu. 
-Se não for atrapalhar... Fiquei sem graça, eu não conseguia mais viver sem Yara. 
-Imagine. Fique tranquila, vou cuidar bem deles. 

Depois disso ela saiu e por incrível que pareça os gêmeos aceitaram ir com ela. Fiquei olhando até eles sumirem de vista sem saber se tinha feito bem ou mal:
-Não se preocupe, ela só quer que você os matricule em outras aulas e consequentemente pague mais. 
-Você não mede muito as palavras não é mesmo? - Voltei meu olhar para ele que sorriu. 
-Só quando é preciso. Mas e então... Vai me contar ou não? 
-Também não me de a curiosidade... 
-Só quero saber se posso ajudar, é diferente. Mas se não quiser falar fique a vontade. - Deu de ombros. 
-Eu tenho uma espécie de trauma. - Falei antes que alguém nos interrompesse de novo e eu perdesse a coragem de vez. 
-Trauma? Como assim? - Ele me convidou a sentar. 
-Não sei se posso chamar de trauma, eu nunca sofri nenhum acidente que envolvesse água, nunca me afoguei, em fim, eu tenho pavor de piscinas, rios, mares, tudo, desde que me entendo por gente, não suporto ficar perto de uma piscina como essa. - Apontei. 
-Sei... Mas você disse que nunca se afogou ou coisa parecida... 

Lhe contei tudo mais detalhadamente, de que raramente me atrevia a entrar na água, jamais fazia isso sozinha, e sentia náuseas só de olhar. Contei também sobre o acidente com Lorenzo e que isso me incentivou a mudar minha posição quanto a esse medo todo. Ele me ouviu atentamente e disse por fim:
-Agora entendi porque usou a palavra problema. Mas como todo problema, esse também tem solução. Já procurou um psicólogo pra falar sobre isso? 
-Porque tudo na vida agora tem que passar pelo psicólogo? - Me irritei sem querer, para mim, não gostava dessa coisa de psicólogo, era como seu eu estivesse maluca. 
-Não é tudo, é só o que tem a ver com a cabeça e seu problema esta diretamente relacionado. Mas se não quer procurar um psicólogo tudo bem, não precisa ficar brava. - Jogou as mãos para o ar. 
-Desculpe. - Suspirei - É que esse negócio de psicólogo me deixa nervosa.
-Entendo. Mas vamos voltar ao foco do problema. Aulas convencionais com uma turma de pessoas não vão funcionar para você, afinal, pelo que entendi você não passa nem perto de uma piscina. 
-Exatamente. 
-Você precisa de aulas particulares, mas não aulas comuns, você precisa que eu lhe ajude a perder o medo antes de tudo. - Me surpreendi com aquelas palavras. 
-Aulas particulares? Tipo, só nós dois? - Falei sem pensar mais uma vez. 
-É, algum problema com isso? - Me olhou sério. 
-Não... Quer dizer, não sei... Não importa a forma, eu só preciso de ajuda. - Encarei o chão. 
-Eu vou te ajudar. Deve ser horrível viver assim... - Ele buscou meu olhar novamente. 
-Nem me fale, já perdi tanta coisa. - Esbocei um sorriso sofrido. 
-Só que não vai perder mais! - Se animou - Você vai superar esse medo e em pouco tempo vai estar nadando como uma sereia. 
-Bem confiante você né? - Brinquei. 
-Não estou confiando em mim, estou confiando em você. 

E ao dizer isso ficou me encarando por longos segundos, os olhos dele eram realmente lindos, mas, eu não podia - nem devia - ficar os olhando muito tempo:
-Eu tenho que ir. - Levantei de repente. 
-Mas a gente nem acertou nada... - Ele protestou. 
-Na próxima aula dos meninos a gente acerta tudo, eu preciso mesmo ir... - Comecei a caminhar - Obrigada por tudo, de verdade. 
-Me agradeça quando eu lhe ajudar a superar o medo e for uma nova mulher. - Sorriu e acenou - Até quarta-feira. 

Acenei de volta e fui em busca dos meninos sem acreditar que eu tinha contado aquilo tudo a um "quase-estranho". Mesmo assim estava me sentindo bem de alguma forma, agora era pensar se aceitaria ou não a ajuda de Vicente. 


