Capítulo 130

[...]

"Lorenzo conseguiu fazer com que Cecília entrasse e ambos setaram-se a mesa de jantar, um de frente para o outro. Ele tocou as mãos dela, a olhou por um instante, sua expressão era de extrema preocupação, tudo que queria era acordar daquele pesadelo:
-Tenho uma coisa séria para lhe contar. - Ele iniciou. 
-Esta me deixando assustada, o que é? - Ela o olhava fixamente, estava pronta para ouvir algo ruim. 
-Eu juro que não queri ter feito isso, mas eu precisei meu amor, eu precisava do dinheiro, foi tudo por você, somente pra te ver feliz e... - Ele falava desesperado, ela o interrompeu.
-Espere Lorenzo, calma, do que você está falando? O que você fez? Que dinheiro é esse? - Ela não conseguia entender. 

Lorenzo suspirou, sentiu sua garganta se fechando, não queria admitir sua derrota para Cecília, queria que ela o admirasse para sempre, mas não tinha outro jeito:
-Sabe esse homem que acabou de sair daqui, o maldito Ferreira! - O aviador cerrou um dos punhos.
-Porque está chamando o homem de maldito? O que ele fez pra você? 
-Meu amor, deixe-me falar, sim. Sem interrupções, se não, não vou conseguir. - Ele suplicou.

Ela se controlou a atendeu o pedido do marido, ele respirou fundo e continuou:
-Tudo começou quando seu pai me deu 3 meses para me casar com você, caso contrário, acabaria com tudo. - Sim, ela lembrava-se perfeitamente desse fato - Fiquei eufórico, eu precisava dar um jeito de casar com você, a qualquer custo, mas você sabe, não sou nenhum rico, o que ganho com meu trabalho não é nenhuma fortuna e um casamento custa caro. - Ele fez uma pausa, ela sentiu vontade de falar, mas não o fez - Eu tinha umas economias, tinha também um relógio valiosíssimo que meu avô me deixou, você sabe disse, foi com eles que comprei esta casa e alguns móveis, mas não era o suficiente, eu precisava das alianças, de um bom terno, de mantimentos para nosso primeiro mês, de várias coisas, então, pedi um empréstimo ao Ferreira. 

Agora sim Cecília entendia tudo, mesmo assim, o esperou continuar:
-Ele me deu uma boa quantia e o prazo de dois meses, mas eu não consegui o dinheiro para pagar nesses dois meses, foi a partir daí que minha vida virou um completo inferno. - Ele engoliu em seco - No fim dos dois meses ele veio me cobrar, disse que não tinha o dinheiro e lhe pedi mais um prazo, ele me deu mais quinze dias. Os quinze dias se passaram e ele voltou, porém, eu tina conseguido só um terço da quantia, com isso, o homem ficou furioso, me ameaçou, ameaçou fazer alguma coisa contra você se eu não lhe pagasse logo. E hoje, chego aqui e tenho a confirmação de que ele não estava brincando Cecília, ele estava aqui com você! 

-Porque não me contou desde o começo? - Ela soltou a mão dele. 
-Porque você estava tão feliz, eu não queria te preocupar com isso, era um problema meu...
-Um problema seu Lorenzo? Achei que a partir do momento em que casamos, dividiríamos tudo! "Na saúde e na doença" quer dizer alguma coia pra você? - Cecília se ateve ao fato de que ele lhe escondeu a verdade. 
-Eu sei que errei. - Ele admitiu - Sabia que ia reagir assim. 
-O que mais você está me escondendo? - Ela levantou-se e começou a caminhar de um lado para o outro - É melhor falar agora, porque se vamos construir um casamento baseado em mentiras, terminamos por aqui. 
-Não meu amor, não estou escondendo mais nada, Juro! - Ele levantou-se também e foi até ela. 
-Não quero que me engane... - Ela moderou a voz, o olhou nos olhos. 
-Não estou lhe enganando Cecília, eu te amo, preciso de você. 

Se olharam por uns instantes, foi aí que ela cedeu e voltou a sentar-se, focando no problema:
-E agora, o que pretende fazer? - Perguntou, já mais calma.
-Não sei. 
-Podemos pedir ajuda ao meu pai, tenho certeza que...
-Não Cecília! - Lorenzo a interrompeu bruscamente, seu tom era severo - Não quero que meta seu pai nisso, o que ele vai pensar de mim? Que sou um irresponsável, um moleque, pode até tomar você de mim! 
-Ele não faria isso. 
-Faria e você sabe! Me prometa que não vai contar nada a seu pai Cecília... - Ele segurou sua mão novamente. 
-Mas precisamos de ajuda Lorenzo, não temos como pagar essa dívida, meu pai é a única solução. - Ela insistia. 
-Não Cecília, já disse! Não quero que seu pai pense que não sou capaz de administrar minha própria casa. 
-Ora, engula esse orgulho homem! 
-Meu orgulho é meu bem mais precioso, não vou passar por cima disso! - Aquilo estava virando uma discussão.
-Então use seu orgulho para pagar o senhor Ferreira, vamos ver se ele aceita. - Ela falou com raiva. 
-Você é minha esposa Cecília, me deve respeito! - A raiva também tomava conta dele. 
-Como sua esposa estou querendo lhe ajudar, mas você não quer! Já pensou no que aquele homem pode fazer com você, ou comigo? Prefere perder o orgulho ou a vida? 
-Não vou perder nenhum dos dois, vou dar um jeito nisso, com ou sem a sua ajuda. 

