quarta-feira, 28 de maio de 2014

Capítulo 124

[...]

Quase não pude suportar quando a vi fechando os olhos, sua mão que antes apertava a minha mesmo fracamente, agora perdera o pouco de força que ainda tinha. Aconteceu exatamente como nos filmes, quando tudo a sua volta viram vultos sem importância e seus olhos se ligam apenas em uma coisa, no meu caso, os meus estavam completamente vidrados em Nicolle, ali naquela maca, inconsciente. 

Tive que soltar sua mão enquanto os enfermeiros corriam apresadamente com ela para dentro. Foi aí que meus olhos procuraram Marcela, dei um passo largo em direção a ela, segurei em seus ombros e perguntei:
-Ela vai ficar bem não vai? Os bebês vão ficar bem... - Minha voz soou aguda e desesperada. 
-Vamos fazer de tudo, fique calmo, lhe dou notícias assim que puder. - Ela me olhou transparecendo sinceridade, colocou uma das mãos sobre a minha em sinal de apoio e depois correu para a sala pra onde levaram minha Nicolle. 

Caí sobre a primeira cadeira que vi, senti a presença de meus pais ao meu lado, mesmo assim, não conseguia falar, nem pensar em nada. Só queria que tudo aquilo acabasse, só queria voltar para casa e levar Nic comigo, só isso. 

A movimentação no hospital era mais ou menos intensa, ouvi meus pais dizendo alguma coisa, mas não prestei atenção. Percebi pessoas curiosas a minha volta, mas nada disso me importava, eu só conseguia fazer várias perguntas a mim mesmo:
-"Ela estava tão bem esta manha, melhor do que muitos outros dias, como isso pode acontecer." 

Não demorou muito para que Marcela voltasse para falar conosco, talvez tenham se passado uns 40 minutos. Assim que a vi, tentei encontrar pistas em sua expressão, mas ela tinha no rosto aquele mesmo olhar compadecido de sempre e antes que eu perguntasse, ela respondeu:
-Nicolle conseguiu recobrar os sentidos, mas achei melhor sedá-la, estava muito agitada. A princípio a pré-eclâmpsia atingiu seu segundo estagio, considerado grave. A pressão dela subiu demais, entupindo os vasos sanguíneos... Bom, em uma linguagem mais simples, tudo se complicou um pouco mais. 
-E os bebês? - Minha mãe quem perguntou, estava angustiado demais pra falar.
-Fizemos uma ultrassonografia agora e felizmente nada aconteceu com eles, estão perfeitamente bem, talvez um pouco agitados, eles sentem o que Nicolle sente, mas estão bem. - Marcela sorriu sofregamente. 
-Quando ela vai acordar? - Perguntei finalmente.  
-Dentro de algumas horas. Mas acho que vai ter que ficar por aqui um ou dois dias.
-Ela parecia tão bem, acordou disposta, caminhamos um pouco... - Minha mãe comentou - Não entendo. 
-Essa doença é silenciosa, ataca quando você menos espera. 

Todos silenciamos naquele momento, parecia que ninguém sabia direito o que dizer, mas Marcela continuou:
-Eles são mais fortes do que você imagina. - Ela segurou minha mão - Mesmo com o agravamento da doença, não tenho dúvidas de que vão sair bem dessa. Daqui 3 meses vai estar com seus bebês no colo, lindos e saudáveis. 
-Deus lhe ouça. - Falei apenas isso. 

As horas escorreram lentamente, num piscar de olhos a imprensa já sabia de tudo e tomou conta da frente do hospital, logo Ju também ficou sabendo e veio correndo nos prestar sua solidariedade e confesso que ela foi essencial, uma amiga de verdade:
-Hey rapaz, levante essa cabeça, pare de agir como se alguém estivesse a beira da morte! - Ela falou com toda a sua leveza - Minha amiga esta bem, Juninho e Joãozinho também, só estão dormindo um pouco, Nicolle sempre foi dorminhoca e dizem que as grávidas tem duas vezes mais sono do que as mulheres normais. - Ela afagou meu ombro, tentei sorrir de seus comentários.
-Juninho e Joãozinho? - Perguntei, erguendo o olhar como ela mesma mandou.
-É, até hoje vocês não escolheram um nome pra esses meninos. 
-Posso lhe garantir que não vão ser esses. - Sorri, já estava me sentindo um pouco melhor em sua companhia. 
-Tudo bem papai Panda. - Ela continuou a brincar. 
-Você gosta mesmo de apelidar as pessoas... 
-Gosto de dar graça a vida Luan, não deixo os problemas me abaterem e não quero que eles abatam você também cara! Aprenda uma coisa, pais de família nunca deixam transparecer suas preocupações, mas sim, muita confiança. - Sim, aquilo fazia total sentido.
-E quantas vezes você já foi um pai de família pra ter toda essa experiência? - Aquela foi minha vez de brincar.
-HÁ! É disso que eu estou falando. - Depois disso, nos abraçamos forte - Pode não parecer,mas Nicolle é mais casca grossa que todos nós aqui, ela vai ficar bem.
-Para mim ela ainda é aquela menininha desastrada que conheci, tão indefesa... - Meus pensamentos voaram longe.
-Não é! Ela é forte! Pare de tratá-la como um bibelô. - Ela falou séria - Ain, vocês não sabem nada da vida, vou ter que ensinar tudo. - Ela revirou os olhos e me arrancou mais um sorriso. 

