Capítulo 103

Para minhas leitoras gatonas, mais um capítulo lindão! haha' ;)

[...]

-Eu pedi pra contar devagar! - Ju repreendeu o médico que olhou feio para ela - Amiga, descobrimos que... bem, você tá grávida. 

Ao me dizer isso ela tentou fazer uma carinha de felicidade, mas eu estava chocada demais:
-Você não sabia da gravidez? - Doutor Adriano me olhou como se eu fosse uma inútil, não sei porque, mas estava detestando aquele médico.
-Não, porque eu não senti nada, não tive injous, tonturas, nem nenhum sintoma de gravidez, por isso, não posso estar grávida! - O rebati.
-Existem casos onde as mulheres não apresentam esses sintomas. - Ele me encarou, agora como se eu fosse burra. 
-Mas... - Quando ia reclamar mais uma vez ele me interrompeu.
-O caso é que, você está mesmo grávida, e tem que se cuidar ao máximo, não pode tomar qualquer tipo de remédio, jamais se medique sozinha de novo, você quase perdeu seu filho...
-Fiz isso porque não sabia! - O olhei feio e ele suspirou.
-Tudo bem, mas estou avisando, nada de alto medicação. Além do mais, você vai precisar ficar internada algum tempo, não se esqueça da exaustão muscular, pode parecer besteira, mas para uma gestante, tudo é perigoso. - Ele fez uma pausa e me olhou por um instante - Apliquei em forma de injeção os remédios que você pode tomar, vai se sentir melhor logo. De qualquer forma venho ver como está mais tarde. Com licença. 

Ele caminhou até a porta, mas ao chegar nela, parou, se voltou de novo para mim e perguntou:
-Você não é aquela moça, namorada do Luan Santana? 
-Isso faz alguma diferença? - Perguntei já irritada. 
Ele não falou mais nada, apenas esboçou um sorrisinho sínico e saiu. 

-Ele pensa que você esta dando o golpe da barriga. - Ju resmungou e depois se arrependeu, tarde demais, eu já tinha ouvido.
-É exatamente isso que todos vão pensar. - Voltei a recostar-me novamente na cabeceira da cama hospitalar.
-Calma amiga... - Ela sentou-se perto de mim.
-Como calma Juliana? - Minha voz não estava irritada, parecia mais uma súplica - Eu vou ter um filho! O que vou fazer agora? Eu só tenho 23 anos, tantos planos, tanta coisa pra fazer, e meus pais? Meu pai pra ser mais exata, já pensou nisso? Fora o Brasil todo, assim como Doutor Adriano, achando que arrumei um filho para pegar dinheiro do Luan... Luan! E ele? O que vai dizer? O que vai fazer? Ah meu Deus. - Tampei os olhos com as mãos.
-Luan te ama, e se ele te ama, vai ficar do seu lado. Ele sabe quem é você, eu sei, seus pais sabem... Você esta pensando muito nos "contras", mas se esquece que esse bebê é fruto do amor mais bonito que eu já vi. - Ela sorriu e segurou minha mão - E mesmo que ninguém mais esteja com você, eu vou estar, sempre! 

Senti meus olhos lacrimejarem, Juliana era louca, mas uma amiga incrível e eu sabia que ela estava sendo sincera:
-A ficha ainda não caiu, talvez caia daqui a algumas horas. - Confessei.
-Então vamos mudar de assunto, ficando no mesmo assunto. - Ela mordeu o lábio.
-Como assim? 
-Liguei para Luan e contei tudo. 
-Aiiin você não fez isso. - Gemi.
-O que queria que eu fizesse, escondesse como você fez ontem? - Ela fez gestos com as mãos, sempre expansiva - Liguei sim e ele disse que vem para cá o mais rápido possível.
-Espera! - Arregalei os olhos - Você contou o que? Sobre a gravidez? 
-Não, não! Quando liguei, os médicos ainda estavam cuidando de você, só depois que o doutor Gatão veio falar comigo e disse o que você tinha, mas prometi a Luan que ligaria assim que conversasse com os médicos, tenho que ligar, ele deve estar aflito. 
-Eu mesma vou ligar, assim ele ouve minha voz e vê que não precisa se apressar tanto, se é que ele já não esta a caminho né. - Fiz careta - Trouxe meu celular? 
-Claro. - Ela tirou da bolsa dela e me entregou.

