Capítulo 108

[...]

Não tinha sensação melhor do que a de vê-lo chegando, voltando para mim. Sempre que Luan me deixava, eu sentia um aperto estranho no peito, como se ele não fosse voltar nunca mais, eu sei, besteira minha, mas era isso que acontecia, e quando ele voltava, Meu Deus, era como se minha vida estivesse sendo resgatada e eu me enxia de alegria:
-E aí? Cadê a comida? - Ele perguntou animado.
-Jura que está aqui só por causa da minha comida? - Coloquei as mãos na cintura e fingi estar ofendida.
-Ah perdão meu amor! - Ele chegou perto de mim, me enlaçou pela cintura me me deu um selinho demorado - Estou aqui porque te amo, você sabe.
-Achei que fosse demorar mais. - Confessei.
-Apressei as coisas, tudo pra ficar mais tempo com você. 
-Olha só pra mim, - indiquei minhas roupas ainda do trabalho - Cheguei e peguei no sono ali no sofá, desculpe. 
-Não tem problema, temos a noite toda. - Ele sorriu - Mas deixe-me adivinhar, sonhou com Lorenzo e Cecília enquanto cochilava.

Enquanto ele perguntava isso, o puxei para a cozinha para iniciarmos o preparo do jantar:
-Isso aí, sonhei com a primeira noite deles juntos, depois de casados, foi lindo. - Quase pude ver meus olhos brilhantes contando isso.
-Ah, sério? Agora sim eles sabem o que é felicidade. - Ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
-Com certeza. - Comecei os preparativos da massa que ia fazer - Mas fico pensando, será que agora os sonhos vão acabar? Será que o "felizes para sempre" deles já chegou? 
-Não sei, me diga você que é a criadora da história. 
-Também não sei. 

E depois de dizer isso, virei-me de frente para ele e o beijei inesperadamente, mas ele me correspondeu com toda fidelidade, num beijo, longo e doce, a sua maneira:
-Como foi com sua mãe ontem a noite? - Lembrei.
-Muito bem, conversamos sobre o bebê sobre eu e você, eu e ela. Ela só esta preocupada, mães são sempre mães, em breve você vai sentir isso. - Ele sorriu - Mas você estava coberta de razão, passar esse tempo com ela foi revigorante. 
-Eu imagino. - Voltei a cuidar da comida. 
-Mas e você em? Não vai ter como esconder de seus pais a vida toda, essa barriga vai crescer. - Ele voltou a me abraçar por trás. 
-Nem me fale, vou lá esse fim de semana sem falta. - Suspirei.
-Não vou poder estar com você... 
-Eu sei, não se preocupe, resolvo isso sozinha. 

Mais uma vez voltei a olhá-lo, beijei de leve seu queixo e inalei seu cheiro bom:
-Se seu pai quiser me obrigar a casar, diga a ele que estou totalmente disposto a fazer isso. - Ele falou em tom brincalhão.
-Não duvide que talvez ele tente. - Alertei.
-Temos que resolver isso também, não tem como criar um filho separados amor, não é bom pra ele... - Seu rostinho se enrugou de preocupação nesse momento, lindo.
-Eu sei disso, mas espera um pouco tá? Uma coisa de cada vez. - Pedi.
-Tudo bem. - Ele beijou o alto da minha cabeça.
-Esta mesmo disposto a viver comigo, digo, morar junto ou... casar? - O olhei nos olhos.
-Eu desejo isso desde o primeiro momento em que te vi Nicolle. - Ele confessou com sinceridade.

Ao ouvir isso, o beijei de novo, com mas intensidade, como se quisesse agradecer por aquilo que ele me disse, por todo seu companheirismo e carinho comigo. E mais uma vez minha teoria de que Luan era um príncipe se reforçou, ele era verdadeiramente perfeito, incrível e todo adjetivo que eu desse a ele ainda seria pouco.

Continuamos a fazer o jantar, falando e rindo de outros assuntos. E quando tudo estava quase pronto, falei:
-Bom, agora você fica dando uma mexidinha nessa panela ai que eu vou tomar um banho rápido. 
-Que? Como assim vai tomar banho sozinha? - Ele parecia indignado, sorri.
-Ué, tomando, É rápido, e além disso, você está tão cheiroso... - Cheirei seu pescoço - Não precisa tomar banho. 
-Mas eu pensei que...
-Mexe ai que se não vai queimar. - Alertei - Quando borbulhar desliga. - Pisquei e saí em direção ao quarto tentando esconder um sorriso.
Mesmo contrariado ele fez o que eu disse, mas no fundo, estava gostando da brincadeira. 

Já eu, tomei um banho rápido, me troquei, e voltei. Nesse tempo a comida já estava terminada, e Luan estava mastigando alguma coisa, com Penélope no colo. Ao me ver, soltou a cadelinha no chão e veio até mim, sentiu meu cheiro e disse:
-Adoro seu cheiro quando sai do banho, parece...
-Baunilha e rosas, é um hidratante. - Respondi sorrindo.
-Delicioso. - Ele me beijou finalmente. 
-Deliciosa deve estar a comida, e aí? Está pronto? - Perguntei animada.
-Sempre. 