[Continua]




Nem sentiram minha falta né? 
hahaha' 

Descuuuuuuuulpem pelas falhas...
Fiquei sem net esses dois dias, 
em fim, 
já sabem que vou compensar né? 
E para isso, começamos com dois capítulos hoje ok? 
*--*

Quanto a esse capítulo... 
E aí? Gostaram da fotinho do Vicente? 
kkkkk' 
Conhecido esse senhor ai né? E muito lindo também,
agora fiquem imaginando ele na água, todo molhado jogando esse cabelo para trás. 

Maaaaaaas.... 
Nic e Vicente conversaram muito, 
e ela acabou contando a ele sobre seu problema com a água. 
Ele está disposto a ajudá-la. 
Mas o que vocês acharam desse negócio ai de aulas particulares?
E Luan? O que será que vai achar? 
haha'

Aguardem! 

Outra coisa....


Para quem esta pedindo aquela minha primeira Fic que a mocinha tinha o meu nome, cantava e tal e coisa, tenho uma noticia triste para vocês, eu exclui. Isso mesmo, exclui porque naquele tempo eu não sabia escrever, tipo, a ideia era boa mas eu não tinha noção nenhuma de ortografia e gramática, fiz ela toda feia, toda mal escrita, então apaguei kkkkk desculpem! Quem sabe um dia não "reescrevo" ela né? ;)

Mais tarde todo mundo aqui de novo em! 

Beeeeeijos

Mayara
@Luansmyway

domingo, 27 de julho de 2014

Capítulo 179

[...]

Tudo tinha saído perfeito ou mais que perfeito, e agora eu respirava aliviada, deitada sobre o peito dele depois de muito amor. Tínhamos conseguido mais um momento lindo para guardar na memória, onde tínhamos expressado quão grande e belo era nosso amor. Eu estava mais que feliz, tudo tinha dado certo, finalmente eu tinha feito algo para retribuí-lo e estávamos juntos, o que era o mais importante de tudo. 

Ele me deu um beijo, interrompendo meus pensamentos que voavam distantes, depois disse brincalhão:
-Um girassol por seus pensamentos. 
-Estou pensando em nós, isso não é nenhum segredo. - Respondi tocando a ponta do seu nariz - E você? No que esta pensando? 
-Posso ser sincero? - Perguntou com ar divertido. 
-Deve. 
-Estou pensando que ainda não acredito que você deixou os gêmeos em casa, uma noite sem você, só para fazer essa surpresa toda para mim. - Ele deitou-se de ladinho, de um jeito que seu rosto ficava frente a frente com o meu. 
-Uma vez você me perguntou se eu ia ser aquelas mães que não tem vida própria e que vivem em prol dos filhos, esquecendo de si mesma, do marido, lembra? 
-Claro, nossa viagem a Itália, Roma pra ser mais exato. - Ele lembrou-se. 
-Então, eu decidi que não vou ser assim. Hoje é uma data especial nossa, você merecia isso, nós merecíamos isso. Os gêmeos podem me ter as outras 364 noites do ano. - Sorri - Mas isso não quer dizer que parte do meus pensamentos estão lá. 
-Hum, que linda, estou orgulhoso de você. - Selinho - E feliz por saber que eu também sou importante. 
-Argh, você é muito importante e sabe disso. Gostou mesmo, de tudo? 
-Gostei, adorei, amei como já disse, foi incrível, você é maravilhosa,a melhor! - Ganhei mais beijos depois disso. 
-Ótimo então. - Sorri. 
-Mas eu fiquei sabendo de uma coisa... - Deu um sorrisinho suspeito nesse momento. 
-Ah é? O que? 
-Seu Francisco, o senhor da lancha, me disse que você veio de lá até aqui com os olhos fechados, toda encolhida, morrendo de medo. - Ele ria de mim, safado. 
-Ah Luan! - Reclamei - Você sabe como eu sou, tenho pavor dessa coisa toda de barcos, lanchas e tudo mais, afinal, tudo envolve água. Mas eu disse que ia mudar isso não foi? 
-Foi sim, e eu também estou orgulhoso por isso. 

