Capítulo 166

[...]

Nicolle me despertava meus sentimentos sempre da forma mais intensa, sendo MUITO amor, MUITA paixão, MUITA felicidade. Com ela não tinha um meio termo, sempre "oito ou oitenta", ou vai ou racha, ou você é perfeito ou não vale nada . Parecia que um momento, um deslize, seria capaz de levar ralo a baixo todo o resto. Com ela não se podia errar, talvez porque ela erre bastante, irônico isso não é? 

Naquele momento ela me fez sentir muita vergonha pelo que fiz, decepção comigo mesmo, me fez refletir o cara que eu realmente sou, o que realmente importa na minha vida e como eu estava administrando a função de pai, com a de cantor, marido e tudo mais. 

Mas ela também me fez sentir muita raiva, raiva de mim, e rava principalmente dela pela maneira como estava agindo, talvez o castigo que ela estivesse me dando fosse duro demais e só ela não percebia isso. Ter ido embora sem em ouvir mais uma vez foi péssimo, mas pensando bem, se eu fosse argumentar isso íamos brigas mais e isso tudo nunca ia acabar. 

Por conta do cansaço acabei dormindo sem perceber. Não sei por quanto tempo dormi, mas quando acordei, foi porque ouvi batidas leves na porta. Por um momento achei que podia ser Nicolle dizendo que não conseguiu voo para aquele dia então pulei da cama e abri, só que não era ela, mas sim Bruna: 
-Bom Dia, onde estão meus fofuxinhos lindos? O que vamos fazer hoje? - Sua animação me deu náuseas. 
-Seus "fofuxinhos" voltaram para casa e eu não vou fazer nada hoje. - Deixei a porta a berta e voltei para a cama. 
-Que? Como assim voltaram para casa? 

Resumi o máximo possível a história para ela que disse por fim:
-Eu avisei que não era boa ideia ir o jantar. - Ela estava comigo na hora do convite, mas preferiu ir a outro lugar - Ela tem toda razão.
-Não me faça sentir pior do que já estou. - Enfiei minha cara entre os travesseiros. 
-Eu? Imagina. Já esta recebendo o castigo que merece. - Ela jogou as mãos para o ar - Pisou feio na bola em, pô, seu filho, o que você tem na cabeça? 
-Bruna, vai fazer compras vai, aproveita que hoje mesmo partimos para Veneza. 
-Nem me fale, estou louca pra conhecer Veneza, mas confesso que não vai ser a mesma coisa sem Nic e os meninos... 
-É, e sei. - Entristeci mais ainda. 

Trocamos mais algumas palavras e depois ela se foi, já eu deixei o dia escorrer enquanto ficava ali na cama remoendo tudo. No inicio da tarde, na hora de partir para Veneza, tive que explicar aos outros que Nicolle tinha voltado ao Brasil com os gêmeos, tentei falar o menos possível sobre o assunto, depois enfrentamos quase 3 horas de voo onde tentei em distrair ouvindo música. 

Quando cheguei a Veneza e olhei em volta, senti mais forte que faltava algo ali. Iria programar um passeio de gondola com Nicolle, algo romântico, se ela estivesse ali, mas não estava, então, eu já sabia que nada mais teria graça.

...

Tibemos de enfrentar quase 14 horas de viagem de Florença até em casa, num voo cheio de conexões e chegamos por volta de 23:00 da noite. Por sorte os meninos não sentiram nada,a não ser cansaço e logo foram dormir. 

-Ai Yara, nem sei como te agradecer, ficou a noite toda a cordada comigo ontem, hoje enfrentou todas essas horas de voo, deve estar exausta. - Falei depois que colocamos os gêmeos no quarto. 
-Imagina, esse é meu trabalho não é? Esta tudo bem, eu só preciso dormir até amanha de manha agora. - Ela sorriu bem humorada. 
-Já eu preciso comer, vem, vamos a cozinha. 

E assim fizemos um lanche, Dora já tinha ido dormir naquela altura e depois de comer nós fizemos o mesmo, também dei o dia seguinte de folga a Yara, eu me viraria com os gêmeos, afinal, ela merecia. 

Por conta do cansaço, dormi como uma pedra, sem tempo para pensar em tudo que estava acontecendo. Pelo menos eu estava em casa, meus filhos estavam bem e eu retomaria a tranquilidade da vida no dia seguinte. 

...

