Capítulo 58

"Quem não tem a capacidade, não assume a responsabilidade." 

[...]

Me ajeitei para sentar na cama e olhar melhor para Luan que esperava minha resposta. Respirei fundo. Não tinha mais porque esconder dele os sonhos que eu tinha, afinal, ele já me deu provas suficientes de que estávamos realmente "juntos", então, não era correto esconder nada um do outro:
-Preciso te contar uma coisa. - Falei baixinho enquanto ele prestava total atenção em mim.
-O que é? Pode falar.
-Bom, é que... De uns tempos pra cá eu venho tendo uns sonhos sabe? - Ele assentiu - E eles são a continuação um do outro, neles aparece sempre o mesmo casal, eles se chamam Cecília e Lorenzo. O primeiro sonho foi com o dia que eles se conheceram, e em outras noites sonhei com vários acontecimentos, da vida deles sabe? Os encontros, o pedido de namoro, tudo, como... um filme. E toda essa história se passa em outra época, no ano de 1930, e eu vejo tudo direitinho sabe? Os lugares, a cidade, o campo de girassóis onde o casal sempre se encontra, mas nunca consigo ver o rosto dos dois. Tudo isso é muito estranho, você deve estar me achando maluca, eu sei, eu também me acho por conta disso. Mas eu não consigo controlar e esse ultimo sonho que eu tive agora foi com eles, os dois saíram escondido do pai de Cecília para ir a um rio, ai eles mergulhara , trocaram juras de amor, mas ai, por acidente, Cecília caiu e bateu a cabeça em uma pedra. Eu pude ver o sangue dela avermelhando a água, foi arrepiante! 

Parei um pouco para prestar atenção na expressão de Luan, ele segurava minha mãe e falou apenas:
-Eu quero saber mais sobre isso, me conta os detalhes... 
Não o entendi, mas  também não questionei, então contei alguns detalhes da linda história de amor de Lorenzo e Cecília, do começo, até agora. Sorrimos juntos em alguns momentos até que ele teve uma espécie de "Click":
-Eu tenho uma ideia do que pode ser isso amor. - Esperei que ele terminasse seu raciocínio - Você quer muito escrever um livro certo? Mas diz que não tem uma boa história para contar. Acho que sua cabeça está criando essa história linda desse casal e aí por isso você acaba sonhando com a história. Tudo se encaixa perfeitamente com as informações que tem na sua mente, você me disse que gosta de voar, queria até saltar de paraquedas lá em Aruba, o Lorenzo é um aviador e também teve o momento que ele levou a namorada pra voar. Você também me contou que suas flores preferidas são Girassóis, por isso o campo de Girassóis, e tem o seu medo de água, talvez por isso a sua mente criou essa parte do acidente, não acha que tenho razão? 

Luan tinha deixado sua imaginação voar solta naquele momento, mas tudo aquilo tinha mesmo algum sentido e com ele falando, não parecia maluquice:
-É, talvez... - Me encolhi.
-Tudo bem, vamos supor que não seja nada disso, que eu esteja totalmente errado, você tem uma explicação melhor? - Neguei com a cabeça - Sempre ouvi dizer que os sonhos são feitos de imagens, sons, histórias que a gente vê enquanto está acordado. Faz total sentido. 
-Ou eu sou uma maluca. - Sorri de canto.
-Sabe o que eu acho? - Ele arqueou as sobrancelhas - Que você tem que aproveitar isso. 
-Como assim?
-Escreve essa história Nicolle, poe no papel tudo o que já sonhou e o que sonhar das próximas vezes. Você tem a história em partes totalmente alinhadas, tem os personagens, o lugar, a época, tudo para fazer um bom livro, será que não percebe isso? - Ele fazia gestos com as mãos enquanto sorria.
-É, a história de amor de Cecília e Lorenzo é muito bonita mesmo. - Comecei agostar daquela ideia.
-Então, você tem que tentar! 
-Jura que não me acha louca? - Sorrimos juntos e ele me beijou.
-Os gênios são loucos meu amor. - Ele disse isso e piscou para mim.
-Tudo bem, você me convenceu, aliás, você sempre me convence a tudo né? - Risos.
-É o meu charme. - Ele brincou.
-Bobo! 

Nesse momento fiz com que ele deitasse e me deitei sobre ele, o beijei e depois olhei em seus olhos:
-Você veio para mudar a minha vida né? - Perguntei passando o dedo indicador por seus lábios.
-Vim para te completar. - Ele beijou a ponta do meu dedo.
-Eu te amo. - Sussurrei como se aquele fosse o maior segredo da minha vida.
-Eu que te amo. - Ele respondeu em mesmo tom.

E assim nos beijamos de novo, e de novo, e de novo, porque nunca nos cansávamos um do outro: 
-Me promete que amanha mesmo vai começar a escrever a história? - Ele insistiu no assunto.
-Prometo, palavra de escritora! - brinquei - Se eu realmente conseguir escrever e publicar o livro, dedicarei ele a você.
-Ah é? - Ele perguntou divertido.
-Bem assim: Este livro é dedicado ao grande amor da minha vida, o homem que me deu coragem e impulso para realizar meu grande sonho, aquele que me faz feliz todos os dias e com quem eu quero viver para sempre. Meu Luan. 

Pude admirar seu belo sorriso me iluminando ali tão perto depois de ouvir isso. Ele tirou uma mecha do meu cabelo do rosto, me olhou profundamente nos olhos e disse:
-Também quero viver com você para sempre, ou muito mais que isso.
-Então vamos fazer isso, eu não deixo de te amar, você não deixa de me amar e assim a gente vive para todo o sempre. - Acariciei o rosto dele. 
-Para todo o sempre. - Ele repetiu o nos beijamos novamente.

