Capítulo 159

[...]

-Bom Dia bisa!  

Falei enquanto me aproximava de vó Amélia empurrando o carrinho duplo dos bebês. Encontramos minha vó no jardim, no mesmo banco de sempre, tomando seu sol da manha. Ela nos viu e sorriu gloriosamente, neste instante uma imensa paz me invadiu, sim, aquilo sempre acontecia quando estava com ela:
-Olha só quem veio visitar a bisa, mas que surpresa boa! - Ela me abraçou, depois deu um beijo nos meninos - Vem filha, senta aqui, trás eles pra perto. 

Assim, me sentei junto a ela no banco e aproximei o carrinho de nós duas. Lorenzo sorria para vó Amélia, todo proza, já Henrique observava atento tudo a sua volta, inclusive um jogo de pingue-pongue entre dois senhores que acontecia ali perto. 

-Veja só como cresceram, nem parece que nos vimos semana passada. - Ela os acariciava e eu só observava, pareciam extremamente calmos sob seu toque. 
-Para mim, parece que foi ontem que nasceram e veja só, estão quase andando. - Sorri toda boba. 
-É Nicolle, o tempo passa depressa, cabe a nós sabermos aproveitá-lo. Por falar em tempo, onde está Luan? 
-Em casa dormindo, chegou ontem depois de vários dias fora, não quis acordá-lo tão cedo. - Expliquei.
-Fez bem... Mas e você, como está? - Ela me olhou buscando alguma resposta. 
-Maravilhosamente bem, tudo vai bem em minha vida! - Respondi entusiasmada - Tenho o melhor marido do mundo, dois filhos lindos, uma linda casa e estou prestes a fazer uma viagem para o lugar dos meus sonhos. 
-Itália. - Ela afirmou sorrindo, sabia. 
-Isso mesmo, Luan me deu essa notícia maravilhosa ontem, da pra acreditar? Eu não podia estar melhor! 
-A felicidade chega meu bem, sempre. Você passou por muitas coisas difíceis, mas agora é seu momento de ser feliz, não o estrague. - Ela falou séria.
-Eu? Estragar? - Não entendi nada - Claro que não vó. 
-O destino tem planos para nós, ele nos guia pelo caminho que temos que trilhar. Mas as vezes, mesmo sem querer, nós atrapalhamos o curso das coisas, por isso, estragamos o que o destino tem de bom para nós, entende agora? - Ela me explicava pacientemente. 

Silenciei, pensando um pouco no que ela acabara de me falar. Toda palavra que saia da boca de vó Amélia tinha que ser gravada com toda a atenção, pois eu, melhor que ninguém, já tinha tido várias provas do que ela dizia era importante demais:
-A senhora sabe de alguma coisa que vai acontecer. Porque não em conta claramente? - Pedi sabendo que seria em vão. 
-Eu não sei o que vai acontecer. Isso é apenas um concelho menina, afinal, você é alguém que gosta de meter os pés pelas mãos não é? - Agora seu tom era divertido. 
-Tem razão. - Olhei para o chão - Mas vou fazer tudo direitinho dessa vez. - tentei sorrir. 
-Isso mesmo. 

Depois de falar isso, ela brincou um pouco com os bebês, enquanto eu só observava e refletia no que ela tinha acabado de me dizer. Eu ia fazer alguma besteira, seria durante a viagem? Seria hoje mesmo? Não tinha como saber, mas iria ficar atenta:
-E os sonhos? Pararam mesmo? - Ela perguntou sem me olhar, seu olhar estava focado nos bebês, mas eu tinha certeza de que, de alguma forma ela podia me observar também. 
-Pararam. Desde que a senhora... bem, me contou tudo aquilo... Não sonhei mais. - Mordi o lábio.
-Exatamente como eu falei, os sonhos cumpriram sua parte que era te mostrar a verdade, depois que você a enxergou, eles não precisam mais voltar. 
-Mas eu confesso que ainda queria saber o que aconteceu com o resto da vida solitária de Cecí, ou com seu filho... - Mexi em meus próprios dedos, nervosa. 
-Então porque não vai atrás disso? - Ela sorriu naturalmente.
-Como assim? 
-Ora menina, onde esta sua veia de jornalista investigativa? Já se esqueceu desses tempos? 
-Vó, a senhora quer que eu "investigue" uma história que a aconteceu a exatos 85 anos, cuja a cidade não sei, não sei nem se foi no Brasil... Aliás, não sei nem se existiu de verdade. - Sorri daquilo tudo, ao meu ver era engraçado - Além do mais, olhe só para mim, tenho dois filhos pequenos para cuidar, acha que vou ter tempo de investigar alguma coisa? 
-Então esqueça o que eu disse. Vai ver estou ficando caduca, não sei mais o que falo. - Ela jogou as mãos para o ar, mas não tomei aquilo como uma ironia. 
-Não é isso vó, eu só... - Tentei concertar. 
-Eu entendi Nicolle, ninguém conhece seu coração como eu. - Ela me sorriu - Você ainda não está pronta, mas logo vai estar, eu sei disso. 

