quinta-feira, 22 de maio de 2014

Capítulo 119

[...]

Depois de todas aquelas emoções mais que fortes, Luan me levou até o quarto. Ainda me sentia meio mole, a cabeça continuava a doer, porém um pouco menos e as falhas na visão já tinham sumido pelo menos. Consegui vestir um pijama confortável e me deitei, virada para o lado esquerdo como a médica havia recomendado. Luan se aconchegou perto de mim e pousou uma das mãos em minha barriga, acarinhando, transmitindo o máximo de calma possível. Logo em seguida, senti Penélope pular na cama e deitar perto de nossos pés, como sempre fazia, aquilo me fez sorrir para ela, era tão linda, o melhor presente que Luan já me deu, depois dos gêmeos, é claro.

Encarei aqueles olhos tão lindos ali bem perto dos meus, sua expressão era de amor, mas eu sentia toda a tensão e angústia vinda de dentro dele:
-Desculpe por isso... - Falei sentindo que ia começar a chorar a qualquer momento. 
-Não meu amor, você não tem culpa de nada, não podia escolher ficar doente ou não. - Ele beijou minha testa. 
-O problema sou eu, sempre. - Admiti. 
-Não é verdade, para mim, você foi a solução. - Ele esboçou meio sorriso - A solução da minha solidão, dos meus dias tristes... 
-Você existe mesmo? - Apertei os olhos e ele sorriu - Porque até hoje ainda não acredito que possa existir alguém tão maravilhoso quanto você. 
-Existo, e estou bem aqui, para enfrentar tudo isso com você. 

Depois de dizer isso ele me beijou levemente, com todo carinho e cuidado do mundo. E ao final do beijo, olhei por sobre o ombro dele, avistando em cima do criado, uma foto minha com vó Amélia que sempre esteve bem ali, mas naquela noite, me deu um clique que me fez arrepiar por completo:
-Vó Amélia! - Falei baixinho.
-O que tem? - Ele não me entendeu. 
-Ela me disse que eu passaria por grandes turbulências, mas que não podia desistir, nem da minha felicidade, nem dos bebês, porque eu conseguiria passar por todas elas. - Parecia que ela estava ali, falando pra mim. 
-Uau, tinha me esquecido que ela lê mão, vê essas coisas. 
-É, é, e sempre acerta! Ela sabia que os bebês eram gêmeos e certamente sabia que eram dois meninos também, ela sempre sabe de tudo, então, se ela disse que vai terminar bem, é porque vai! - Me senti um pouco mais forte ao constatar aquilo, um pouco mais esperançosa. 
-Claro que vai acabar tudo bem meu amor. - Ele sorriu.
-Eu não vou desistir, não vou desistir dos bebês... - Falei para reforçar aquilo em mim.
-Isso! Ninguém vai desistir, eu nem sei o que é isso, nós vamos lutar e vamos vencer! - Ele selou meus lábios de novo.
Sim, nós iriamos lutar e vencer. Mas o que eu não sabia naquele momento, era que estava prestes a travar uma batalha difícil, exaustiva e cheia de obstáculos.

-A gente precisa conversar sobre uma outra coisa. - Ele falou chamando minha atenção.
-O que é? - Temi o que estava por vir.
-Lembra do que estávamos falando antes de você passar mal? - Ele engoliu seco.
-Aquela tal coisa que seu pai mencionou e você não queria me contar. - Lembrei de imediato, pelo menos minha memória continuava intacta.
-Isso... 
-Vai falar o que é? - Arqueei a sobrancelha.
-Bom, eu, meu pai e minha mãe conversamos sério esses dias. E surgiu a ideia de você... éh... de você morar lá em casa, pelo menos por um tempo, até a gente resolver de vez nossa situação. - Silênciei ao ouvir aquilo - Mas de qualquer forma, mesmo que você não queira, vai ter que fazer isso. Você não pode ficar sozinha nesse apartamento, imagina se passa mal como hoje, sua sorte é que eu estava aqui, mas sabe bem que não vou poder estar em todos os momentos. 

