Capítulo 161

Búúúh haha' Mais um Capítulozinho para vocês, espero que gostem ;)

[...]

Fomos até um tradicional restaurante que ficava perto do hotel onde estávamos hospedados. Eramos um grupo de mais ou menos 8 pessoas mas conseguimos nos acomodar bem, fizemos os pedidos e ficamos apreciando a música ao vivo enquanto esperávamos:
-Será que aqui não tem baladas? Essas coisas? - Bruna se manifestou, tinha vindo também e trazido uma amiga. 
-Claro que tem, como não teria? - Rober respondeu. 
-É que tudo parece tão sério que a gente acha que só tem monumentos históricos. - Ela sorriu.
-Acho que nas próximas ruas devem ter baladas, por ali. - Apontei.
-Ótimo, depois do jantar vamos a procura de diversão. - Ela bateu palminhas animada. 
Alguns concordaram, eu fiquei calada, afinal, tinha andado o dia todo e deixado meus filhotes no hotel. Essa ideia de balada não estava me agradando muito. 

Jantamos em clima de festa, comentando os passeios de mais cedo, depois disso, como haviam dito, os outros se animaram para procurar a tal boate:
-E aí casal? Vamos? 
-Não sei se é uma boa. - Mordi o lábio - Tô cansada, além disso deixei os meninos no hotel. - Me expliquei enquanto Luan se mantinha calado. 
-5 minutinhos a mais não vão matar ninguém, além do mais os fofuxos estão ótimos com a babá, vamos Nic, se anima! - Bruna falava me sacudindo. 
-O que você acha disso? - Perguntei a Luan. 
-Tô com você, no que decidir. - Ela jogou as mãos para o alto. 
-E  então? - Alguém do grupinho perguntou. 
-Sinceramente? Hoje eu passo. Prefiro voltar. - Fui sincera. 
-Ah, não acredito nisso, Luan, faz alguma coisa! - Bruna bateu o pé. 

Luan me olhou por um instante, e talvez viu em meus olhos que eu realmente queria voltar para o hotel, então disso:
-Acho que vamos mesmo para o hotel. - Não vi indícios de emoção em sua voz. 
-Mais que chatos, parecem dois velhos.  Minha cunhada continuou a reclamar - Tudo bem, não vão, nós vamos, só não vale se arrepender depois. 
Assim, eles foram para um lado, nós para outro.

O trajeto do restaurante para o Hotel era curto e fizemos esse caminho abraçados, mas quase todo o tempo em silêncio a não ser por uma frase ou outra que foi dita. Quando chegamos ao quarto, dispensei Yara para que fosse para o seu e agradeci, então comecei a tirar o casaco enquanto Luan estava junto do berço, olhando os bebês que dormiam tranquilos:
-Viu, dormindo como anjos. Tudo perfeitamente bem, não sei porque você se preocupa tanto. - Ele me olhou, seu tom de voz não era normal. 
-Mães se preocupam, é natural. - Dei de ombros. 
-Preocupação demais sufoca. - Ele continuou sereno como antes. 
-O que quer dizer com isso? - Joguei o casaco sobre a cama e parei para olhá-lo. 
-Achei que quisesse aproveitar a viagem. - Agora foi sua vez de tirar a jaqueta e jogar sobre a cama. 
-Esta falando isso por causa da boate que não fomos agora? - Comecei a entender as coisas. 
-Isso ai. 

Estreitei os olhos ao ouvir isso, ele parecia tão natural que julguei não ter se importado de não irmos a maldita balada:
-Achei que também não quisesse ir. - Tirei os sapatos e os joguei num canto. 
-Não tive escolha. - Não me olhou, sentou-se e começou a tirar os sapatos também. 
-Como é? A frase "O que você acha disso?" te lembra alguma coisa? - Comecei a  ficar indignada com aquela conversa. 

