sexta-feira, 9 de maio de 2014

Capítulo 104

[...]

Luan adentrou o lugar com um ar de desespero que eu nunca tinha visto em seus olhos. Veio diretamente até mim e me abraçou como se sua vida dependesse daquilo:
-Como você tá em? Como isso aconteceu? Sempre te vi tão saudável. - Ele falou segurando meu rosto.
-Calma meu amor, já estou bem melhor, como disse, foi só um susto. - Segurei uma de suas mãos e beijei. 

Depois disso, Luan me olhou por longos segundos, como se estivesse lendo minha mente. Então foi abraçar seus pais que ali estavam e Ju, agradecendo por tudo que ela fez, então, falei:
-Podem nos deixar sozinhos um pouquinho? 
Eles assentiram sem nada dizer, e assim, os três saíram nos deixando finalmente a sós. Mas antes de Ju atravessar pela porta ela esboçou um "força amiga!" completamente sem som e se foi.

Luan sentou-se pertinho de mim, segurou minhas mãos e me deu um selinho demorado, nesse momento uma imensa paz me invadiu, me senti mais tranquila:
-Tem alguma coisa pra me contar? - Ele perguntou quase adivinhando.
-Tenho, e é uma coisa que vai... Mudar nossas vidas. - Falei séria, séria demais. 
Ele buscou alguma coisa em meus olhos, talvez achando que eu estava prestes a lhe contar que estava com câncer e meus dias estavam contados, mesmo assim, falou com ternura:
-Seja o que for, vamos estar juntos. 

Sorri de canto, será mesmo? Será que o grande astro sertanejo que tem toda uma vida pela frente se prenderia a mim por causa de um filho que não foi planejado, que ele nunca quis? Saberíamos disso agora. 

Respirei fundo, apertei um pouco mais suas mãos e o encarei, começando a falar:
-Como já disse, estava sentindo umas dores no corpo, na cabeça, febre alta e aquela moleza que dá quando a gente pega gripe ou coisa do tipo, mas hoje... Quer dizer, ontem, por volta do meio dia, senti uma dor muito, muito forte na barriga, cheguei a nem conseguir andar, de tão forte que era essa dor, foi nesse momento que a Ju me trouxe para cá. Os médicos foram rápidos, tiraram meu sangue, fizeram vários exames e no meio disso tudo perdi os sentidos, adormeci. Quando acordei, já aqui, tomando soro, cheia de furadas de agulha por todos os cantos e ainda me sentindo meio ruim. Foi então que o médico veio até mim, falou sobre a exaustão muscular que é culpada pela febre e pelas dores, mas disse também que a dor forte na barriga... - Fiz uma pausa e ele me olhava atento - Que eu cheguei aqui quase... abortando... Mas por sorte eles foram rápidos e conseguiram impedir o aborto. 

Por um momento ele franziu o cenho, parecia não entender do que eu falava, então continuei:
-Foi aí que descobri que... estou grávida. 

Tudo pareceu parar naquele momento, meu coração palpitava enquanto eu procurava nele alguma reação, qualquer que fosse, mas ele parecia processar lentamente a informação:
-Grávida? - Perguntou por fim - Esperando um filho... meu? - Argh, de que mais seria? 
-Eu também fiquei bastante... chocada. - procurei as palavras.
-Eu não estou chocado. - Ele encarou o chão - Só... Surpreso. 
-Luan, eu juro que não planejei isso, nunca foi minha intenção, apenas aconteceu. Você te todo o direito de ficar zangado, porque eu sei que não queria isso, imagina, você é jovem, tem uma carreira brilhante e nem passava pela sua mente tem um filho agora. Também não pense que isso é um tipo de golpe, que eu quero seu dinheiro ou...
-Ei, ei, calma! - Ele jogou as mãos pro ar, sorrindo. Espera, sorrindo? - Eu sei que não planejou isso, sei que aconteceu e nem passou pela minha cabeça essa coisa de golpe, dinheiro, eu sei que você não é assim. 

Continuei a olhá-lo sentindo um misto de culpa, preocupação, confusão e tudo mais. Ele continuou:
-Eu jamais ficaria zangado com você por isso meu amor. É meu filho, nosso filho! - Ele me abraçou forte, eu ainda não estava acreditando que ele estava aceitando bem tudo aquilo - Quando começou a falar, achei que ima me contar que tinha uma doença grave.
-Mas de certa forma isso é grave. - Resmunguei preocupada. 
-A gente pensa que nunca vai acontecer né? Que só acontece com os outros. - Me soltou do abraço e me olhou sorrindo - É tão surreal. 
-Achei que fosse ficar bravo, me culpar... 
-Claro que não Nicolle, de onde tirou isso? Ta bom, confesso que não estava nos meus planos pra agora, não assim de repente, desse jeito. Mas o que fazer não é? - Ele parecia tão tranquilo, talvez sua ficha ainda não tivesse caído totalmente.
-Eu tô assustada Luan, muito assustada! - Admiti. 

Nesse momento ele me olhou com ternura, fez com que eu me aninhasse dentro de seus braços e afagou meus cabelos:
-Eu sei que não queria. Você também é tão jovem, ta começando agora na carreira, deve ter tatos planos que agora vão ter que mudar né? Mas eu acredito que as coisas acontecem na hora certa. - Ele parecia tão sábio.
-Você está... feliz? - Tentei buscar seu olhar.
-Me pergunte isso mais tarde ok? Depois que eu tiver pensado bastante sobre o assunto. - Ele foi bastante sincero. 
-Acho que vou demorar uns dias pra aceitar que tem... um bebê dentro de mim. - Toquei minha barriga, parecia tão normal. 
-Não se preocupe, você vai ter bastante tempo pra isso, nove meses eu acho. - Ele brincou.
-Você parece tão tranquilo, jura que não está nem um pouco desesperado com a ideia de ser pai agora? 
-Eu sempre quis isso, é a história perfeita, encontrei a mulher da minha vida e vou ter um filho com ela. Ta bom que foi cedo demais né? Mas como eu disse, sempre quis isso. - Ele fez com que eu o olhasse, para ver a verdade em seus olhos.
-E eu aqui pensando que você ia me deixar... Você é perfeito, incrível, eu te amo! 
E em fim, o beijei de verdade, para selar aquele momento confuso, mas lindo. 