Ao dizer isso, buscou minha mão depois a beijou, sempre me olhando nos olhos e deixando transparecer toda a verdade que existia ali:
-Mas por falar nessa coisa toda de água, como os garotos estão indo na aula de natação? 
-Ótimos, foram na quarta e na sexta da semana passada, adoraram, você precisava ver, se comportaram como quando você brinca com eles na piscina, adoram o professor e já fizeram até uns amiguinhos por lá. - Contei empolgada, era incrível como todo o tempo nossa conversa parava os gêmeos - Amanha tem de novo, se não chegarmos a tempo, disse a Yara que os levasse. 
-Ah, quero ir com eles um dia para ver como é que é. 
-Eles vão morrer de alegria, você sabe né? - Imaginei. 
-Mas e você? Porque não entra nessa onda de aula de natação também? Acho que ia ser legal. - Ele deu a ideia. 
-Sabe que o professor dos meninos se ofereceu para me dar aulas? Quer dizer, eu não contei para ele sobre todo o meu problema, mas ele me convidou formalmente para participar da turma de adultos. 
-Hum, professor é? Não sei se estou gostando disso. - Fez careta, mas achei que não era sério. 
-Bobo, porque não me guarda num potinho? - Sugeri brincando. 
-Até que não seria má ideia. - Me puxou mais pra perto, seu rosto colado no meu - Tô brincando, confio em você, mas acho que eu mesmo tenho que te dar essas aulas ai. 
-Ta, não sei que horas, afinal você não tem tempo nem de se coçar, mas vou esperar por isso. - Dei de ombros. 
-Engraçadinha. - Me beijou de repente. 

Depois de mais alguns beijos, gracinhas e carinhos, o olhei séria, toquei seu rosto com uma das mãos, talvez tentando memorizar aquela face tão bonita, aquele rosto de anjo, então disse:
-Obrigada por ter entrado na minha vida, mesmo daquela forma tão maluca. - Sorri admirando o brilho dos seus olhos. 
-Você que era maluquinha e saia de madrugada sem rumo, anda bem que não faz mais isso hoje, ou faz? - Brincou. 
-Não, não faço. Mas confesso que agradeço todos os dias por ter saído de casa naquela madrugada e conhecido você. 
-Se você não tivesse saído naquela madrugada, não importava, O destino tinha dado outro jeito de nos unir, eu sei. - Me banhava com aquele sorriso mais lindo enquanto falava. 
-É, tem razão, estaca escrito. 
-Estava escrito e nunca vai ter fim. 
E naquele clima tão bom ficamos até pegar no sono, ali mesmo, abraçadinhos sem se importar com o conforto do lugar. Tínhamos um ao outro, tínhamos nosso amor e era só isso que importava.

Não dormimos muito, meu relógio biológico fez questão de me acordar bem cedinho e agradeci por isso, pois teríamos chance de aproveitar mais um pouquinho aquele lugar lindo e  paradisíaco, então, chamei Luan:
-Amor, acorda. 
-Ãh? Que horas são? - Ele parecia meio perdido. 
-Sete e pouco. 
-Que? Sete? Porque tão cedo? - Reclamou e eu sorri. 
-Temos que voltar para casa, é muita estrada. Não quer ficar um pouco com os gêmeos antes de viajar de novo? - Expliquei.
-Ok, você venceu. - Ele sentou-se esfregando os olhos. 
-Além do mais, tenho certeza que vai querer dar um mergulho nessas águas lindas que estão ali fora. 

E realmente as águas estavam lindas, o dia estava lindo, tudo estava maravilhosamente lindo para mim. 

-Ah, com certeza eu quero dar um mergulho. - Ele falou já arrancando a camisa quando se deparou com aquele visual lindo - Você vem? - Me olhou pidão. 
-Não trouxe biquíni. - Dei de ombros, ou será que foi desculpa? 
-Quem vem para uma praia e não trás biquini? Sorriu divertido - Mas acho que isso não importa agora, importa?
-Não, não importa. Mas vá na frente! - incentivei. 

E então ele deu seu "show", primeiro se familiarizando com a água ali no razinho, depois nadando lindamente na parte mais funda, sua beleza se misturava com o verde das águas, seu corpo molhado era quase como uma pintura, perfeito. 

