Capítulo 96

[...]

Naquela mesma noite, enquanto estava "presa" com Luan no elevador resolvendo minha vida, mal sabia, mas Diogo estava na portaria do meu prédio:
-E aí Alvaro, meu velho, como é que tá? - Com seu jeitão animado de sempre, Diogo cumprimentava seu "cúmplice". 
-O que você quer em Diogo? - O porteiro estava de poucos amigos naquela noite.
-Vim ver a Nic, sabe que somos amigos agora? 
-Amigos? Depois de tudo que você fez? 
-Águas passadas, e aí, vai em deixar entrar ou não? - Ele deu de ombros.
-Sugiro a você que não suba, o namorado dela está ai já faz um tempinho. Fiquei sabendo que vocês não se dão muito bem... - Alvaro fazia fofoca.
-Quem? O cantorzinho? Mas...
-E tem outro? Ele mesmo. Chegou e ela nem tinha chegado ainda, subiu sem falar muito e uns 15 minutos depois ela chegou, desde então estão lá, matando a saudade eu imagino. - O porteiro ria.
-Hum... - Diogo coçou o queixo, pensativo - Tudo bem, falo com ela depois, não quero atrapalhar o casal. 

E depois disso, ele tomou o caminho de volta. Em outras circunstâncias Diogo tinha subido mesmo assim, e colocado o circo para pegar fogo, mas naquela noite não. Ficou sério, e foi embora.

...

No céu. Era onde eu estava naquele momento, deitada em uma nuvem e recostada ao peito do mais belo dos anjos. Ele cheirava meus cabelos e com uma das mãos fazia movimentos desalinhados em minhas costas nuas, a outra mão se mantinha entrelaçada na minha enquanto eu dava repetidos beijinhos em seu peito. A sensação era de que tinha encontrado meu rumo novamente, que tudo agora parecia mais leve, mais bonito e passara a fazer total sentido:
-Onde esta seu anel? - Ele perguntou ao ver minha mão direita sem o anel que ele tinha me dado de aniversário.
-Guardado. - Falei meio sem jeito. 
-Imagino porque tirou, mas acho que agora ele pode voltar para seu lugar de direito, certo? - Ele beijou minha mão.
-Certo. 

Então me estiquei para pegar o anel que estava na gaveta do criado bem ali ao lado da cama. Depois o encarei por uns segundos e lembrei-me do ultimo sonho que tive com Lorenzo e Cecília:
-Lorenzo e Cecília vão se casar. - Falei sem pensar.
-Sério? Eles fugiram? Como o pai dela deixou? - Luan parecia extremamente empolgado com  a história.
-Lorenzo conversou com ele, foi corajoso e o enfrentou, ao mesmo tempo expressou seus sentimentos e comovei o pai de Cecí. 

Depois de me ouvir falar isso, comecei a rir e ele me olhou sem entender o porque, então expliquei:
-Olhe só para nós, estamos falando de Lorenzo e Cecília como se eles existisse e fossem nossos conhecidos. 
-Eles existem, aqui ó! - Ele tocou minha cabeça - E logo vão virar personagens de livro. Não me diga que parou de escrever...
-Não, continuo firme. - Dei uma pausa - Mas só toquei no assunto porque, no ultimo sonho que tive, Lorenzo fez o pedido formal a Cecília e então lhe deu um anel, mas o anel era exatamente igual a esse. 
-Claro, sua cabeça registrou o anel, algo que é importante para você, por isso sonhou. - Luan falava naturalmente.
-É, pode ser... - Encarei novamente o anel, que agora já estava em meu dedo.

Voltei meus olhos para ele que sorriu pra mim e por um momento pensei como a minha felicidade era simples de se conseguir, bastava um momento como aquele, bastava que ele estivesse ali comigo. E pensando nisso, me aninhei de novo em seus braços:
-Eu te amo muito. - Admiti.
-Também te amo muito, mais que tudo. - Selinho.
-Quero que me prometa uma coisa. - Fiquei por cima dele para olhá-lo nos olhos. 
-Tudo que você quiser. - Ele sorriu, lembrei-me imediatamente da música.
-Quero que prometa que mesmo que eu faça uma grande burrada, ou algo que te deixe muito irritado, que mesmo que eu fique com ciúme sem motivo, você vai se lembrar de todos os momentos bons que vivemos juntos e de todos os motivos que fizeram você me amar. 

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, depois acariciou meu rosto com o polegar:
-Se eu não lembrar, você atira todos eles na minha cara e depois me beija, exatamente como fez hoje. - Sorrimos juntos.
-Pode deixar. 
E então nos beijamos por um longo tempo.

-Dorme aqui hoje? - perguntei após o beijo.
-Hum... Não sei... 
-Ah, não me diga que vai ter que sair as pressas e me deixar aqui sozinha depois de tudo. - Reclamei fazendo bico.
-Eu jamais faria isso. - Ele sorriu maravilhosamente.
-Melhor assim. - Selinho - Mas tenho que confessar uma coisa...
-Diga. - Ele suspirou.
-É que meus planos não são exatamente dormir. - Confessei com um sorriso safado.
-Ah, e quais são seus planos? - Ele se fez de inocente.
-Aproveitar você.  - Sussurrei em seu ouvido e mordi sua orelha de leve.
-É por isso que eu amo você. 
Quando dei por mim já tínhamos invertido as posições e novamente ele estava me dominando, como gostava de fazer.