Calei mais uma vez. E enquanto processava mais aquelas informações, rapidamente ela mudou de assunto, como se nada tivesse dito, então, só me restou acompanhá-la na conversa. 

Todos na casa de repouso já conheciam muito bem João Lorenzo e João Henrique, e quando chegávamos lá, a festa era certa. Os outros velhinhos e velhinhas os adoravam, lhes pegavam no colo, lhes davam doces e tudo mais, assim como as funcionárias do local que também adoravam a visita dos pequenos. Ali, ninguém os tratava cheios de dedos por serem "os filhos de Luan Santana", lá eles eram apenas bebês comuns, o oposto dos velhinhos que ali viviam. 

Muitos dos que ali moravam não tinham família próxima, as vezes eram postos lá por um sobrinho, ou um irmão pois não tinham filhos nem netos. Então, acabaram adotando os gêmeos como seus netinhos postiços, e eles já estavam pra lá de acostumados com o carinho. 

Por volta das 11:30 da manha, nos despedimos e voltamos para casa, meia hora depois, chegamos lá e como eu imaginava, Luan ainda dormia. Dei uma passada na cozinha e vi a quantas andava o almoço, pedi que Dora preparasse algumas coisas que Luan gostava e depois subi com os bebês. Chegando no quarto, os soltei em cima da cama onde Luan dormia, assim, eles engatinharam por cima dele, bateram em seu rosto e deram gritinhos de alegria, se falassem, estaria dizendo "Acorda papai, acorda!" 

Luan sentiu a movimentação, e logo acordou abrindo um largo sorriso:
-Bom Dia filhotes. - Ele beijou cada um. 
-Vamos papai, levante porque o almoço esta quase pronto e todos nós estamos famintos. - Falei. 
-Vocês saíram? - Ele finalmente percebeu. 
-Argh, você dorme como uma pedra. - Reclamei - Saímos, fomos ver vó Amélia, acabamos de chegar. - Expliquei enquanto Henrique continuava a das tapinhas no rosto de Luan e Lorenzo já tinha montado em cima dela. 
-Como assim saíram sem pedir minha permissão? - Se fez de braço. 
-Hum, você tem imagina o que fazermos quando não está por aqui. - Brinquei sorrindo. 
-Mas que danadinhos! E vocês? - Segurou as mãos de Henrique para que ele parasse e olhou para Lorenzo de relance - Deviam vigiar a mãe de vocês enquanto não estou em casa. 
-Eles são meus pequenos comparsas no crime. - Continuei brincando. 

E assim, nesse clima, Luan se aprontou e descemos todos para o almoço. Dali em diante, ficamos nos curtindo o resto daquele dia e o seguinte também, logo depois, Luan teve que retomar suas viagens e seu trabalho. 

Os dias foram se passando e eu fiquei bastante ocupada preparando tudo para nossa viagem, não era uma operação fácil viajar quando se tem dois filhos gêmeos e pequenos, mesmo assim, eu estava bastante obstinada. Levaria Yara conosco para dar aquele reforço e tudo daria certo. 

Em fim, mas prontas, passagens compradas, tudo acertado e bem planejado. Chegou o grande dia, embarcamos para Roma, na Itália, nosso primeiro destino. 

[Continua]

E aê? 

haha'

Priscila, parabéns pela percepção haha' E quando ao medo de Nicolle, mais para frente vão acontecer coisas em que ela vai ter que escolher em permanecer com ele ou superá-lo. 

Aguarde ;)

Quanto ao capítulo... 

Vó Amélia deu seu recado mais uma vez, 

mas o que será que ela quis dizer em? 

Quero saber o que vocês acham, 

e quero saber também se querem mais um capítulo hoje! 

Querem? 

Aproveitem minha disposição

kkkkk'

Beijos e até mais tarde 

*-*

Mayara

@Luansmyway