Depois de observá-lo um pouco, acabei tomando coragem, me livrando das roupas e me forçando a entrar na água. Eu sabia que todo o processo até que eu virasse uma nadadora destemida e profissional levaria tempo, mas tinha que partir de algum ponto e aquele lugar lindo seria um belo começo.

Fui caminhando devagar, e cada gota que tocava meu corpo me fazia lembrar do acidente com Lorenzo na piscina, mesmo assim, me obriguei a esquecer esses pensamento e seguir em frente. Luan veio me ajudar, me segurando pela mão então consegui entrar até um pouco acima do umbigo:
-Aqui é diferente da piscina, tem mais movimento e da mais aflição. -Confessei. 
-Tenta relaxar, olha a cor dassa água, olha esse visual, esquece o medo, os problemas. - Ele me puxava para perto. 
-Ai, queria ver as coisas assim, como você vê. - Sorri tentando em distrair. 
-Mais uns 5 anos de casados e você vai aprender direitinho. - Brincou. 
-Espero ansiosa por isso. 

Ficamos ali mais um tempinho, entre beijos, abraços e carinhos, depois saímos, nos secamos e trocamos com roupas que eu tinha trazido para mim e para ele pois já imaginava que isso aconteceria. Depois, matamos a  fome com frutas e logo deu a hora marcada que combinei com seu Francisco para nos buscar. 

Foi difícil se despedir daquele paraíso, mas prometia  mim mesma que voltaria ali mais vezes e traria Lorenzo e  Henrique. Passei mais um pequeno aperto no percurso de lancha e agradeci quando chegamos e terra firme, adentramos meu carrinho e pegamos a estrada de volta para São Paulo. 

No caminho fomos ouvindo música, cantando alto e conversando sobre coisas banais, assim, as duas horas e meia de estrada passaram voando. Quando chegamos em casa eram quase 11:00 da manha:
-Lar doce Lar! - Falei abrindo a porta - Eu fico tanto aqui que quando saio, sinto falta. 
-Já eu não fico nada aqui, e sempre sinto falta. - Luan brincou, sorrimos juntos - Lorenzo! Henrique! Papai chegou! - gritava pela casa. 
-Eles estão lá em cima tomando banho com Yara, acabaram de chegar da natação. - Dora veio nos receber. 
-Áh, vou lá agora! - E sem mais delongas ele subiu as escadas correndo. 
-E aí Dora, tudo bem por aqui? - perguntei olhando em volta. 
-Tudo ótimo, Lorenzo e Henrique tiveram uma noite ótima, não reclamaram nada. 
-Ai como eles são independentes, daqui a pouco me deixam e vão morar sozinhos. - Brinquei - E o almoço? Tô morrendo de fome. Pode fazer todas aquelas coisas que o Luan gosta ta? 
-Pode deixar. 
-Brigada, agora vou lamber minhas crias. 

Quando cheguei ao quarto Lorenzo e Henrique estavam correndo pelados e fazendo a maior farra com o pai, então, só me restou entrar naquela brincadeira toda. Pelo que parecia eles nem sentiram a  minha falta na noite anterior, pode isso? Mas o tempo que tínhamos era curto, então almoçamos todos juntos, nos curtimos mais um pouco e logo Luan teve que voltar para sua jornada, nos deixando novamente. 

Na quinta- feira fui com os garotos até a casa de repouso ver vó Amélia já que estávamos com o dia livre, depois demos uma passada no shopping - um dos lugares preferidos dos meus pequenos consumistas - e nem preciso comentar que lá eles foram a sensação, encontramos algumas fãs de Luan e eles foram uma simpatia com elas, tirando fotos como dois pequenos artistas. 

Quanto ao resto do dia e da noite tudo correu bem, já na sexta feira o dia resolveu sorrir para nós, abriu-se um sol lindo e até me animei de levar os meninos para a natação as 9:00 da manha. 


