segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Capítulo 81

"A normalidade dela me encantava, ainda me encanta até hoje. Nunca conheci ninguém tão banal, tão natural, tão pura. E eu sei que ela precisava de mim, para protegê-la e amá-la pois nada foi por acaso, nada nunca é por acaso, especialmente no nosso caso." 

[...]

Sim, eu era boa. Mas as vezes queria de verdade ser alguém má só pra variar. Ju sempre diz que os bonzinhos só se ferram e esse era o meu caso. Passei a vida me ferrando por acreditar em todos, por querer ajudar todo mundo, por ser capaz de perdoar e esquecer milhões de vezes. Mas naquela manha de domingo, eu estava certa em minha cabeça que aquilo era o mínimo que eu podia fazer para o cara que salvou a minha vida. Então, deixei Diogo subir. 

Em instantes ele estava a minha porta, com o sorrisão de sempre no rosto, como se absolutamente nada tivesse acontecido:
-Bom Dia! Como ainda é manha, trouxe cappuccinos pra nós. - Ele me entregou um dos copos grandes que trazia nas mãos e só então eu percebi.
-Diogo, o que está fazendo aqui? - Perguntei, indignada com tudo aquilo.
-Vim ver como você está, depois de ontem. E contar uma novidade.  - Ele adentrou meu apartamento e sentou-se no sofá. 
-Olha, deixa eu te explicar umas coisinhas rápidas: Primeiro, só deixei você subir por causa de ontem. Segundo, não pense que isso vai se repetir. Terceiro, tira a porcaria do pé do meu sofá. - Falei fechando a porta e seguindo para me sentar com ele.

Quando de repente, Penélope veio correndo de dentro do quarto e latiu para Diogo:
-Que bicho é esse? - Ele se encolheu.
-Uma cadela, Penélope. Luan quem me deu. - falei enquanto pegava a pequena no colo.
-Ah, tinha que ser. Namorado idiota, presentes idiotas. - Ele fez careta.
-Quer que eu bote você para fora? - O repreendi.
-Você não pode fazer isso, me deve sua vida. - Ele sorriu.
-Negativo, ao pular naquela piscina e me tirar de lá você estava apenas concertando um erro que você mesmo cometeu, então, não lhe devo nada. Mas você disse que tinha uma novidade, qual? - Perguntei dando um gole no cappuccino já meio morno. 
-Erica esteve lá em casa hoje cedo. Aproveitei e terminei com ela...
-E o que eu tenho a ver com isso? 
-Ela acabou confessando que só me usou nisso tudo. Ta completamente louca, e o melhor de tudo, é que ela acha que deu certo, que você... morreu! - Ele me olhou animado.
-Sério, não passou pela cabeça dela que alguém já teria noticiado um corpo numa piscina de uma chácara? - Sorri.
-Ela não pensa direito, porque se ela quisesse mesmo cometer um crime, tinha que fazer diteiro, esconder as provas. Por exemplo, o dono da chácara ia saber que foi ela. É uma amadora, por isso que nada que ela faz da certo. 
-Tem razão. 
-Você vai denunciá-la? Digo, a policia? - Ele perguntou olhando Penélope com cara de nojo.
-Não pensei nisso ainda, quero conversar com Luan primeiro. 
-Você só faz o que ele manda? - Ele sorriu sínico.
-Não Diogo, já ouviu falar numa coisa chamada companheirismo? Tem muito mais coisas envolvidas do que você pensa. 
-Que seja. - Ele deu de ombros.
-Mas, estão me passando algumas coisas aqui pela cabeça. - Esbocei um sorrisinho.
-O que?
-É bom que Erica pense que estou "morta". Assim, posso aparecer pra ela em grande estilo. - Agora ele tinha entendido. 
-Ah, estou gostando. - Diogo abriu um largo sorriso - Se precisar de ajuda, estou aqui.
-Você não vale nada. - Afirmei.
-E vocês gostam. - Ele segurou meu rosto mas dei um tapa na mão dele.
-Pronto, recado dado, pode ir embora. - Levantei.
-Que isso Nic? Cadê a amizade? 
-Não existe amizade, já disse. Bora, fora! - Caminhei até a porta, abri e esperei ele sair. 
-Vamos terminar o cappuccino, você ainda não me disse se está realmente bem, pra falar a verdade, nem me agradeceu né? 

Respirei fundo - Má ideia Nicolle! - Mas o destino gosta de brincar com a gente. No meu caso especificamente, ele gostava de me ferrar, me deixar em panos quentes e fez isso mais uma vez naquele dia. 

