Capítulo 51

"O que seria da vida se não existissem os detalhes que a tornam cada vez mais fascinante? É sempre ali, nas entrelinhas que estão as mensagens mais importantes." 

[...]

-Erica! - Exclamei com um sorriso falso - Muito tempo mesmo, como vai? 
-Muito bem, e você? Superou aquele... "probleminha"? - Ela fez aspas com as mãos, se referia a Luan, Vadia. 
-Ah, resolvi sim, graças a você! - Sorri mais uma vez, as aulas de teatro que eu tinha feito quando criança em fim serviram para alguma coisa - Seus concelhos foram cruciais, obrigada de novo. 
-Magina menina, somos amigas não somos? - Ela segurou minha mão.
-Com certeza. Mas deixa eu te contar, já arrumei uma pessoa, vamos até fazer uma viagem de férias, estou super feliz. 
-Sério? Que bom! E quem é o cara? Vai ver eu até conheço, esse mundo é tão pequeno né verdade? 
-Ah, vou ter que te deixar na curiosidade. - Fiz careta - Mas prometo que você vai saber quando eu voltar de viagem, por enquanto é segredo. 
-Nossa, quanto mistério. Mas vou querer mesmo saber quando você voltar ok? 
-Claro, agora eu preciso ir. Mas antes, obrigada mesmo Erica, por ter me alertado sobre o Luan, por ter me dado conselhos mesmo sem me conhecer direito, você foi realmente uma amiga. - Segurei as duas mãos dela e fiz cara de agradecida ela sorriu.
-Que isso Nicolle, amigos são para isso mesmo. Boa Viagem e com certeza vamos nos esbarrar quando você voltar. 

Depois disso, peguei minhas sacolas e virei as costas para ir embora. Eu quase podia ouvir os pensamentos dela, rindo de mim por dentro e achando que eu não sabia de nada. Mas Erica, tão esperta, estava enganada dessa vez e teria uma grande surpresa quando soubesse quem era meu namorado misterioso. 

Quando cheguei em casa tratei de arrumar as malas, algumas coisas em casa - ultimamente eu não estava mais parando lá - e no fim da tarde, depois de checar pelo menos duas vezes se não estava esquecendo nada, liguei pra Luan avisando que estava indo pra lá, mas ele disse que viria me buscar. Desci e enquanto esperava, Alvaro, o porteiro me fazia perguntas:
-Vai viajar de novo Nicolle? 
-Vou, pode guardar as correspondências para mim? - falei apenas isso. 
-Claro, mas para onde vai? - Ele insistia nas perguntas.
-Vou pra praia. - Sorri de canto.
-Que ótimo, e...

Mas antes que ele pudesse perguntar mais alguma coisa Luan encostou lá na frente, mas não baixou o vidro porque eu pedi, nem saiu do carro, eu mesma guardei as malas e entrei em seguida:
-Porque disse que não era para eu descer e te ajudar com as malas? Nem baixar o vidro? - Ele perguntou de cara.
-Porque não queria que o porteiro te visse. - Dei de ombros.
-E porque? 
-Porque depois de pensar um pouco, cheguei a conclusão de que Alvaro conta coisas da minha vida a Diogo e o "Ajuda", se é que me entende. Se não é ele, é o outro porteiro, mas eles sempre foram próximos, desde que a gente namorava. 
-Pois eu quero mais é que o Diogo saiba que estamos juntos e que o planinho deles não deu certo. - Luan apertou o volante com raiva enquanto parávamos num sinal fechado.
-Não, quero que seja surpresa total, quando a  gente voltar de viagem. - Sorri maliciosa.
-Como chegou a conclusão de que o porteiro conta coisas ao Diogo? 
-É só juntar dois mais dois Luan, e outra, eu não confio mais em ninguém. - O olhei séria.
-Nem em mim? 
-Ah bobo, claro que sim. Mas fora você e Juliana, ninguém mais. Aprendi a lição! 
-É isso ai. - Ele sorriu.
-E quanto a Erica e Diogo, deixa, o que é deles esta guardado. - Fitei a estrada.
-O que está pensando em fazer?
-Não sei direito ainda, mas eles vão ter o troco que merecem. 

Depois disso mudamos de assunto e logo chegamos a casa de Luan. Bruna ficou super feliz em saber que eu também viajaria com eles e veio me contar que iriam num grupo de amigos e de todos os planos que tinham na cabeça. Podia parecer estranho, mais eu já me sentia extremamente familiarizada com aquelas pessoas que só me tratavam bem. 