[Continua]





Desculpem o atraso, 
estava vendo Lucas Lucco no faustão. 
kkkkk' 
(é, eu gosto dele sim) 

Mas em fim, 
falando do capítulo... 
tudo bem, tudo zen, 
nossa casal super hiper mega apaixonado voltou para a vida normal e
Nic vai levar os gêmeos a natação, 
ou seja
vai encontrar Vicente - o muso. 
kkkk' 
(Vou ver se arrumo uma foto dele para vocês)

Mas e aí? 
O que será que vai dar? 
Será que Nic vai mesmo topar essa coisa da aula com Vicente? 

Só acompanhando pra saber né? 
haha'

Beeeeeeeeijos, 
té amanha ♥

Mayara
@Luansmyway

sábado, 26 de julho de 2014

Capítulo 178

(Antes de começar, que tal dar play nessa musica aqui e deixar ela rolando enquanto leem? Garanto que não vão se arrepender!)
(Ellie Goulding - How Long Will I Love You)

[...]

Olhei para trás e vi seu Francisco indo embora na lancha sem dizer nada, depois me voltei de novo para  a ilha olhando tudo atentamente. Tirei os sapatos, o silêncio tomava conta, as águas verdes cristalinas estavam calmas então me perguntei onde Nicolle podia estar, olhei para o chão e vi pequenas pegadas na areia, sorri, as segui com os olhos até que avistei uma casinha quase escondida entre as árvores. Comecei a caminhar até lá, e conforme ia chegando perto da casa, observei que tudo ali parecia bem simples, rustico eu diria, gasta pelo tempo mais ainda sim perfeita para o uso. 

Subi os pequenos degraus mas quando cheguei a porta encontrei mais um envelope vermelho então contive a vontade de entrar de uma vez para ler antes:

"E ai amor, curtiu o passeio de lancha? E o visual da Ilha? Aposto que você nem sabe onde esta não é mesmo? Esse lugar se chama Ilha das Couves, estamos em Ubatuba, já deve ter ouvido falar do litoral maravilhoso daqui. Em fim, sei que deve estar pensando que estou ai dentro da casa, mas não estou, então nem adianta entrar até porque ainda não é a hora. Mas por falar em hora, se não se apressar vai perder o grande espetáculo que vai ser só nosso por hoje. 

Então, lá vão as instruções para os próximos passos. Desça os degraus novamente, vire a sua direita e venha, na areia estão as outras indicações, fique atento e venha logo, estou morrendo de saudades." 

Não assinou dessa vez, mas nem precisava. Ah, como ela era maravilhosa e criativa, fiquei lhe imaginando pensando em tudo aquilo, toda preocupada para que saísse perfeito e estava saindo. 

Fiz o que disse, desci novamente os degraus e segui pela direita, então comecei a ver os escritos na areia com a mesma letra linda das cartas:


"Não são só dois anos, sabemos bem disso" 

Alguns passos depois, mais frases:


"A quem diga que são várias vidas" 

Sim, ela se referia a história de Lorenzo e Cecília, querendo ou não um fato importante em nossas vidas:


"Mas acima de tudo, foi, é, e sempre será AMOR!"


"Eu seria capaz de viver cada momento de novo, e de novo, e de novo..." 


"Obrigada por tudo, por me dar o mundo" 


"Obrigada por existir e entregar sua existência a mim"


"Obrigada pelos nossos pequeninos, o maior e melhor presente que podia me dar na vida" 

Junto a essa frase, em especial, tinha um desenho de dois bonequinhos de boné, eram nossos meninos, nossas vidinhas. 


"E Obrigada por me amar tão intensamente, mais e mais a cada dia" 

"Eu te amo, te amei desde o primeiro instante em que te vi e vou te amar..." 

-Eternamente. - Sua voz soou me enchendo de alegria. 

Eu que estava concentrado de cabeça baixa lendo tudo que estava escrito na areia, só então a  vi ali. Estava por trás de uma pedra grande, por isso eu não a tinha visto quando cheguei nem em nenhum outro momento. Estava linda, vestia um vestido branco que voava com o vento, assim como seus cabelos negros que pareciam dançar no ar. Me banhou com o mais lindo dos sorrisos, e os olhinhos estavam brilhantes, nas mãos, duas taças e uma garrafa do nosso vinho preferido... No conjunto, a mulher da minha vida bem ali na minha frente. 