Ele não falou mais, deve ser porque se lembrou da frase, mas as palavras entravam em erupção dentro de mim, eu tinha que falar:
-Se queria tanto ir porque não me disse? Sabe Luan, os casais conversam para chegar a um acordo. - Fui até ele e fiquei em sua frente. 
-Não teria acordo, você queria voltar por causa dos gêmeos, brigaríamos no meio da rua que eu sei. - Ele finalmente me olhou de novo, continuava a falar calmamente. 
-Não em censure por querer ficar com os meus filhos, é o certo a se fazer. Aliás, eu não gostava de balada nem nos meus tempos de solteira, você se lembra, quanto mais agora. - Despejei. 
-Não fale como se eu não me preocupasse com meus filhos!
-Não disse isso. O problema é que você esta acostumado a ficar longe deles, a estar sempre despreocupado, mas eu não Luan. - Caminhei pelo quarto. 
-Isso não é saudável Nicolle. - Ele fez gestos com as mãos, estava perdendo sua "naturalidade e calmaria". 
-Se quer tanto ir Luan, vá! - A pontei a porta - Ainda está me tempo, ligue para sua irmã, eles devem ter acabado de entrar. 
-Não se trata disso, não se trata de ir ou ficar, estamos falando de você e essa sua preocupação exagerada. O que é? Não confia na babá? Porque a contratou? 
-Não setrata de confiança estamos longe de casa, num país estranho, ela não fala nenhuma língua. - Enumerei -  Além do mais, Lorenzo chorou bastante ontem com dor de ouvido, se lembra? 
-Lembro, lembro também que isso é totalmente normal para quem enfrentou 12 horas de voo. - Ele deu de ombros. 
-Não tô ouvindo isso... - resmunguei. 
-Você não pode continuar assim! - Ele alterou o tom - E quando eles crescerem? E quanto não tiver mais controle sobre eles? Como vai ser? 
-Vamos focar no hoje, no agora por favor. - Fiz careta. 
-Tudo bem, vou fazer uma ultima pergunta e vamos encerrar esse assunto... - Ele fez uma pausa dramática - Você vai ser uma daquelas mães que só se preocupam com os filhos e vai esquecer de si mesma? Aquelas que abrem mão de ter uma vida para viver a vida dos filhos? 

Tive vontade de ironizar dizendo - "Você disse que era só uma pergunta, mas fez duas" - mas não o fiz. Apenas refleti naquelas palavras enquanto mordia o lábio e o olhava, estava de costas para mim, provavelmente pensando - "É, dei um xeque-mate nela"- e tinha dado mesmo. 

Respirei fundo e lembrei-me do que vó Amélia tinha me dito semanas atrás - "Não estrague tudo!" - Era isso que eu estava fazendo, estragando nossa noite, nossa viagem, nosso clima, tudo. Será mesmo que eu estava virando uma mãe louca e possessiva? - "Para, não é pra tanto, Luan dramatiza muito também" - Mas em fim, se eu quisesse que tudo permanecesse bem, teria de agir para isso, mesmo achando que a razão estava comigo. Eu faria o sacrifício, por nós, pela paz. 

Sentei-me na beirada da cama, perto de onde ele estava no momento, o olhei com aquela ruguinha na testa de quem fez besteira e quer se desculpar, sempre infalível, depois disse:
-Vamos mesmo ficar brigados aqui? Assim? - Usei uma voz totalmente branda. 
Ele respirou fundo, me olhou e por fim respondeu: - Por mim não, e por você? 
-Claro que não, mas se queria esticar a noite tinha que ter me falado... 
-Eu já disse que não se trata disso e... - O interrompi bruscamente. 
-Ta bom, ta bom, entendi. - Levantei as mãos - Mas também tem que entender meu lado, são meus filhos pô, mãe de primeira viagem. - Sorri amarelo. 
-Eu sei de tudo isso e estou falando para o seu bem. - Argh, ele não estava cooperando. 
-Vou tentar melhorar ok? - Dei o braço a torcer, ele me analisou por alguns segundos. 
-Quero ver isso. 
-Ah, deixa de ser chato vai. - Falei manhosa e fui para pertinho dele - Olha como é bem melhor a gente aqui, juntinho, aquecidos, perto dos nossos pequeninos, coração tranquilo... Jura que queria estar sacudindo numa balada cheia de gente bêbada e aquele gelo seco infernal? 

Finalmente consegui arrancar um sorriso dele que me puxou sem nenhuma delicadeza para que ficasse bem ao seu lado:
-Você consegue tudo que quer comigo né? Impressionante como sou bobo. - Falou com o rosto pertinho do meu. 
-É o poder da sedução meu caro. - Brinquei de novo. 
-Ah é? Então me mostre mais sobre esse poder da sedução. - Me beijou inesperadamente. 

E assim, fizemos as pazes como aqueles casaizinhos de namorados que brigam e no mesmo instante estão se acertando como se nada tivesse acontecido. Tudo isso graças aos sábios conselhos de vó Amélia, que sempre acertava tudo. 

Depois de muito amor, fomos dormir, pois no dia seguinte eu queria fazer várias coisas antes do show. Só não sabia que muito ainda estava para acontecer naquela viagem, e que aquilo tudo tinha sido só uma pequena faísca do que estava por vir. 

[Continua]

Capítolozinho para as melhores leitoras

haha' ;)

Briguinha de leve mas já passou...

E agora?

O que vem por ai? 

Aguardem e Comentem

Beijos

té amanha ♥

Mayara

@Luansmyway