Capítulo 38

[...]

Naquela noite, Ju me contou como tinha se aproximado de Luan, todas as coisas que ele tinha dito, como tinham feito pra me encontrar na noite da boate e disse também que não tinha nada a ver com nosso ultimo encontro:
-Ele gosta de você Nicolle, de verdade e eu vi isso nos olhos dele quando conversamos na academia, depois, só tive certeza quando vi ele todo determinado indo atrás de você. Ele ficava arrasado quando te via com outros caras ou quando vocês discutiam, acho que foi por isso que ele acabou desistindo. Mas um sentimento não morre assim, de uma hora pra outra. 
-Anw, agora eu sei que era tudo verdade, todas as palavras, toda a preocupação... Eu preciso falar com ele Ju, me ajuda! - Supliquei.
-Posso tentar ligar pra ele, perguntar quando vem pra cá de novo... - Ele teve a ideia.
-Perfeito! 

Então Ju o fez, discou o número de Luan que atendeu depois de chamar três vezes, ela colocou no viva voz pra que eu ouvisse também:
-Oi Luan? 
-Oi Ju, e aí? - Ele parecia desanimado, senti uma enorme saudade ao ouvir sua voz.
-Só liguei pra saber se você ainda está aqui em São Paulo... - Ela mentia.
-Não, tô longe, tô numa cidade do Pará, jajá tem show.
-E quanto vem pra cá de novo? 
-Talvez no inicio da semana que vem, mas porque? - Ele estranhou.
-Ah porque eu queria te ver, somos amigos ou não? - Ela tentou parecer divertida.
-Claro que sim, quando for praí de ligo pode ser? 
-Pode. Agora não vou tomar mais seu tempo, beijo e tchau.
-Beijo, tchau.

-Só semana que vem? - perguntei indignada - Eu não posso esperar pra semana que vem! 
-É o que te resta, ele esta no Pará nesse momento, nem que você quisesse poderia ir atrás dele. 
-Droga!

Depois de conversar mais um pouco com Ju pensando no que fazer tomei uma decisão. Voltei pra casa e liguei pra minha mãe:
-Mãe... é, não vai ter mais como eu ir amanha praí, desculpe. 
-Ah não Nicolle, você quase nunca vem pra cá e quando tem férias também não quer vir, o que está acontecendo com você? - Minha mãe Alice já ficava nervosa. 
-Não é que eu não quero mãe, é que o meu chefe acabou d eme ligar, a menina que estava cobrindo minhas férias adoeceu e esta com atestado até segunda, ai ele me pediu pra ficar esses 4 dias no lugar dela, não pude recusar pois ele vai me pagar em dobro mãe. - Eu estava mentindo, mentindo pra valer e pra minha mãe ainda por cima, mas tudo era para uma boa causa. 
-Mesmo assim devia ter negado, não pensou em nós? No quanto estamos com saudade? Seu pai já estava todo animado com sua chegada, como vou contar isso pra ele?
-Sinto muito. - murmurei.
-Então você não vem passar o natal com a gente?
-Vou sim, na terça, 24, vou cedinho praí, prometo. Ai só volto em Janeiro. 
-Tudo bem, fazer o que né? Mas não faça mais isso, quero você aqui no natal ouviu Nicolle?
-Ouvi mãe. 
E assim, depois de mais um pouco de ladainha e chantagem emocional, desliguei.

Eu estava com esperanças de que segunda, Luan já estivesse por aqui, assim, eu poderia ir atrás dele, por isso, adiei minha ida a casa dos meus pais. Mas agora, eu teria que esperar esse fim de semana se arrastar e tentar aquietar meus sentimentos até segunda. 

...