Antes de discar o número de Luan respirei fundo, não sabia o que diria... "Oi, tô grávida, você vai ser papai!" ... Definitivamente, não isso. Teria que contar a ele pessoalmente e agora, enrolá-lo e tranquilizá-lo.

-Alô, Nicolle? - Ele atendeu e logo percebi seu nervosismo.
-Oi amor... - Falei baixinho olhando para Ju.
-Graças a Deus, como você tá? Suponho que bem, ta falando. 
-Tô melhor, foi só um susto... Quer dizer, é uma coisa de exaustão muscular, o médico não me explicou direito, mas vou ter que ficar em observação por um tempo. 
-Nunca ouvi falar disso, mas não é grave, é? - Ele parecia preocupado demais, me senti culpada.
-Acho que não, não sei, esse médico que me atendeu é um tosco. - Reclamei.
-Ah, preciso ver você, ver esse médico... Vou ligar para minha mãe, pedir que ela vá te ver, se precisar que transfira você para outro hospital, sei lá...
-Luan, Luan, calma! Não precisa preocupar sua mãe, nem ninguém, vou ficar bem. Fique tranquilo, faça seu show, e venha só quando puder.
-Nicolle, você está internada em um hospital sem sequer saber direito o que você tem, escondeu de mim que estava passando mal ontem, e eu nem vou começar com esse assunto porque se não vamos acabar brigando, então me deixe fazer as coisas do meu jeito. Vou ligar para os meus pais, explicar a situação, pedir que vão até ai, vejam o que está acontecendo, e resolvam, caso contrário largo o show e saio daqui agora mesmo, o que você prefere? 

Ele estava firme e pelo visto eu teria que aceitar suas condições:
-Tudo bem, ligue para os seus pais, mas nada de meter os meus nisso ouviu? Pelo amor de Deus, deixe eles lá a não ser que eu entre em coma profundo ou tenha uma doença terminal. - falei séria. 
-Sua cabeça é extremamente dura sabia? 
-Olha só quem fala. 
-Tudo bem, vou desligar e resolver tudo, me mande o endereço do hospital e não saia daí até meus pais chegarem. 
-Vou ficar internada. - Relembrei.
-Ta vendo, e você ainda não quer ajuda! - Ouvi sua respiração rápida - Vou fazer o show, assim que terminar voo praí ta?  Um beijo, eu te amo, se cuida por favor! 
-Beijo, te amo também, vou me cuidar. 

E depois daquele "show", desliguei e quis sumir. Mas logo em seguida encarei Ju e disse:
-Me diga por favor que não ligou para os meus pais Juliana! 
-Não liguei, sei como você é e sei como eles são... Mas numa hora dessas...
-Me deixa resolver uma coisa de cada vez, por favor! - juntei as mãos e supliquei.
-Tudo bem, tudo bem, agora descansa. - Ela ajeitou o travesseiro em minhas costas.
-Obrigada por tudo, teria... perdido meu bebê se não fosse você. - Admiti emocionada.
-Eu sou uma super amiga, e agora, uma super madrinha também! - Ela mostrou os músculos sorrindo - Porque depois de hoje você está obrigada a me dar essa criança para batizar. 
-Um filho! - Choraminguei de novo - O que é que eu vou fazer Meu Deus? 
-Amiga... - Ju me chamou como quem não quer nada - O Luan é o pai né? 
-Você tem alguma dúvida Juliana? - Quis levantar e bater nela.
-Sei lá, é que você andou meia assim com o Diogo e...
-Não fale, não termine esse frase, nunca mais ouse dizer isso! 
-Ta bom, ta bom, morreu. - Ela jogou as mãos pro ar.

Fechei os olhos por um instante, tentando plantar em minha cabeça a ideia de que estava grávida de verdade. De alguma forma eu não queria acreditar naquilo, logo eu que sempre fui tão cuidadosa e responsável, como isso pode acontecer? Mas levando em consideração que se trata de mim, eu posso ter mesmo falhado em algum momento. E o resultado estava aqui, dentro de mim e eu estava me sentindo completamente perdida, sem saber o que fazer. 

Em instantes, os pais de Luan chegariam ali, falariam com o médico e descobririam sobre a gravidez, a partir daí começaria o revolução. 

Eu queria falar com Luan primeiro, ver sua reação. Ele não podia ser o ultimo a saber, mas o que eu faria? Então, como se Ju lesse meus pensamentos, disse que iria para fora esperar os pais de Luan e que a princípio não deixaria que eles falassem com o médio, os traria para me ver e depois... Bom, o depois vinha depois.