-Você... eu... não sei o que dizer! - Me atrapalhei todo, ela sorriu mais ainda. 
-Então que tal me dar um beijo enquanto pensa no que dizer? - Sugeriu como uma menina travessa. 

É claro que aceitei aquela oferta, lhe enlacei pela cintura e lhe beijei com todo amor do mundo. Eu sei que um beijo seria pouco para retribuir tudo aquilo, mas já era um grande começo:
-Gostou? - Me perguntou baixinho, os olhos ainda fechados, a testa colada na minha. 
-Eu amei, amei tudo, cada detalhe, cada palavra, meu Deus, você é maravilhosa, eu jamais poderia encontrar alguém como você. - Finalmente eu soube o que dizer. 
-Só quis retribuir tudo de maravilhoso que você já fez para mim, eu sei que ainda é pouco mas... - A interrompi colocando o dedo em seus lábios. 
-Não é pouco, nada que vem de você para mim é pouco. Só de estar ao meu lado já esta mais que retribuindo. 
-Adorei ouvir isso, mas hoje quem diz as coisas bonitas sou eu ok? - Brincou - Aliás, digo e mostro as coisas bonitas, lembra-se do espetáculo que falei nas cartas? 
-Lembro. 
-Pois bem, ali está ele. - Indicou o horizonte - Um espetáculo da natureza, especialmente para nós dois, no nosso dia. 

E quando olhei para onde ela apontava, vi uma das mais belas cenas que já presenciei na vida, que vencia qualquer efeito especial grandioso de Hollywood e que como ela mesmo disse, estava ali especialmente para nós dois naquele fim de tarde. Um maravilhoso por do sol, visto de um ponto estratégico de uma Ilha.



-É, perfeito! - Foi só isso que consegui dizer. 

Nos sentamos na areia ali mesmo, recostados na grande pedra, para apreciar melhor aquela maravilha. Fiquei tão encantado com o por do sol que quando vi ela mesma tinha aberto o vinho e servido para nós dois. Me entregou uma taça e disse:
-Só quis mostrar que, talvez eu não possa te dar muita coisa que você mereça, mas momentos como esse, teremos sempre em nossa vida. - Falou me olhando nos olhos. 
-Você me deu e me dá tudo que eu preciso, amor, nossos filhos, companheirismo, compreensão, além de presentes como este. O que mais posso querer? - Sorri feito bobo. 
-Etão vamos fazer um brinde, um brinde a nós, ao nosso aniversário de casamento, a nossa família, nossa convivência que só melhora a cada dia e é claro, o nosso amor que é maior que o mundo! - Ergueu a taça. 
-Faço das suas, minhas palavras, e que venham muitos e muitos anos mais! 
Assim brindamos e saboreamos aquele vinho que já era um símbolo de nós dois. 

Depois disso ela se aninhou em meus braços e ficamos juntinhos ali, apreciando até o sol se esconder totalmente e dar lugar a lua cheia mais linda que já vi na vida, parecia que ela estava maior e mais bonita, especialmente para aquele momento. 

Tudo estava propício, a brisa trazia o cheiro do mar até nós, soprava de leve e o clima, perfeito:
-Obrigada por isso, por tudo, por existir na minha vida, eu te amo muito! - Agradeci, segurando seu rosto com as duas mãos, acariciava com os polegares. 
-Porque esta agradecendo? Ainda não acabou? - Os olhinhos negros estavam cravados nos meus, num ar divertido. Sim, eu já tinha dito aquilo a ela várias vezes, não esqueceu. 
-Ah não? Ainda tem mais? - Sorri. 
-Claro! Sabe a casinha que você viu ali?... - Me olhou travessa e disse com voz sedutora - Chegou a hora de ir para lá. 
-É? E o que tem lá? 
-Nada demais, só um teto para os melhores e mais apaixonados amantes que essa Ilha já viu. 

E ao dizer isso, me deu um beijo rápido e levantou-se sacudindo a areia do vestido, depois me estendeu a mão, e me ajudou a levantar. Pegamos o vinho e as taças e seguimos caminhando abraçados de volta para a casa. Nada foi dito nesse percurso, apenas admiramos os efeitos do anoitecer sobre aquelas águas maravilhosas. 