Coloquei toda a mesa e depois, tirei uma garrafa de vinho da geladeira que eu tinha escolhido a dedo para aquela ocasião. Mostrei a ele e disse:
-A bebida dos apaixonados, como você mesmo diz. - Entreguei a ele para que abrisse. 
-Boa memória. - Ele sorriu.

Vinho aberto, comida na mesa, nos sentamos e eu servi nós dois, mas só no momento do brinde ele parou imediatamente, tomou a taça de minhas mãos e disse:
-Grávidas não podem beber! - Ele falou como se eu estivesse prestes a matar alguém, sorri.
-Uma tacinha não é nada demais, só pra te acompanhar. - Falei brandamente.
-Nicolle... - Ele continuou a me repreender. 
-Tudo bem, tudo bem, bebo suco. - Joguei as mãos para o ar. 
-Acho bom. 
Levantei-me para pegar o suco e sorri da preocupação dele, tão lindo. Mas eu realmente tinha me esquecido que grávidas não podem beber, ou me esquecido que estava grávida, ah, eu merecia um desconto. 

Jantamos e recebi vários elogios a minha comida super simples. Depois, como nas cenas mais banais de filmes americanos, tiramos a mesa juntos, eu lavei, ele secou enquanto conversávamos e riamos juntos, assim também fazíamos a digestão mais rápido. 

-Pronto, cozinha arrumada, agora você é minha. - Ele me juntou em seu corpo e tocou meus lábios com os seus levemente. 
-Eu sempre sou sua, todo segundo da vida. - Confessei sorrindo.
-Não sabe o quanto é bom ouvir isso. - Ele rocou meu rosto com a ponta dos dedos. 
-Eu amo muito você, nunca esqueça, mesmo quando estiver longe, em suas viagens, saiba que em algum lugar estou pensando em você, em nós. 
-Também te amo muito, mais do que pode imaginar e também penso em você em todo momento, te coloco em tudo que faço, sempre. 

E depois dessas declarações, nos beijamos delicadamente, sem pressa, e assim foi nosso amor naquela noite, pois ela era toda nossa. Então, fizemos tudo com calma, aproveitando cada instante, cada sensação, cada toque. Era como se quiséssemos guardar na lembrança cada momento vivido, cada mínimo gesto, cada palavra rouca ao pé do ouvido, para quando estivéssemos longe um do outro, fecharmos os olhos e reviver plenamente cada momento. 

E depois de muito amor, ficamos naquele tradicional silêncio dos primeiros momentos, depois lembrei-me de uma coisa importante:
-Fui ver vó Amélia hoje, ela já sabia sobre a gravidez, acredita? - Ele me olhou atentamente esperando que eu continuasse - Disse que sonhou com isso. 
-Uau! - Ele exclamou.
-Disse também que vou ter uma surpresa na próxima consulta. - Não quis falar sobre as coisas ruins par anão preocupá-lo.
-Não disse o que? É coisa boa? 
-Não disse, mas acho que é coisa boa... Mas o que pode ser? 
-Não sei. - Ele ficou pensativo. 
-O jeito é esperar né? - Dei de ombros. 
-É... Você acha que é o que, menino ou menina? - Ele me olhou esperançoso, sorri.
-Sei lá, não pensei nisso ainda... E você? 
-Acho que é menino. - Ele sorriu, glorioso. 
-E porque? - O encarei enquanto seu pensamento voava longe.
-Não sei, só acho. 
-A Ju também acha que é menino, está até chamando de "Juninho". - Ri lembrando.
-Ah não, Juninho não. - Ele gemeu. 
-Sabe como ela é né? Mas, sinceramente, não estou preocupada com isso agora. Menino, ou menina, tanto faz. - Pousei a mão sobre a barriga. 
-É, tem razão, tanto faz. Desde que seja lindo como você... - Ele me envolveu num abraço.
-Ah, para, tem que se parecer com você! 
E nessa pequena discussão boa, acabamos pegando no sono. 

Eu adorava quando ele dormia comigo, era a melhor sensação do mundo, como se nada pudesse me atingir ali. Pode até parecer clichê o que vou dizer, mas era o melhor lugar do mundo. 

Na manha seguinte, antes de sair para o trabalho, tive que me despedir de Luan, mesmo sem querer e como sempre ele prometeu que ligaria todos os dias e que voltaria o mais rápido, pois agora, tinha mais um grande motivo para voltar logo, nosso filho! 

E assim, seguimos nossas vidas, e os dias foram se passando e o fim de semana deu a honra de sua graça. E no sábado bem cedo, parti para a casa de meus pais, com um bebê e muito frio na barriga, mais uma vez, era hora da verdade. 

[Continua]

Luan e Nic em um de seus momentos "margarina"

Mas chegou a hora de Nic contar aos pais que está grávida,

e aí? 

O que esperam do próximo capítulo?

Postei tarde hoje né?

Essa vida de estudante me consome! 

Espero que entendam ;)

Beijos

Mayara

@Luansmyway