Capítulo 101

[...]

Abri os olhos devagar e demorou um pouco para eles se acostumarem com aquele ambiente diferente, mas logo lembrei-me de onde estava e o melhor, com quem estava. Eu podia sentir sua respiração em minha nuca, o peso de seu braços envolvendo meu corpo e o calor inconfundível que ele emanava. Sorri involuntariamente ao perceber o quanto eram boas essas pequenas coisas que sempre passavam despercebidas na vida. Uma enorme sensação boa me invadiu, eu estava com ele e todas as maravilhas da noite passada tinham sido reais. 

Meu medo sempre era esse, dormir e ao acordar descobrir que tudo que tinha vivido até então com Luan era apenas um sonho, assim como os que tenho com Lorenzo e Cecília. O mesmo medo eu sentia quando ele partia, sempre parecia que não ia voltar nunca mais e isso deixava meu coração sempre apertado. Ele era tão perfeito, tão surreal, tão magnífico, que parecia um sonho bom e distante, que poderia se desfazer a qualquer momento. 

Só que por mais um dia eu viveria aquele sonho, pois tinha certeza de que ele estava ali, me abraçando e que nada poderia me atingir naquele momento. Eu estava protegida, segura e feliz, isso era tudo que eu precisava. 

Nem precisei olhar no relógio para saber que era bem tarde, por meu estômago reclamava ferozmente de fome. Então - mesmo sem querer - me mexi e isso fez com que Luan despertasse de seu leve sono dos anjos:
-Bom Dia! - Exclamei com um leve tom de animação.
-Bom Dia... - Ele se espreguiçou gloriosamente.
-Eu amo te ver acordar sabia? É tão lindo, todos os seus movimentos são perfeitos, é como se você não existisse. - Falei lembrando-me dos pensamentos de antes.
-Nossa, é muito bom receber elogios ao acordar. - Ele sorriu - Mas não sou tão lindo, tão perfeito assim como você fala, são os olhos do amor que fazem você me enxergar assim. 
-Hum, profundo isso que disse, o que ouve? Acordou inspirado? - O puxei para mais perto, agora estávamos de frente um para o outro.
-É isso aí. - Selinho.
-E posso saber o motivo dessa inspiração toda? - Perguntei torcendo para que ele falasse algo de mim.
-Claro, é que tive uma noite ótima ontem, com a mulher mais linda do universo. - Sempre galanteador.
-Você tinha razão quando disse que "os olhos do amor" fazem a gente enxergar tudo mais bonito, porque eu estou longe, mas muuuuuito longe de ser a mulher mais linda do universo. - Falei sorrindo.
-E quem disse que eu estava falando de você sua convencida? - Ele fez careta.
-Simples, eu fui a única mulher com quem esteve ontem a noite. - Toquei seu nariz.

Ele apenas sorriu, um riso gostoso como a brisa fresca de uma manha de sol. Tudo nele era leve, natural, espontâneo e eu amava mais e mais:
-Você é sim a mais linda do universo. - Selinho.
-É, talvez eu seja mesmo, afinal, você me escolheu. - Sorrimos juntos.
-A melhor escolha que eu já fiz em toda a vida. - Mergulhei em seu olhar, e como sempre, encontrei a verdade daquelas palavras, ele nunca mentia pra mim. 
-Te amo. 
-Eu também te amo. 

Nos beijamos, e mais uma vez fui teletransportada a alguns metros acima do céu. Aquele beijo foi suave, leve e extremamente agradável, assim como tudo nele:
-Obrigada de novo pela noite de ontem, o mirante, a vista, o vinho, o amor na madrugada, todas as palavras lindas que me disse, nada podia ser melhor. - Acariciei seu rosto enquanto ele me iluminava com seu sorriso - Mais um momento maravilhoso e inesquecível para eu acrescentar a minha "lista de momento felizes" com você. 
-Você mereceu tudo e merece muito mais. Prometo que sempre vai ser assim, nossa vida juntos será cheia de momentos lindos, inesquecíveis e imensamente felizes. - Ele me olhava e eu me perdia em seu olhar.
-Eu sei que vai cumprir essa promessa. - Nos beijamos de novo. 

E depois de mais alguns beijos e inúmeras declarações de amor eterno, a fome foi maior que nós, então tivemos que ir em busca de comida. Na parte da tarde Luan treinou e como academias não são meu forte, aproveitei o tempo para escrever um pouco mais da história de Lorenzo e Cecília - o meu livro - Ainda estava me acostumando a chamar assim. 

No inicio da noite, tivemos que nos despedir, Luan partiria para outro estado e eu, voltaria para casa, pois trabalharia na segunda feira como qualquer pessoa normal:
-Acho que a gente não vai se ver essa semana. - Ele falou um pouco triste, meu coração ficou miúdo.
-Porque?
-Minha agenda está bastante lotada, gravações de programas de Tv no Rio, ensaios fotográficos e nos outros dias, shows em vários estados diferentes. 
-Na outra semana então? - Perguntei com esperanças.
-Provável, mas não prometo nada. - Ele segurava minhas duas mãos. 
-Vou tentar sobreviver. - Fiz careta.
-Quando a saudade apertar, lembre desse fim de semana, vou te ligar todos os dias. - Ele tentou sorrir.
-Tudo bem. Não esqueça que eu te amo, para sempre. 
-Isso vale pra você também, te amo, pra sempre.