E quando estava me preparando para fazer uma ameaça que o tirasse de dentro da minha casa, sinto uma presença ali na porta ao meu lado, um cheiro que eu não confundiria nem em um milhão de anos. Olhei só para ter certeza e vi Luan ali, parado, encarando a cena. 

Silêncio. Se existe uma pessoa azarada no mundo, essa pessoa definitivamente, sou eu. Luan nunca veio me fazer uma surpresa num domingo de manha, e justo naquele dia, ele resolveu aparecer trazendo nas mãos um único girassol:
-O que está acontecendo aqui? - Luan perguntou já com um tom de irritação na voz. 
-Entra amor, Diogo, fora! - Puxei Luan para dentro e fiz uma cara significativa para Diogo. Ah, eu estava em maus lençóis.
-Tudo bem, tudo bem, eu vou, se é para o bem geral da nação. - Diogo levantou - Boa sorte com as explicações Nic, depois terminamos a nossa conversa. 

Enquanto Diogo passava, ele e Luan se olharam como se quisessem se sangrar ali mesmo. Mas se conterão e quando Diogo passou eu finalmente pude fechar  a porta e voltar a respirar:
-É, você vai precisar mesmo de sorte para conseguir explicar isso que eu acabei de ver aqui. - Luan falou enquanto pousava o girassol em cima da mesinha. 
-Senta então porque a história é longa. 
Luan apenas me olhou, e eu conhecia aquela expressão de quem não estava gostando e que poderia explodir a qualquer momento - Mesmo assim ele estava absurdamente lindo - então, acomodou-se, cruzou os braços e esperou sem falar nada.

Ali, contei a ele o que Erica tinha aprontado no dia anterior, todos os detalhes e estremeci tendo que relembrar todo o episódio da piscina. Também expliquei a parte em que foi Diogo quem me salvou e ele fez mais cara de reprovação ainda:
-Então, é por isso que o Diogo estava aqui na hora que chegou, era o mínimo que eu podia fazer pois querendo ou não ele me salvou. - Finalizei.
-Era o mínimo que ELE podia fazer Nicolle, o cara entrou aqui, fez toda a armação junto com a Erica e se arrependeu no ultimo minuto. Era praticamente a obrigação dele ir lá e corrigir o erro! - Luan falou sério, como se quisesse me impedir de fazer uma grande burrada. 
-Eu sei...
-O que vai ser agora? Você vai se sentir em dívida com ele para o resto da vida? Vão ficar amigos? Ele vai sempre estar aqui? E o pior de tudo, você vai esquecer tudo que passou?
-Não Luan, não vai ser assim. Eu não vou esquecer de tudo! Mas temos que ser justos. O Diogo estava sendo manipulado.

Ao me ouvir dizer isso, Luan levantou-se e riu com sarcasmo, depois me olhou e disse:
-Manipulado? Um homem daquele tamanho? Ele estava com raiva de nós Nicolle! 
-Também Luan! - Levantei também - Eu sei que ele é adulto, tem sua parcela de culpa.  Não estou dizendo que vamos ser amigos e ele vai participar da minha vida. Apenas quero dizer que ele tem menos culpa que a Erica que tentou me matar e até agora eu não vi você falar nada sobre isso porque está dando mais importância ao fato de Diogo ter vindo aqui. 
-Eu ia chegar nessa parte da Erica. Só quero deixar bem claro que não gosto desse cara, não confio nele. Ele te tirou da piscina, ótimo. Mas mesmo assim...
-Você está com ciúmes. - Completei antes dele.
-Também, porque, não posso? - Ele jogou as mãos para o ar.
-Não deveria! - Falei séria - Quando eu sinto ciúmes de você sou crucificada né verdade? Mas quando é o contrario...
-Não é só ciúme, é proteção. Ontem o cara estava junto com a Erica tentando te matar e hoje você já poe ele pra dentro de casa? Não te passou pela cabeça que eles ainda podem estar juntos e que essa aproximação é outro plano que eles tem contra você? 

Nesse ponto ele tinha razão. - "E se o cappuccino estivesse envenenado?" - Lembrei na hora e senti um formigamento de medo:
-Ta bom, você tem razão. - Entreguei os pontos finalmente. 
-É, eu tenho. 