E assim fez, quando os pais de Luan chegaram, preocupados como se eu tivesse tido um AVC, tentei lhes explicar o pouco que o médico tinha me dito, mas não tinha o que fazer:
-É... Ontem eu acordei sentindo febre, dor no corpo, na cabeça e achei que era uma gripe normal, então tomei uns remédios e assim passei o dia e dormi, mas hoje por volta do meio dia, tudo isso piorou, além de uma dor muito forte na barriga que bem... 
Estanquei ali, não tive coragem de contar, não naquele momento, então implorei:
-Dona Marizete, seu Amarildo, eu não sei o que o Luan disse mas... Eu quero esperar ele chegar, quero conversar com ele primeiro. Por favor, não se preocupem em me tirar daqui para outro hospital, ou falar com o médico como ele quer... Eu juro que estou bem, eu só quero esperar ele chegar, só isso. 
-Mas só queremos ajudar, vamos conversar com o médico para entender melhor o que você tem, e se caso precisar, transferir você para um lugar melhor, só queremos seu bem Nicolle. - A mãe de Luan falava com ternura.
-Eu sei, eu sei, mas é que eu realmente preciso falar com ele antes de qualquer coisa.
-Mas o que tem de tão importante para falar a ele que não pode nos falar? - o pai dele interveio.
-Eu estou pedindo, acho que esse é um direito meu. - Tentei uma ultima vez.
-Então você não quer que falemos com o médico, é isso? - Marizete parecia não entender.
-Exatamente. 
-Eu não estou entendendo você. 
-Quando Luan chegar, todos vão entender. 

Ambos suspiraram, eles não estavam entendendo aquele meu pedido, mesmo assim, Amarildo falou:
-Não somos seus pais, não temos o direito de fazer nada realmente. Mas gostamos de você e viemos aqui porque o Luan esta extremamente preocupado, só que, se não quer que façamos nada, não podemos fazer. 
-Agradeço a preocupação, só quero que esperem Luan chegar, só isso. - Falei me sentindo a pior das pessoas.
-Tudo bem, vamos fazer isso. - Eles se deram por vencidos - Mas podemos pelo menos ficar aqui? Luan não nos perdoaria se a deixássemos. 
-Claro. - Sorri amarelo. 

Então, começamos a conversar sobre outras coisas e até distraí minha cabeça um pouco, enquanto isso, fui enrolando Luan no whats app, o tranquilizando, dizendo que seus pais estavam comigo e que estávamos esperando por ele para tomar qualquer decisão. A noite logo chegou e doutor Adriano veio até mim, e antes que eu pedisse, ele pediu que todos saíssem, meu coração lhe agradeceu imensamente nesse momento.

Ele me examinou, escutou meus batimentos, essas coisas. Depois perguntou como eu me sentia me explicou um pouco mai sobre a tal "Exaustão muscular" que a princípio não era nada tão grave e eu já estava devidamente medicada pra isso, mas o que o preocupava de verdade era isso relacionado a gravidez, e o "quase aborto" que tive. Disse também que me indicaria a uma ginecologista ótima que cuidaria do meu pré-natal e da minha saúde de grávida dali em diante, mas que eu ainda passaria a noite ali em observação. 

Claro que ele falou tudo isso com seu ar soberbo e prepotente, mesmo assim, agradeci e pedi que ainda não contasse nada a meus sogros, ou apenas os tranquilizasse dizendo que ficaria tudo bem, e por incrível que parece ele assentiu. 

Quando Doutor Adriano, o mal humorado, saiu, todos voltaram para junto de mim mas não fizeram perguntas. E depois de mais algumas horas, as 3:21 da madrugada pra ser mais exata, Luan finalmente chegou. Agora era a hora da verdade. 

[Continua]




Anônimo, você falou que não lê as partes de Lorenzo e Cecí? O.o Não sabe o que está perdendo e também não vai entender a história no final em! kkk'


Flávia Melo, você descobriu meu segredo, leio mentes, entro nos sonhos das pessoas e tenho poderes! kkkkkk' 

Quanto ao capítulo...
Nic está grivadíssima, 
porém, preocupada com a reação de todos,
Conseguiu enrolar os pais de Luan, 
e por sorte o que ela tem não é grave
AINDA!
Mas o papai chegou, 
e agora?

Só vão saber amanha!
haha'

Beijokas
Mayara
@Luansmyway