Sim, eu sabia de tudo aquilo. Mesmo assim, desviei o olhar do seu, eu sinceramente não tinha pensado nisso até então e não sabia se seria realmente uma boa ideia me mudar para a casa dos pais de Luan, pois a vida toda, lutei pela minha independência, estava acostumada com avida que levava, fora o incomodo que seria para os Santana, minha presença ali. Mesmo assim, Luan tinha razão, eu não podia ficar sozinha, ainda mais depois de hoje:
-Eu não tenho escolha, certo? - Voltei a olhá-lo.
-Não é pra parecer uma obrigação Nic, é apenas o melhor a se fazer. Lá, minha mãe vai estar com você o tempo todo, e nas folgas que eu tiver, volto correndo. Mas é claro, você tem uma família e se quiser ir pra lá eu vou entender, mas pense bem, tudo está aqui, não falo por mim, eu vou onde você estiver, sabe disso, mas sua médica, a Ju, suas coisas, fora a facilidade que sempre vai ter... 
-Eu sei. Além do mais, esqueceu que ainda estou brigada com o meu pai? Imagina o que ele diria se eu chegasse lá de mala e cuia com todo esse problema, realmente não tem jeito. - Sorri de canto - Só não quero incomodar ninguém, seus pais, não é justo... 
-Meu amor, eles querem isso, foi uma decisão conjunta e depois de hoje, vão querer ainda mais. Fora que eu vou ficar muito mais tranquilo! - Sua testa estava franzida. 
-Vou ter que parar de trabalhar? - Meu coração apertou - Mas eu amo tanto meu trabalho, eu lutei tanto por isso, foram anos na faculdade... - Minha voz era fraca e angustiada.
-Você não pode trabalhar assim, mas pense que é só temporário. - Vi pena em seu olhar.

Respirei fundo, fechei os olhos por um segundo e me ordenei a não chorar mais naquela noite, então, decidi:
-Tudo bem, você tem razão, vou me mudar para sua casa, parar de trabalhar, repousar todo o tempo... Afinal, temos um motivo bem maior né? - Toquei minha barriga.
-No caso, dois motivos né? - Ele brincou - É a melhor decisão. Prometo que vai ser muito bem tratada, vamos te dar todo o carinho e amor do mundo e depois que tudo isso passar, que nossos bebês nascerem, damos um jeito em nossas vidas. - Ele beijou minhas mãos. 
-É, amanha, depois da consulta, passamos no meu trabalho pra eu falar com mu chefe. Ah, vai ser muito difícil. - Levei minhas mãos aos olhos.
-Eu sei, admiro os sacrifícios que está fazendo, nem me pergunte o que eu faria se tivesse que largar a música, mas pense que é só por um tempo. Você também poderá se dedicar mais ao seu livro, ãh, o que me diz? - Ele falou animado - Vai poder escrever muito, pois não cansa, não tem movimentos bruscos. 
-É verdade. - Sorri finalmente.
-Nós sempre temos que encontrar um lado positivo nas coisas Nicolle. 
-A coisa mais positiva da minha vida é você, sempre vai ser. - O beijei.
-Que bom, fico feliz por isso. Agora vem, deita direitinho e tentar dormir, você precisa descansar, amanha temos um dia cheio. Antes de viajar na quarta, quero deixar você acomodada lá em casa. - Ele me aninhou em seus braços.
-Antes, pode buscar um pouco de água pra mim? - Perguntei, estava com a boca seca.
-Claro, já volto. 

Eu sabia que a partir do dia seguinte, minha vida ia dar um giro de trezentos e sessenta graus completos, mas era isso que tinha que ser feito e depois daquele pedido de Luan, eu não recusaria nem em um milhão de anos, nada que ele me pedisse, nunca:
-Mamãe vai fazer tudo que for preciso pra salvar vocês, prometo! - Falei com a barriga, com os gêmeos - Eu não vou desistir, você também tem que me ajudar, vamos vencer tudo isso juntos, eu vocês e o papai, sempre! 
...
Eu tinha ficado realmente baqueado com tudo que tinha acontecido naquela noite, descobrir que Nicolle tinha uma doença grave que podia afetar ela e os bebês me deixou preocupado, angustiado, mas o que eu poderia fazer se não ficar ao lado dela, lhe dar apoio e fazer de tudo pela mulher da minha vida e pelos meus dois filhos? ... Sabia que teria de enfrentar turbulências muito fortes dali em diante, mas não desistiria como ela mesma disse. Eu não dou diferente de ninguém, por isso, passo por problemas semelhantes aos de todo mundo, mas eu lutaria e usaria todos os recursos possíveis para ajudar Nicolle e os gêmeos a saírem bem daquilo tudo.

 Estava voltando com a água que Nicolle me pediu, quando me deparei com ela distraída, conversando com a barriga:
-"Mamãe vai fazer tudo que for preciso pra salvar vocês, prometo! - Falei com a barriga, com os gêmeos - Eu não vou desistir, você também tem que me ajudar, vamos vencer tudo isso juntos, eu vocês e o papai, sempre!"
Uma lágrima de emoção se formou em meus olhos, sim, ela tinha razão, venceríamos aquilo juntos, nós quatro, como a família que sempre sonhei. 
...