Como eu previa, os dias se arrastaram enquanto eu era consumida pelas lembranças boas de Luan e pela raiva que ainda estava sentindo de mim mesma por ter causado tudo isso. Pensava em como estaríamos se tivéssemos ficado juntos todo esse tempo e em toda a felicidade que ele podia ter me causado. Mas no domingo a noite Ju me trouxe notícias boas:
-Nic, Luan acabou de me ligar e disse que está aqui amanha o dia todo! - Ela deu um pulinho de alegria.
-Sério? - A felicidade me invadiu.
-Sim, ai eu perguntei se podíamos almoçar juntos e ele disse que sim, mas tinha que ser um pouco depois do horário convencional porque assim o restaurante estaria mais vazio, você sabe, por conta do assédio das pessoas, em fim, marquei com ele passando das 14:00, só que, quem vai aparecer lá é você. - Ju sorria, ela realmente tinha sido genial.
-Ah você é perfeita! - Corri e dei um beijo na bochecha dela.
-Eu sei, eu sei. Pronto, agora está nas suas mãos. Já sabe o que fazer? 
-Vou contar tudo a ele, sobre Erica, Diogo, Paula e tudo mais e pedir perdão. 
-Hum, Boa Sorte, aqui está o endereço! - Ela e entregou um papel com o endereço. 
-Obrigada de novo! 
-"Melhores amigas" Esqueceu? - Sorrimos e ela foi embora. 
Eu tinha tudo pronto, a chance perfeita, agora era só por em prática. 

Quase não consegui dormir naquela noite pensando em como contaria tudo pra ele, em qual seria sua reação, em como eu imploraria por perdão. Seria uma conversa longa - se ele quisesse me ouvir e não me expulsasse de lá - mas algo dentro de mim gritava pra ir em frente, porque eu ainda tinha aquela velha sensação de que pertencíamos um ao outro.

No dia seguinte, saí de casa somente as 14:00 assim, não correria risco de chegar primeiro que ele. 20 minutos depois estava em frente ao restaurante que Ju tinha me passado. Meu coração pulsava tão rápido que parecia que ia explodir, meu estômago revirava de nervoso, mesmo assim entrei, passei os olhos na primeira área do local e não vi ninguém, então, o garçom chegou perto de mim e perguntei onde Luan estava, ele me indicou o caminho, disse que era uma área mais reservada e que Luan tinha avisado que estava esperando uma moça.

Agradeci e segui pelo caminho que ele indicou, ao chegar na porta avistei Luan lá, estava de costas pra entrada e sentados com ele estavam dois homens que eu já conhecia, um era Well e o outro Rober, ainda não estavam comendo nada, apenas bebendo algo que não identifiquei. Então respirei fundo, busquei toda a coragem que eu tinha adquirido quando resolvi mudar e caminhei até a mesa. 

Rober ficou espantado quando me viu e isso fez Luan olhar pra trás e se deparar comigo ali, parada, sem saber direito o que fazer:
-É... Boa tarde. - Falei ainda buscando coragem - "Onde está você Nova Nicolle? Só funciona a noite?" - Pensava enquanto eles me olhavam. 
-Nicolle? Onde está a Ju? -  Luan perguntou, ele realmente não estava a fim d me ver naquele momento.
-Podemos conversar? Prometo que te explico tudo. - Murmurei enquanto Rober e Well saiam da mesa indo para outra mais distante. 
-Achei que não quisesse mais me ver, pelo que me lembro, me pediu que eu saísse da sua vida não foi? Eu fiz isso e você vem me procurar? Realmente não te entendo. 

Ele falava com frieza e isso me fez sentir um arrepio na espinha, realmente aquilo não seria fácil, especialmente porque ele estava lindo com um boné amarelo, camisa cinza com desenhos e calça escura, senti vontade de beijá-lo e esquecer todo o resto, mas não seria possível:
-Se me deixar sentar e explicar, vai entender. 
-E porque eu faria isso? Acho que já falamos tudo um pro outro, eu fui bem claro naquela noite Nicolle. 
Ele não estava facilitando, então resolvi tomar uma atitude, sentei na cadeira sua frente, joguei minha bolsa na do lado, pousei os braços sobre a mesa e disse:
-Eu não vim aqui a toa Luan, você vai me ouvir! 

[Continua]

Então negas, esse capítulo foi só um "esquenta", 

Querem outro mais tarde? 

Só depende de vocês!

Comenta ai dizendo o que esperam dessa conversa que se eu gostar, 

postou outro capítulo mais tarde ta?

Fechado?

Então Bora Nóis! 

Beijokas

Mayara

@FCAsCoelinhasLS