Quando chegamos a casa, ela abriu a porta e entrou primeiro, a segui e dei de cara com velas perfeitamente colocadas iluminando o local de uma forma que ficava apenas aquela meia luz aconchegante. No chão, apenas um lençol grosso esticado, sobre ele pétalas de rosas vermelhas - Rosas vermelhas? E os girassóis? - e também, uma musica romântica e baixinha vindo de algum lugar. 

Despertei dos pensamentos ao sentir ela me abraçando por trás, suas mãos passeando por meu peito, seu corpo colado em minhas costas. Pousei minhas mãos sobre as suas por um instante, depois fiz com que ficasse em minha frente:
-Esta tudo lindo. - Elogiei baixinho. 
-Fico feliz que gostou. - Me abraçou de novo. 
-Simples e romântico como você. - Sorri e beijei o alto da sua cabeça. 

Depois disso nos olhamos nos olhos por um instante, e assim, dissemos um para o outro milhões de coisas que jamais poderiam ser expressadas com palavras. Nos sentamos sob o tecido para mais uns goles de vinho, foi ai que pude apreciar a beleza de seu rosto sob a luz das velas, o brilho dos olhos, ela era tão linda... 
-O que foi? - Ela perguntou sorrindo. 
-Nada, só quero guardar bem esse momento. - Fui sincero. 
-Eu te amo, te amo muito... - Falou enquanto acariciava meu rosto. 
-Eu também te amo, e sei que vou amar para sempre. 

Então, sem esperar mais, tirei a taça de sua mão, coloquei para la junto com a minha e a tomei em meus braços, lhe dando um beijo caloroso e apaixonado. Lhe apertei contra meu corpo enquanto a beijava, sentindo suas mãos passearem por minhas costas, fiz o mesmo nas dela. Eu a queria mais que tudo naquele momento, aliás, eu a queria sempre, qualquer hora, em qualquer lugar e depois de tudo aquilo, a queria mais do que nunca. Eu a amava, só Deus sabe como eu a amava e como estava feliz em estar ali com ela. 

Não demorou muito para que todas as roupas fossem tiradas e para que eu pudesse admirar seu corpo sob a meia luz das velas, era linda, era minha, totalmente minha. Eu a beijei, a beijei inúmeras vezes, por todos os lugares, e pude me embriagar mais uma vez em seu calor, em seu prazer e ela correspondeu a tudo fielmente, se entregando totalmente como sempre fazia, dizendo com gestos o quanto me pertencia e o quanto eu a pertencia também. 

Nos amamos ali, nos amamos muito, eu não sei por quanto tempo. Com ela eu perdia a noção, perdia o senso, perdia tudo. Talvez Nicolle não soubesse todo o poder que tinha sobre mim, e como era capaz de me levar a loucura com apenas um toque, mas eu tentava mostrar isso a ela todo instante. 

Nos perdemos em meio a sussurros, palavras de amor e até lágrimas de emoção. Foi maravilhoso, incomparável, inesquecível. Foi amor. Foi muito mais que amor. Fi algo que ia além da explicação. Foi explosão. Foi tudo que deveria ser. Sim, foi amor. 

Eu a amava, e estava completamente feliz por poder viver tudo aquilo. Eu já sabia que tinha feito a escolha certa, que estava no lugar certo e que ela era a mulher certa, mas ter a prova disso mais uma vez foi como se eu tivesse tido a oportunidade de me apaixonar de novo por ela e que eu teria todo aquele amor até o fim dos meus dias, ou até depois dele. 


[Continua]





Luan narrando o capítulo ♥
E aí, 
o que me dizem? 
hahaha' 

Vô falar que foi dureza escrever esse capítulo no frio que esta fazendo aqui, minha gente, tô com as mãos congeladas, maaaas, tudo é válido né? 
kkkkkk' 

Não tenho o que dizer, 
só espero que tenham gostado de mais esse momento romântico do nosso casal. 
Nada muito grandioso ou sofisticado, 
apenas a mais pura celebração de amor. 
*-*

Será que mereço alguns comentários? 

Beijooos

Mayara
@Luansmyway