Demos o ultimo beijo e como disse antes, a sensação de que não o veria nunca mais me invadiu novamente. Tentei esquecê-la e memorizar seu lindo rosto o máximo que pude, até entrar no táxi e perdê-lo de vista, rumo o aeroporto. 

Quase perdi o voo, mas no final, tudo correu bem, cheguei razoavelmente cedo, peguei Penélope na casa de Ju e lhe contei por alto tudo que tinha acontecido, depois fui para casa, exausta, mas feliz, todo sacrifício por ele era válido. 

...

Depois que voltei para casa, os dias se arrastaram. Tentei me focar no trabalho, e ler no tempo livre, mas não conseguia m concentrar em nada. Tentei arrumar a casa, passear com Penélope e até arrumei todo meu armário tirando algumas roupas que não serviam mais. Porém, quanto mais coisas eu fazia, mas o tempo se esticava, escorria lentamente, mas nada de passar. Falei várias vezes com Luan durante aquela semana, mas parece que ouvir sua voz não era suficiente, pois eu sentia um saudade quase incontrolável. 

Por toda a semana também não sonhei mais com Lorenzo e Cecília e a curiosidade já estava me consumindo por completo. Queria ver como seria o casamento deles e também,a tão esperada lua de mel do casal dos anos 30, é claro.

Mesmo assim, já que não nos veríamos no fim de semana, programei de fazer uma surpresa aos meus pais e a Antonela, chegaria lá no sábado pela manha de surpresa e na sexta a  noite até arrumei uma pequena mala, mas meus planos foram por água a baixo.

No sábado, acordei me sentindo extremamente mal, minha cabeça doía, assim como todo o corpo que também queimava em febre. Tomei um remédio prevendo que a gripe tinha me pegado mais uma vez e fiquei deitada o dia todo. A febre cedeu um pouco, mas a moleza e a dor continuavam as mesmas, porém, sem espirros, nem nada do tipo.

Na parte da tarde, Ju passou lá em casa e fez um escândalo:
-Como assim você ta doente e não me fala nada? Vamos ao médico agora! 
-Não, nada de médicos, odeio hospitais, você sabe. Vou ficar bem. - Eu realmente odiava hospitais, médicos, agulhas e todas essas coisas do tipo, desde sempre. 
-Vai ficar doente em casa? A gente precisa saber o que você tem Nicolle! - Ela insistia.
-Tomei uns remédios, vamos esperar, se não passar a gente vai. - Falei quase sem força.
-Auto medicação? O que eu faço com você em? Vou ligar pro Luan! - Ela sacou o celular.
-Não! - Impedi - Não vai preocupá-lo a toa, que é isso Ju? 
-Quem sabe se ele te convencer, você resolve ir ao médico.
-É só uma virose mulher, não se preocupa, vai passar. 
-Argh, você é uma teimosa! - Ela bateu o pé.
-E você uma insistente, vai, fica longe pra não pegar em você. 
-Ia te chamar pra ir ao shopping comigo, mas já vi que não vai rolar... - Ela fez bico.
-Não mesmo, é até bom que assim não compro nada. - Sorri amarelo.
-Tem certeza que vai ficar bem? Posso ficar com você se quiser. 
-Nada disso, vou ficar bem, prometo. Bom passeio. 

E depois disso ela se convenceu e foi, tudo que eu não queria era que Ju pegasse minha gripe. Ou o que eu achava que era gripe. Então, fiquei em e logo peguei no sono, dormi por toda a tarde e a noite, acordei sem sentir fome alguma. A febre tinha voltado, tomei outro remédio e posso dizer que aquela noite foi bem ruim. Luan me ligou, mas não deixei ele perceber o que estava acontecendo, não queria preocupá-lo. 

No domingo de manha, quando "acordei", estava me sentindo pior. Coloquei o termômetro em mim mesma e ele apontou quase 40 graus, ai sim, achei que era hora de me preocupar. 

[Continua]

Maria Eduarda, @addicts_luans Todo mundo é de Praia Grande? É isso? Vou pra casa de vocês, bjs

kkkkk'

E quanto ao "meu livro", assim como Nicolle achava no começo, eu também não tenho uma boa história para contar, mas talvez um dia eu tenha sonhos assim, como os dela e escreva sobre eles, ou viva uma história de amor tão bonito quanto né? kkkk' 

Obrigada por todas as palavras lindas que deixaram nos cometários, em especial a Ana Isabel que como ela mesma disse, de certa forma é "nova" por aqui. Fico muito emocionada quando vocês dizem que minha escrita é um dom, e mais ainda quando ela causa algum efeito na vida de vocês. Quero te ver por aqui sempre a partir de agora Ana, obrigado pelas palavras ;)

Maaaaaas, falando do capítulo...

Luan e Nic, Awwn

Nem tem o que dizer né?

Mas, Nicolle acabou ficando doente, 

o que será que ela tem?

Palpites?

Aguardo a opinião de ouro de vocês!

haha'

Amanha vou tentar fazer dois capítulos, 

o desfecho dessa parte e o casamento de Cecí e seu aviador gato,

AGUARDEM!

Beijos

Mayara

@Luansmyway