Silenciamos mais uma vez, e eu voltei a me sentar, encarando o chão. Segundos depois ele sentou-se ao meu lado, me olhou e disse:
-O que pretende fazer em relação a Erica? Afinal, foi tentativa de homicídio. 
-Não posso envolver a policia nisso. - O encarei.
-Porque não? 
-Por causa de você. - Afirmei aquilo depois de muito pensar - Vai repercutir muito a namorada de Luan Santana envolvida com investigações policiais e tudo mais. Eu prometi que não ia fazer nada para sujar sua imagem, não seria justo com você. 
-Mas e com você? Vai ser justo se sacrificar por mim? E se essa maluca te ataca de novo amor? - Agora ele se esqueceu da raiva e me olhou com ternura.
-Eu tenho nove vidas, não vai ser tão fácil para ela. - Tentei brincar, sorrimos juntos.
-Não precisa se preocupar comigo Nicolle, se preocupe com você, com a sua segurança. Vamos na policia e ...
-Já está decidido Luan, nada de policia. A grande culpa nisso tudo foi minha, eu fui a burra na história. Eles deixaram rosas vermelhas, quando você sabe que eu prefiro girassóis. O cartão estava digitado e não escrito com sua própria letra, além disso, dizia para não ligar pois você tinha perdido o celular. Eu acreditei, a culpa foi toda minha. Mas vou ficar esperta a partir de agora, nada vai me acontecer. Confia. - Segurei forte a mão dele. 
-Não sei o que seria de mim se te acontecesse alguma coisa. - Ele me abraçou e finalmente me beijou.
-Como eu disse, tenho nove vidas, pode ficar tranquilo. - Sorrimos. 
-Então tudo bem, assunto da Erica resolvido, vamos voltar ao Diogo. 

Saímos do abraço enquanto eu não acreditava no que ouvia:
-Ah não amor, tô com tanta saudade. Vamos falar disso depois ta? - O beijei e mordi seu lábio de leve, depois beijei seu pescoço. 
-Não Nic, de verdade, não quero chegar e encontrar aquele cara aqui de novo. - Ele falava enquanto eu continuava com os carinhos, tentando distraí-lo daquele assunto. 
-Ta bom, não vai mais acontecer. O que acha da gente ir pro quarto agora? - Perguntei mordiscando sua orelha.
-Ah, eu quero falar sério com você primeiro. - Ele tentava resistir, mas já estava completamente arrepiado.
-Tem certeza? - Fiz com que ele erguesse os braços e me livrei de sua camisa - Quer mesmo falar do Diogo agora? 

Depois disso, ele me olhou por um instante enquanto eu sorria travessa. Depois sorriu, e me pegou no colo num gesto rápido. Assim, fomos para a cama e lá esquecemos de Diogo, Erica e tudo de ruim que podia ter acontecido. Aquele momento era só nosso, nada poderia nos atrapalhar ali, pois quando estávamos juntos, tudo em volta parecia sumir, e como eu sempre dizia, Luan conseguia me levar a alguns metros acima do céu, sempre. O caus podia estar instalado em minha vida, mas eu tinha ele, meu porto seguro, onde eu sempre poderia me abrigar naqueles braços fortes e ali, nada poderia me atingir, nunca. Luan era meu ponto de equilíbrio, a força que me fazia viver. Ele era meu tudo, meu mundo, minha paz, e nada nunca chegaria perto do que eu sentia por ele, era algo surreal, sem explicação, que ia além da compreensão. Eu era sua, completamente sua, totalmente sua, e a única certeza que eu tinha naquele momento, era a de querer ser eternamente sua. 


[Continua]





Antes de mais nada, perdão pela falha de ontem,
problemas com a internet
;)
Maaaaaaaaaas,
já sabem, a recompensa vem, é só esperar! 
haha'

Quando ao capítulo...
Nic deixou Diogo entrar por causa dos comentários de vocês viu!
haha'
Mas como Nicolle é uma grande azarada, Luan apareceu bem na hora e 
"pegou no flagra" né? 
Não pensem que ele vai esquecer essa história só porque Nic usou de golpes baixos para distraí-lo, 
isso tudo ainda vai render.
E, podem esperar também, nos próximos capítulos, 
a "surpresinha" que Nicolle vai fazer para Erica. 
kkk'

Beeeeeeeeeeijos
Mayara
@FCAsCoelinhasLS

2 comentários:

  1. Até que Luan podia da uma segunda chance a Diogo pq afinal Diogo salvou a Nic mesmo ele não merecendo

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  2. haha perfeito esse capitulo amore, um pouquinho de ciumes e amor, tomara que a érica continue acreditando que a nicole morreu, e ela podia dar um susto bem dado nela , to doida para saber o que vai acontecer amore, continuaaaaaa logo, bjoooos

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