...

Naquela noite eu podia dizer que realmente era um cara feliz. Eu tinha novamente em meus braços a mulher que mais amei em toda a minha vida. Tudo bem que eu só tinha vivido 23 anos até então, mas nunca havia sentido nada parecido com o que sentia por Nicolle. 

Fizemos muito amor, e depois que ela adormeceu de exaustão, mesmo cansado também, me obriguei a permanecer acordado para olhá-la por mais um instante. Sua expressão era de imensa calma, sua respiração quase imperceptível, mas confesso que seus olhos fechados perdiam feio para quando estavam abertos e dentro deles eu podia ver os sinais de que ela era a mulher certa. 

Enquanto a olhava, passou pela minha cabeça que mais uma vez eu tinha perdoado as falhas dela, dando mais uma chance para que ela errasse de novo comigo. Mas nem que eu quisesse com todas as minhas forças, poderia lhe negar, nem o perdão, nem a mim mesmo que já lhe pertencia de todas as maneiras possíveis.

Talvez ela errasse de novo comigo, cometesse uma grande burrada, me deixasse muito irritado ou tivesse um ataque de ciúme sem motivo, como ela mesma disse a pouco. Eu perdoaria, lhe perdoaria quantas vezes fosse possível, porque amar é isso e eu a amo, não tenho nenhuma dúvida. 

Mas é claro que eu não queria que ela fizesse algo desse tipo, não queria mais ter que passar por tudo de novo. Queria apenas que ela fosse minha, para sempre e que pudéssemos viver nosso amor em paz, sem nenhuma divergência, apenas ela e eu e ninguém mais, e quando falo ninguém, é claro que me refiro a Diogo. 

Em fim, tirei todos esses pensamentos da minha cabeça e me concentrei somente em olhá-la, foi quando percebi uma sombra de sorriso em seus lábios, talvez estivesse sonhando novamente com Lorenzo e Cecília, ou talvez eu pudesse me dar ao luxo de pensar que estivesse sonhando comigo. De qualquer forma, nesse momento ela segurou minha mão, então me aproximei mais ainda dela, lhe envolvendo em meus braços e prometendo a mim mesmo que ninguém mais a tiraria de mim. 

...

Quando abri os olhos na manha seguinte por conta do despertador, praguejei por ainda ser sexta feira e cogitei a possibilidade de faltar ao trabalho naquele dia e ficar exatamente onde estava, na cama com Luan. 
-Você tem que pagar as contas! 
Repreendi a mim mesma e finalmente levantei. Fiz tudo como de costume, só que totalmente em silêncio para não acordá-lo e quando estava pronta para escrever um bilhetinho, o vejo se espreguiçar graciosamente:
-Já vai? - Perguntou esfregando os olhos.
-Preciso. Mas juro que pensei na possibilidade de faltar o trabalho e ficar com você. - Sentei-me ao lado dele.
-Eu ia gostar disso. - Ele sorriu e depois me beijou delicadamente.
-Porém, não posso. Mas posso viajar com você esse fim de semana, o que me diz? - Deia  ideia como quem não quer nada.
-Hum, isso pareceu música para os meus ouvidos. 
-Me liga mais tarde para combinar tudo? 
-Com certeza. 
-Eu te amo, não se esqueça e obrigada... - Acariciei seu rosto.
-Obrigada pelo que? - Ele perguntou, queria ouvir um declaração pela manha.
-Por ter vindo aqui, não ter desistido de nós de alguma forma, por me perdoar, pela noite maravilhosa, por existir! Você é incrível e acima de tudo, é o amor da minha vida. 

Ele me olhou por alguns instantes, o rosto denunciava cansaço e muito sono, mas ele sorriu:
-De nada. 
-O que? Só isso? - Não acreditei.
Nesse momento ele me puxou e caí na cama amarrotando minhas roupas, então ele me deu um longo beijo e disse por fim:
-Você também é o amor da minha vida, sempre vai ser. 
-Assim está melhor. 

E depois de vários beijos a mais, consegui finalmente sair de casa e seguir para o trabalho, quase explodindo de tanta felicidade. Aproveitei para contar tudo a Ju enquanto estávamos presas no transito e é claro que ela vibrou, dizendo que estava certa mais uma vez e que sabia que isso aconteceria. 

Trabalhei a manha toda com um sorriso no rosto e quando chegou minha hora de almoço, alguém me esperava do lado de fora do Jornal, era Diogo. Congelei, enquanto ele se aproximava de mim:
-Oi Nic, vim te convidar para almoçar comigo. - Ele parecia sério, sério demais.
-É... eu... Tudo bem, vamos lá.
Aceitei, mesmo sabendo que não devia, mas estava com um propósito na cabeça. Explicaria toda a minha situação a Diogo, colocaria os pingos nos i's, o afastaria de mim, pois não arriscaria perder Luan de novo, nem por Diogo, nem por ninguém. 

[Continua]

Amoooores

E aí?

Luan e Nic, lindo e apaixonados.

Mas será que Nicolle vai mesmo afastar Diogo? 

O que vocês acham?

Aceito opiniões!

Beijokas

Mayara

@FCAsCoelinhasLS