Quando chegou a hora do jantar fomos todos para a mesa, tudo estava perfeito. Depois do jantar os amigos de Bruna e Luan que viajariam conosco chegaram lá para acertarem os últimos detalhes, todos pareciam extremamente animados, e é claro, eu fui apresentada a todos já pra ir me familiarizando. 

Ficamos conversando até tarde da noite e no fim, eu e aquela "galera" já parecíamos velhos amigos de infância. Quando todos foram embora, nos recolhemos para dormir:
-Hum, bem bonito seu quarto. - Falei analisando tudo, era a primeira vez que eu entrava ali.
-Gostou? - Ele me olhava enquanto eu caminhava a té a janela.
-Muito. 
-Sabe o que eu gosto muito? - Ele me abraçou por trás, sorri sentindo sua respiração em minha nuca.
-O que? 
-Você. - Nesse momento me virei d e frente para ele e nos encaramos seriamente.
-Eu nunca amei ninguém como eu amo você. - Encostei minha testa na dele e fechamos os olhos.
-Talvez sua vó Amélia tenha razão, amor na vida é só um e eu sou o seu, assim como você é o meu. - Ele sorriu de olhos fechados lembrando das palavras de minha avó sempre tão sábia.
-É verdade. 
E depois dessas palavras ditas, nos beijamos e também nos amamos ali, como não podia deixar de acontecer. 

Sem perceber, já estávamos tão envolvidos que não tinha mais como fugir, como sair daquele sentimento. Pertencíamos um ao outro - Desde sempre - num amor proporcional, exatamente igual das duas partes, como duas metades iguais que se tornam um inteiro perfeito. Fomos feitos do mesmo molde, uma só alma dividida em dois corpos que a cada vez que estávamos juntos, essa alma se tornava uma, inteira, perfeita, completa. Eu era dele e não poderia ser de mais ninguém, assim como ele era meu, sentíamos isso na pele e o corpo não mente, assim como o coração.

Depois disso caímos no sono e no dia seguinte, levantamos bem cedo, nos arrumamos, despedimos dos pais de Luan e nos juntamos as outras pessoas partindo para o aeroporto. A viagem foi tranquila, aproveitamos para nos conhecermos melhor, perguntar sobre as manias bobas um do outro e tudo mais, até que fizemos uma descoberta:
-Que dia é seu aniversário? - Ele me perguntou.
-13 de março, e o seu? - respondi natural.
-Sério que seu aniversário é nesse dia? - Ele ficou surpreso, estranhei.
-É, porque? 
-Porque eu também faço aniversário nesse dia. - Ele sorria.
-Jura? Que ano você nasceu? 
-1991. 
-Não brinca! - Era muita coincidência - Eu também sou de 91. 
-Que massa cara, a gente nasceu no mesmo dia, no mesmo ano. É o destino mesmo! - Ele me apertava contra si num abraço.
-Que loucura tudo isso. - Ainda estava surpresa.
Não tínhamos mais coisas em comum fora isso, mas o fato de termos nascido no mesmo dia realmente tinha mexido comigo, mas logo passou. 

Em fim, chegamos a Aruba, no Caribe. Já era fim de tarde, então descansamos um pouco e a noite, saímos para aproveitar o que a cidade oferecia. Jantamos, fomos ao casino, depois a uma boate. Conhecemos um pouco aquela cidade de clima tão bom, cheia de gente bonita e nos divertimos muitos todos juntos. 

Não tivemos prazo para dormir, na manha seguinte, pulamos cedo da cama com a insistência de Bruna e suas amigas para irmos para a Praia. Luan também estava super animado, afinal, ele me disse várias vezes que ama o mar. Já eu, estava um pouco contrariada, mas nada se comparou ao momento em que chegamos de frente a todo aquele mar de água cristalina. O pânico começou a me dominar, meu estômago a revirar enquanto Luan segurava a minha mão. Mas eu não teria como fugir, mas dia menos dia teria que enfrentar aquilo tudo, só não queria que fosse naquele momento.

[Continua]

Ta aí amores, como prometido, mais um capítulo.
Gostaram?

Como foi dito nos comentários, Nic não é de briga né gente, 
mas ela quer dar o troco em Erica e Diogo,
O que vocês acham disso?
Tem alguma sugestão?
E eles finalmente partiram para a viagem, 
O que será que vem por ai?
Nicolle já deu de cara com o mar e vai ter que enfrentar seu medo,
será que ela consegue?

Ah, e @Daniiraysa seja bem vinda viu, espero te ver sempre por aqui! haha' ;)

Beijokas
Mayara
@FCAsCoelinhasLS