Até aquele momento, eu ainda não conseguia descrever o que era ter Luan ao meu lado. Talvez com o passar dos anos eu conseguisse fazer isso, mas por enquanto, eu só sabia que o amava, uma amor do tamanho do infinito e que eu não podia mais viver sem ele. 

Em fim, pegamos no sono, agora pra valer. Mas eu logo tive que acordar para trabalhar, então me arrumei em silêncio, não queria acordá-lo, mas precisava ir. Então, - como faziam os casais a moda antiga - deixei um bilhete, também porque não queria me despedir. Depois, dei-lhe um beijinho rápido, leve, o olhei mais um pouco e parti para o trabalho, mesmo querendo ficar ali para sempre. 

Como de costume, passei na casa de Ju e em seguida fomos para o trabalho juntas enquanto eu choramingava:
-Eu queria poder viver apenas de amor. - Fiz careta.
-Awn, você é uma romântica. Sinto te dizer mas isso não é possível querida, aqui no mundo real, temos que trabalhar pra arrumar dinheiro. - Ju sorria.
-Deixei Luan dormindo todo lindo lá em casa. 
-Sério que ele tá lá? Nossa, tô com saudade, preciso vê-lo. 
-Dependendo da agenda del a gente marca algo mais tarde. Menina, nem te contei, ele me deu uma cadelinha de presente, a coisa mais linda do mundo, o nome é Penélope, você tem que conhecer. - Falei toda empolgada.
-Luan é uma caixinha de surpresas né? - Rimos juntas - Pode apostar que vou conhecer a Penélope. Mas e aí? Saíram ontem a noite ou ficaram só de amorzinho? 
-Saímos, mas se eu soubesse tinha ficado em casa, nem te conto o que aconteceu. 
-Ah vai contar sim! 

Então, presas no trânsito como sempre, contei a ele tudo que tinha acontecido na noite anterior com Erica e Diogo e ela ficou pasma, já eu, fiquei azeda só de lembrar:
-Ela confessou tudo e ainda disse que vai ter mais? 
-Pois é, agora me diz se eu posso com isso? - Fiquei cansada só de pensar.
-Ah mas essa lacraia é o de menos, você se amam e sabem de tudo, isso é  o que importa né? - Ju deu de ombros.
-É. 
Em fim conseguimos chegar ao trabalho e pegamos firme pois como Ju dizia, não dava pra viver só de amor no mundo real.

...

Quando acordei, já passava das 11:00 da manha, procurei Nicolle na cama, mas só encontrei o bilhetinho em cima do travesseiro:
" Bom Dia meu amor, 
Tive que ir trabalhar como você sabe (mesmo querendo ficar ai na cama com você para sempre). Pode ficar a vontade, comer o que quiser, e pode fazer um favor? Dê comida para a Penélope. 
Já estou morrendo de saudades, ainda te encontro aí quando voltar? 
Me liga assim que acordar tá? 
Te amo muito! 

Beijos, Nicolle ;) "

Abri um sorriso involuntário ao ler aquilo escrito com a letra pequena que tanto tinha a ver com ela. Depois levantei, tomei um banho rápido, me vesti, dei comida para a pequena Penélope e também comi alguma coisa. Então, liguei para ela:

-Bom Dia! - Nic atendeu bem humorada. 

-Bom dia, eu devia ficar chateado porque não em acordou para se despedir. - Brinquei.

-É que você parece um bebezinho dormindo, deu dó. 

-Linda, já dei comida a Penélope, agora vou pra casa. - Avisei.

-Ah, achei que ia te encontrar ai quando voltasse. - Senti uma ponta de tristeza em sua voz.

-Venho te buscar pra jantar lá em casa, pode ser? 

-Pode, claro. 

-Combinado então. 

E assim, nos despedimos carinhosamente, depois desliguei e fui me despedir de Penélope:

-Tchau baixinha, papai já vai tá? Mas a noite eu volto pra te ver. - Sorri de mim mesmo por estar entrando na onda de Nicolle com essa coisa de "papai" da cadela. 

Depois disso, peguei o caminho de casa sorrindo depois de uma noite maravilhosa com a minha Nic que eu tanto amava. De certa forma tudo estava caminhando bem naquele momento, eu só não sabia até quando aquela paz ia durar. 

[Continua]

Antes de mais nada, quero agradecer a pessoa (anonimo) que me avisou sobre o plágio que estava acontecendo, ou seja, pegando pedaços da Fic e "colando" na dela. 

Isso já aconteceu comigo outras vezes e eu não tenho como impedir afinal todos podem entrar aqui e copiarem. 

Fiquei chateada sim porque como eu já disse antes, dou um duro danado para ter ideias, colocá-las em prática para alguém vir, copiar e ganhar o crédito. 

Em fim, já resolvi isso, Obrigada!

E peço a vocês que fiquem atentas a isso, se virem mais alguém copiando, me avisem que vou resolver =x

Mas, falando do capítulo...

Nic contou do sonhos a Luan e ele deu a ideia para que ela começasse seu livro a partir disso. 

O que acharam dessa ideia?

Será que agora o livro de Nicolle sai?

E quanto ao desfecho da história de Cecília e Lorenzo, 

Aguardem os próximos sonhos. 

Acho que é isso...

Beijinhos

Mayara

@FCAsCoelinhasLS