E depois de dizer isso, ele saiu a deixando ali sozinha. Cecília estava fumaçando de raiva, aquela era a primeira briga deles depois de casados. Odiava a teimosia de Lorenzo e ele odiava a teimosia dela, assim, entravam em conflito. Mas mesmo com raiva estavam ambos com medo, com medo pela vida do outro e teria de se unir se quisessem resolver aquele problema." 

E esse foi o ultimo sonho que tive com Lorenzo e Cecília naquele mês. Continuei preocupada, e é claro, passei toda aquela angustia para o computador, para o meu livro. 

Um mês se passou... 

Já era Dezembro! Como o ano tinha se passado rápido e aquele mês seria de grandes eventos, não só pelo natal, mas porque seria o mês do chá de bebê, e também o mês em que eu e Luan completaríamos um ano juntos. 

Eu estava exatamente com 7 meses e 14 dias de gestação, bastante não é? ... Minha barriga estava enorme, e eu transbordava orgulho por conseguir chegar tão longe, pois depois daquela ultima internação, achei que teria que fazer um parto forçado aos 7 meses. 

Porém, minha vitória não queria dizer que a batalha tinha sido fácil. Durante esse tempo que se passou, tive dias em que passei muito mal, não conseguia me levantar da cama, sentia dores fortes de cabeça e algumas falhas na visão - sintomas clássicos da pré-Eclâmpsia - me sentia indisposta, fraca, tonta e Marcela teve que vir até mim algumas vezes para verificar a situação. Nesses dias, recebi todo o apoio da família, de Ju e principalmente de Luan, que esteve comigo todo o tempo que pode. 

Já nos dias em que me sentia bem, junto com Bruna, dona Mari e Ju, agilizamos boa parte das coisas para o chá de bebê e o resto do quarto e enxoval dos gêmeos que faltava. Nem preciso fala que foi maravilhoso fazer tudo isso, cada coisinha, cada roupinha, cada brinquedo foi escolhido com todo o amor do mundo. 

Em fim, o dia do chá estava se aproximando, faltavam poucos preparativos, foi quando Bruna me deu um clique: 
-Olha Nic, já que a mesa dos doces vai ficar aqui, acho que a gente podia colocar os nomes dos gêmeos aqui na parede, em letras grandes, azuis, o que acha? - Ela indicava o espaço. 
-Seria perfeito, se eu já tivesse escolhido o nome dos gêmeos. - Sorri amarelo.
-Ah, não acredito nisso! Quando vão escolher os nomes? 
-Luan chega daqui a pouco, prometo que vou conversar com ele sobre isso, escolhemos e mandamos fazer os nomes como você falou, tudo bem? 
-Por favor, faça isso hoje. - Ela fez careta. 
-É que estou muito indecisa, são tantos nomes lindos... - Levei as duas mãos ao rosto. 
-Eu sei, posso te ajudar com isso depois que ver esse penteado, vai ficar perfeito com o vestido que escolheu para o grande dia. - Ela me mostrou a foto de um coque romântico. 
-Hum, é lindo. 
E assim, nos entretemos com penteados e maquiagens e esquecemos da questão "Nome dos Gêmeos". 

As horas se passaram, Luan finalmente chegou e depois de matarmos um pouco da saudade, chamei-o para subir, para falarmos sobre os nomes:
-Amor, precisamos resolver uma coisa... - Falei. 
-O que? Aconteceu algo? É com você? - Ele logo se preocupou, sorri. 
-Não anjo, é sobre os nomes dos bebês que ainda não escolhemos. 
-Ah, é isso... Sabe que andei pensando nisso enquanto estava viajando? 
-Ah é, e então? - Perguntei animada. 
-Bom, fiquei pensando nessa coisa toda dos seus sonhos, do livro e descobri que eu gosto muito do nome Lorenzo. - Ele m surpreendeu.
-Sério? Também acho esse nome lindo, mas pensei que você não ia gostar e... 
-Então um deles pode ser Lorenzo? - Luan maneou a cabeça para o lado, como negar algo a ele? 
-Claro que sim, mas e o outro? 
-O outro você escolhe, vai! - Ele jogou a bola pra mim. 
-Eu queria colocar João, em homenagem ao meu avô, marido de Vô Amélia. Sempre sonhei que se tivesse um filho, colocaria o nome de João Henrique, mas já que são dois, podemos colocar João Lorenzo e João Henrique, o que acha? 
-Perfeito, são nomes lindos. - Ele me deu um beijinho rápido.
E assim, ficou decidido os nomes dos bebês, João Lorenzo e João Henrique, agora era só esperar que eles nascessem. 

Assim, mandei fazer os nomes para o chá de bebê como Bruna sugeriu.

Os dias que faltavam se passaram, e chegou o dia do tão esperado chá de bebê. 

[Continua]

Amoooooooooooores, 

Cecília e Lorenzo estão em clima tenso =x

E aí, o que acharam disso? 

Como será que eles vão resolver o problema? 

..

Quanto a Nic e Luan, 

tempo se passou, 

e os gêmeos agora tem nome! \õ/

João Lorenzo e João Enrique

Gostaram? 

E o chá de bebê chegou!

Aguardem fotos lindas e muita diversão! 

QUEREM MAIS UM CAPÍTULO HOJE? 

Comenta ai então...

Conto com vocês, 

té mais tarde 

haha'

Beijos

Mayara

@Luansmyway