Ficamos ali, enquanto as horas se arrastavam pela tarde a fora. Cada um fazia sua prece e silêncio, na esperança de ajudar de alguma forma, enquanto isso, tudo que eu queria era ficar ao lado de Nicolle e de meus filhos que estavam sozinhos em alguma daquelas salas, mas não podia. 

Rober também veio para lá, para no caso, ajudar com os repórteres ensandecidos querendo saber notícias:
-Vamos publicar uma nota oficial amanha cedo, até então ninguém vai falar, nem Luan, nem a família... Respeitem isso por favor. - Esses eram os argumentos que não adiantaram, a imprensa continuou lá, assim como publicando matérias as cegas na internet.

Somente no finzinho da tarde, Marcela anunciou que Nic tinha finalmente acordado e eu logo corri para vê-la e quando finalmente a encontrei, senti uma imensa vontade de tirá-la dali. Estava respirando com a ajuda de aparelhos, seus batimentos cardíacos eram controlados, seu rosto estava pálido e cansado. Estava deitada, virada para o lado esquerdo como Marcela sempre recomendou e reparei que uma das mãos estava sobre a barriga, como quem segura alguma coisa valiosa que não quer deixar cair jamais. 

De olhos lacrimejados, me aproximei, coloquei minha mão sobre a dela e me esforcei para sorrir:
-Ei meu amor, como se sente? 
-Cansada. - Respondeu baixinho, respirava com dificuldade. 
-Ainda sente dor? Ainda vê luzes e pontos? 
-Não, a dor passou, os pontos sumiram, acho que me aplicaram algum medicamento. - A cada frase que ela dizia, respirava fundo. 
-Juro que se pudesse trocaria de lugar com você. - Falei sem pensar, dominado pela emoção.
-Eu nunca deixaria que isso acontecesse, - Fez uma pausa - não suportaria ver você no meu lugar. 
-Eu amo muito você Nicolle, e admiro profundamente tudo que está fazendo por essa gravidez, outra em seu lugar já teria desistido. - Enxuguei uma lágrima que teimava em cair. 
-Também amo muito você e amo mais ainda esses dois que estão aqui dentro de mim, é por vocês tudo o que faço. Acho que agora entendo o sentido de "amor de mãe". - Ela tentou sorrir - Por falar nisso, como eles estão? Marcela falou algo?
-Estão perfeitamente bem, nada os atingiu. - Confessei orgulhoso.
-Ótimo, era só isso que eu precisava ouvir. 
Conversamos por pouco tempo, logo Marcela me tirou de lá alegando que Nicolle precisava descansar, então, mesmo sem querer, a beijei e saí, prometendo voltar. 

Não tinha mais muito o que fazer ali, mesmo assim, eu não arredaria o pé de lá enquanto não pudesse levar Nicolle e os gêmeos comigo. Então, quando a noite caiu, depois de muita insistência fui obrigado a comer alguma coisa mesmo sem estar com fome nenhum. Porém, de certa forma estava mais aliviado, ela tinha acordado, os bebês estavam bem e o futuro cuidaríamos quando chegasse a hora. 

Marcela disse também que quando ela se sentisse melhor, teríamos um alonga conversa sobre algumas coisas que mudariam a partir de agora. Mesmo assim eu estava confiante, depois de ver a garra de Nicolle para vencer essas barreiras. 

Eram mais ou menos 20:30 da noite quando tivemos uma surpresa. Avistei a família de Nicolle adentrar o hospital, mas não eram só Antonela e Alice sua mãe, mas Saulo, seu pai, também estava junto e naquele momento, eu não sabia direito se gostava ou ficava com medo daquilo. 
[Continua]




Anjos, 
Depois de muito terror, 
Nicolle esta ... Não dá pra dizer que está bem né, mas...
está levando. 
Só que sua família chegou ao hospital, 
ou melhor, seu pai, com quem ela está brigada a meses, 
está lá!
O que será que vai acontecer? 

Luan reinou narrando o capítulo hoje né? 
kkkk' 
Mas nos próximos, aguardem mais emoções,
fortes eu diria.
Logo Logo, Lorenzo e Cecília e também Vó Amélia, 

Aguardem!

Beijos
Mayara
@Luansmyway

4 comentários:

  1. Ai que dó do Luan ver ele sofrendo desse jeito da uma dor no coração mesmo sabendo que é só aqui continua doendo. Mas também deu dó da Nic , é tão bonito ver ela lutando pelos filhos, mas já to até vendo as "bombas" que vem por aí, achei muito legal o pai da Nic ter aparecido e acho que finalmente eles vão fazer as pazes, mas agora é esperar, continua bjssss

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  2. Adorei ele narrando,e acho que tem q continuar ate ela ficar boa. Qnt ao pai dela,acho que o Luan não devia deixar ele entrar,ela não pode se emocionar mt

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  3. Awnn Luan narrando o capítulo, achei lindo! Mas vê-lo sofrer ñ é nada bom :/
    Vc provoca tantas reações dentro de mim, por exemplo agora estou super preocupada com o Lú, a Nic e os bebês, isso é extraordinário:)
    Achei muito bom o pai da Nic ter vindo, será que eles vão fazer as pazes? Espero que sim!
    Estou com medo dessas "bombas"!
    Vó Amélia uhuuu em amoo essa velhinha haha!
    Bjão

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  4. tomara q tudo dê certo agora,inclusive com o pai da nicole, continuaaaa logo amore, bjoooos

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