Na manha seguinte, uma terça feira chuvosa e fria, acordamos com o canto do galo para enfrentar o dia cheio que teríamos pela frente e a primeira tarefa - depois de um café da manha super saudável e nada salgado - era ir ao consultório de Marcela para mais uma ultra. 

Lá, ela nos recebeu com todo o carinho do mundo, nos explicou mais algumas coisas sobre a pré-eclâmpsia e fez uma ultra milimetricamente detalhada, constatando assim, que os bebês estavam bem, não tinham sido afetados pela crise de ontem. Nada nos deixou mais aliviados do que saber disso, agora era só seguir em frente.

Ela me relembrou tudo que tinha que fazer dali em diante, me receitou uns comprimidos para controlar a pressão e reforçou que eu poderia ligar a qualquer momento. Contamos a ela da mudança para a casa de Luan e também que estava indo naquele momento pedir minha demissão, de agora em diante, viveria em prol daquela gravidez e de minha saúde, pelo menos até os nove meses. 

Depois de sair do consultório, partimos para o jornal, ao chegar lá, nem preciso dizer que Luan foi o dono das atenções, sempre simático com todos. Mas logo entramos na sala do meu chefe, pedi que Ju - que não estava entendendo nada - viesse também, assim, ela já ficaria sabendo de tudo. 

Era chegada a hora da verdade, teria mesmo de deixar meu trabalho, a profissão que amava, mas como já disse, tudo pelo bem dos meus filhos. 

[Continua]




Me atrasei um tiquin né? 
Perdoa eu! 
Minha vida sempre corrida =x

Thayná Isis, você teve casos como o da Nic na família? Tenso em =/ Como mãe e filho estão hoje? ... Achei bonitinho cê chamando o Luan de Vivi, é de "vida"? Que gracinha! kkkk' Quero ver você mais vezes por aqui moça, não suma e não esquente, adoro esses comentários que são maiores que as postagens kkkkk' 

Priih também teve casos de pré-eclâmpsia na família.. Eu achei que fosse menos comum, mas olha só né! =x

Thielle, sua sugestão está guardada na minha caixinha, vamos aguardar haha' 

Stephanie @MyPrince_Lrds Ta vendo, por isso tem que comentar todo dia! hahaha' Respondi hoje, vale né? Tô me sentindo o próprio cantor com essa coisa de responder! kkkkk' 


Fico feliz que tenha pesquisado direitinho sobre a doença, eu levo isso aqui muito a sério, então, tem que parecer o mais verídico possível, mesmo que tudo venha da imaginação. ;)

QUANDO AO CAPÍTULO...
Cêis acertaram sobre a coisa da Nic e morar na casa do Luan, 
e ela vai ter que ir né?
Mas isso vai ser bom pra todos, 
vão ver. 
Mas tadinha, agora ela tem que sair do trabalho, 
vai ser difícil, 
assim como muitas outras coisas vão ser difíceis de agora em diante,

Só aguardem
e comentem, é claro!
kkk'

Beijos de algodão doce! ;)

Mayara
@Luansmyway

7 comentários:

  1. Que boom quer os bebês estão beem. A Nic e o Luan tem que serem fortes pra passar por todas essas coisa e no final tudo vai da certo

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  2. Ai Mah cada dia que passa eu fico mais ansiosa com sua história, no mês de junho quando eu entrar de ferias \o/ vou começar a ler a segure a minha mão de novo :´) sempre me emociono...vou ler mi vezes e me emocionar mil vezes kkk'
    Stephanie Santana

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  3. Essa doença não é tao incomum,basta a gestante abusar de mt sal e alimentos gordurosos que ela corre serio risco de ter isso justamente na hr do parto,é mt perigoso.E to com dó da Nicole,por ter q abrir mão de mt coisa e por tudo q ela ainda vai passar(nem sei o que é,mas acho que vai ser barra)

    Priscila

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  4. tão triste ver a Nic abrindo mão das coisas, mas no final vai dar tudo certo
    @mylifeluanjo

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  5. tenho certeza q no fim vai dr tudo certo e q a nicole esta fazendo a melhor escolha, q é se cuidar e cuidar da gravidez dela, continuaaa logo amore, bjooos

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  6. Coitada da Nic teve que sacrificar uma das coisas que mais gosta, mas isso é para bem de todos! Ela na casa dos pais de Luan vai estar mais segura e acomodada, imagina só se ela passa mal sozinha?! Esses grande sacrifícios vão valer a pena no final da caminhada, tenho certeza!
    Bjss Thielle

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  7. Que bom que tá tudo bem com a Nic e com os bebês. Dá dó dela ao saber que ela vai ter que abandonar uma das coisas que ela mais gosta, mas como todo mundo disse é a melhor coisa a se fazer, e vai dar tudo certo!!
    Beijoss

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