Para minha surpresa Luan tinha aceitado bem a gravidez, até mais do que eu que sou a própria mãe, mas o que esperar dele se não isso? Sempre tão perfeito, tão maduro, coerente, amoroso. Então começou a me passar pela mente o ótimo pai que ele seria, mesmo sendo tão jovem, mesmo com um filho não planejado, mesmo estando comigo a apenas 5 meses. 

5 meses. Parece tão pouco não é? Mas foram os meses que mudaram completamente a minha vida e sinceramente, se tivesse a chance de escolher, os viveria de novo, e de novo, e de novo, sem mudar nada. 

-Meus pais já sabem? - Ele perguntou me despertando dos pensamentos.
-Não, não deixei que eles falasse com os médicos. Queria contar primeiro a você, ver sua reação... Não briga comigo, nem com eles! - Choraminguei.
-Eu não vou brigar com você bobinha, fez tudo por um aboa causa. - Ele sorriu glorioso - Mas acho que é hora deles saberem né? 
-Aiiin, como será que vão reagir? - Me encolhi.
-Bem, eu realmente espero.

E assim, ele levantou e caminhou até a porta, mas quando chegou nela, voltou-se para mim e disse:
-Eu amo você, obrigada. 
Não esperou resposta e saiu me deixando sozinha ali, com um sorriso bobo nos lábios.

Eu estava apreensiva, com medo do que todos pensariam a respeito da gravidez. Mas estava cinquenta por cento mais tranquila sabendo que Luan tinha gostado, afinal, ele era o mais importante em tudo isso. 

Fiquei roendo as unhas até ver todos entrarem novamente e se aproximarem de mim. Meu sogro esboçava um largo sorriso, minha sogra parecia não ter decidido ainda o que sentia, hora sorria, hora parecia preocupada, Ju estava visivelmente feliz e Luan... Sempre sorrindo. 

E quando íamos iniciar uma conversa sobre o assunto, doutor Adriano chegou chamando a atenção de todos:
-Bom, já amanheceu, e como eu tinha lhe dito antes, acho que já vai poder ter alta. - Ele falava sério enquanto conferia minha pressão, meus reflexos e minha garganta - Como se sente? 
-Muito bem. - Respondi sem jeito.
-Ótimo. Preciso dizer que não pode tomar remédio nenhum? - Ele me encarou, balancei a cabeça negativamente - Aqui esta o cartão da médica que lhe falei, por favor, procure-a o mais rápido possível. Ela vai lhe orientar sobre tudo. 
-Obrigada. 
-Então,acho que meu trabalho por aqui terminou. Com licença a todos. 

Todos reclamaram de doutor Adriano ao verem como ele me tratou, inclusive Luan:
-Esse é o médico tosco de quem me falou? Ele é ruim mesmo em! 
-Pra você ver. 
E depois disso, me troquei e finalmente pude voltar pra casa. 

No caminho, ninguém falou muito, mas foram todos comigo para meu apartamento, só quando eu estava devidamente deitada e segura, meus sogros se despedira,:
-Obrigada por terem ficado comigo lá, e desculpem o incomodo. - Agradeci.
-Imagine, você é a mãe do nosso neto, é o mínimo que podíamos fazer. - Seu Amarildo falou sorridente.
Já dona Marizete preferiu calar, e eu, não a julguei, todos fomos pegos de surpresa.
-Eu também já vou porque agora você esta em boas mãos Nic. - Ju me abraçou se despedindo - Também vou trabalhar né, e nãos e preocupe, explico tudo ao Valter. 
-Obrigada. 
-Juízo em mamãe, se cuida. 
Agora ficamos sós, eu, Luan, Penélope que já estava conosco na cama e é claro, o bebê. 

Respirei fundo, me acomodei e tentei relaxar. Luan estava ao meu lado e Penélope no meu colo. Tudo parecia banal demais e agora, que já estava em casa, o que me restava era encarar meus pais e todo o Brasil, além do fato de que, eu estava mesmo grávida e que tudo na minha vida mudaria radicalmente a partir dali. 


[Continua]





Amooooooores,
desculpem por ontem, 
é que tava com uma dor de cabeça do cão!
Não fiquem bravas comigo...

Olha aí o capítulo de ontem, 
mais tarde tem outro ;)

E, comentando...
Luan aceitou bem,
sinceramente, não imagino ele tendo outra reação na vida, 
mas em fim...
Mesmo assim, todos ainda estão meio atordoados com tudo isso,
inclusive Nicolle.
Mas e agora?
O que vem por aí?

AGUARDEM & COMENTEM

Beijos
Mayara
@Luansmyway

5 comentários:

  1. Ainda bem q o Luan aceitou kkk mais e dona marizete ?
    Fiel leitora

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  2. To com medo é da reação da Dona Marizete :S

    Juliana

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  3. To com medo da reação dos pais da Nic...... :/

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  4. Queroooooo maaaaaaais, oq a Marizete pensa sobre isso ? E os pais da Nic ? E o Brasil ??? Continuaaaaa, beijoos '

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  5. E Dona Marizete ??? espero que todos aceitem bem

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