Fiz o show normalmente naquela noite e tudo correu bem como nos outros dias, encerrava-se ali nossa turnê pela Itália, não da maneira que eu queri, mas do ponto de vista profissional tudo tinha sido excelente. 

O show terminou por volta das 1:30 da manha e o pessoal queria sair para comemorar, mas eu tinha outros planos. Agradeci a quem tinha que agradecer, falei com quem tinha que falar e parti para o aeroporto. Mais cedo tinha pedido a Rober que reservasse minha passagem pois voltaria para casa naquela noite mesmo, não podia esperar mais para acertar as coisas em casa, com minha família e assim fiz. 

No voo, tentei dormir para que as horas se passassem mais rápido, mesmo assim, tive sonhos ruins. Tentei ensaiar um discurso para dizer quando chegasse em casa, mas sabia que aquilo seria inútil, então só me restava esperar o tempo cooperar comigo. 

...

No dia seguinte Lorenzo e Henrique acordaram cedo, então, tive que fazer o mesmo - sem disposição nenhuma. Faziam dias que eu não ia a academia, tinha abandonado a vida saudável? Não, mas aquele não era um bom dia pare retomar os trabalhos. Então desci com os meninos, tomamos café da manha, depois fomos pegar um pouco de sol na parte de fora da casa, Penélope estava junto e a farra foi completa. 

Antes do almoço, Lorenzo, Henrique e Penélope estavam imundos de se arrastarem pelo chão, com bolas, brinquedos e tudo mais. Então, lhes dei banho e depois almoço, depois disso fomos ver desenhos animados na sala. 

Os gêmeos não queria mais saber de colo, só queria viver pelo chão, engatinhando para lá e para cá. Agora já com quase 10 meses, Marcela falou que a qualquer momento poderiam dar os primeiros passos, ou dizer as primeiras palavras. Imaginem que certo dia, Henrique conseguiu subir dois degraus da escada e depois caiu, quase tive um colapso nervoso nesse dia, por sorte tudo terminou bem e ele não se machucou. 

Parei por um segundo, os olhando um pouco. Estavam quietos naquele momento, sentados lado a lado, em frente a TV, suas expressões eram sérias e concentradas, e daquele jeito, com a linha da boca reta, estavam absurdamente parecidos com Luan. Luan... O que estaria fazendo naquele momento? Me distraí pensando nisso e nas saudades que estava sentindo dele. 

Nesse momento Lorenzo veio até mim, o pequeno pivô de toda nossa bria, tão inocente, nem imaginava o que estava acontecendo a sua volta:
-Oi meu amor, eu te amo ok? Te amo muito, nunca se esqueça disso. - O puxei para um abraço, ele fez um barulhinho e sorriu - Papai também ama você, do jeito dele, mas ama, tenho certeza. - Em seguida beijei sua bochecha e ele me olhou, sabia de quem eu estava falando - Henrique! João Henrique vem pra cá... - Chamei Henrique que até então estava vidrado no desenho, mas atendeu ao meu chamado e se encaixou no meu colo - Mamãe também ama muito você, ama os dois por igual. - Sorri e o beijei também. 

Nesse momento, Penélope veio lambendo os pezinhos deles que gargalhavam sentindo cocegas e logo saíram do meu colo para engatinharem atrás da cadelinha. Os observei com o olhar até chegarem perto da porta, foi aí que ela se abriu de uma vez e ao subir o olhar ví Luan parado ali, de malas em punho e mesmo com óculos de sol no rosto, eu sabia que me olhava. 

Em questão de milésimos os meninos perceberam sua presença e foram diretamente para ele que largou as malas e os pegou no colo desajeitadamente. Os cobriu de beijos enquanto os pequenos faziam festa, estavam extremamente felizes com a chegada de seu pai, como ficavam todas as vezes. 

Então, com os dois no colo ele caminhou até mim, sentou-se no largo sofá onde eu estava e colocou os bebês junto de si dizendo:
-Eu posso não ser o melhor pai do mundo, mas parece que eles não se importam com isso não é mesmo? - Mas falou aquilo não em tom de deboche, e sim com um sorriso no rosto, já começando a me desarmar de cara. 

[Continua]

ATENÇÃO! 

QUEREM MAIS UM CAPÍTULO HOJE? 

Eu sei que querem hahaha'

Então, vamos comentar ai que mais tarde passo por aqui de novo 

;)

Beeeeeeijos

Mayara

@Luansmyway