domingo, 18 de maio de 2014

Capítulo 114

[...]

Era sexta feira, o despertador tocou normalmente indicando que eu tinha que acordar para trabalhar. Então, como todos os dias, levantei, só que me senti meio zonza, tudo meio que girou a minha volta. Equilibrei-me e fechei os olhos com força, talvez aquilo tinha acontecido porque levantei rápido demais. Depois de alguns segundos, abri novamente os olhos e a tontura tinha passado um pouco. 

Caminhei lentamente até o banheiro e chegando lá, encarei meu reflexo no espelho. De uns dias pra cá eu vinha notando o quanto tinha inchado, no rosto, ao redor dos olhos, as mãos... Mas Doutora Marcela disse que isso seria normal durante a gravidez, então não dei muita atenção ao fato. Só que parecia que a cada dia eu ficava maior, não sei, gorda e não estava achando isso legal. 

Em fim, dei seguimento ao meu processo matinal, mas quando estava pegando as chaves pra sair de casa, senti a tontura novamente, foi então que sentei-me, respirei fundo e esperei que passasse de novo. 

Comecei a ficar com medo, eu teria que dirigir até o trabalho, e se me sentisse tonta de novo? Algo pior poderia acontecer. Mas porque aquelas tonturas? O que poderia ser? ... Lembrei-me que doutora Marcela disse que eu ligasse para ela se sentisse alguma coisa diferente, então, rapidamente peguei o telefone e o fiz, ainda eram 7 e pouco da manha, mas ela me atendeu no segundo toque:
-Alô. - Sua voz não era de sono, provavelmente já estava acordada algum tempo. 
-Oi, doutora Marcela? Sou eu, Nicolle. - Falei meio baixo.
-Oi Nicolle, aconteceu alguma coisa? Nossa consulta é só na segunda, estou certa? 
-É, tínhamos marcado pra segunda. Mas é que acordei me sentindo meio mal hoje, não sei, fiquei tonta duas vezes e você disse que ligasse mesmo que achasse que não era importante... - Expliquei.
-Não, fez muito bem em me ligar. Essa coisa das tonturas é mais para os dois primeiros meses, você já passou do terceiro, é bom checar. Algo mais? 
-Só o inchaço, acho que é normal... 
-Hum... - Ela parecia pensar do outro lado da linha.
-Devo me preocupar? - perguntei.
-Pode vir ao consultório hoje? Agora mesmo? 
-Doutora, está me assustando. - Confessei.
-Não, não fique assustada, é que tenho um lema com grávidas, qualquer sintoma, por menor que seja, é melhor ser checado o mais rápido possível. - Ela atentou me tranquilizar.
-Tudo bem, vou sair de casa agora direto para o consultório.
-Pegue um táxi, não é bom dirigir quando está sentindo tonturas. - Ela aconselhou.
-Ta, até daqui a pouco. 

Depois que desliguei, liguei primeiro para Valter para avisar que chegaria um pouco mais tarde. Eu já estava ficando desconfortável com todas as licenças que tinha pedido ao meu chefe nesses 3 meses de gravidez, mas naquela manha era realmente necessário. 

Enquanto chamava um táxi, desejei que Luan estivesse ali comigo. Mas era sexta feira, e nem por milagre ele poderia estar ali naquele momento. Tínhamos marcado a consulta mensal para a próxima segunda, pra ele poder estar junto, mas ela teve de ser antecipada, acho que ele entenderia. 

Depois de muito trânsito consegui chegar ao consultório e a médica já me esperava:
-Bom Dia doutora. - A cumprimentei com um abraço rápido.
-Vamos esquecer essas formalidades, me chame só de Marcela, afinal, ainda temos 6 longos meses pela frente. - Ela tentou me descontrair. 
-Tudo bem Marcela. - Sorri de canto.
-Oh, deixa eu olhar pra você. - Ela me segurou pelos ombros e encarou meu rosto - Esta mesmo inchada desde a ultima consulta. 

Depois disso ela tocou meu rosto, e em seguida, olhou bem minhas mãos e tornozelos que não estavam tão "enormes" como o resto de mim:
-Hum, os tornozelos estão normais, já reparou nisso? - Ela me olhou - Geralmente eles são os primeiros a apresentar inchaço.
-Acho que não sou muito normal. - Brinquei sem muito humor. 
-Vem, senta, deixa eu ver sua pressão. 

Sentei-me e ela aferiu minha pressão, depois, negou com a cabeça e me olhou:
-Esta um pouco alta, acho que essa é a razão das tonturas. - Ela tirou o aparelho do meu braços e sentou-se a minha frente - Não está se alimentando bem. - Afirmou.
-Estou me alimentando como antes. - Admiti. 
-Defina isso... - Ela me olhou séria.
-Não vou mentir, como quando tenho tempo de comer e não é aquela maravilha de comida saudável cheia de frutas, verduras e legumes. Sou como qualquer pessoa normal. 
-Ai é que está, tem que procurar um nutricionista, montar uma dieta, não pode continuar vivendo a base de lanches e refrigerantes. - Ela franziu o cenho.
-Não tinha pensado nisso. - Desviei o olhar.
-Hipertensão na gravides pode ser muito sério, tem que se cuidar menina. 
-Eu sei, erra meu, vou procurar um nutricionista, pode me indicar algum? 
-Para sua sorte, temos um aqui no consultório, vou com você na sala dele agora mesmo. Vamos! 

Então, depois daquele pequeno susto, fomos até o nutricionista que montou uma dieta especialmente para mim e minha condição de gravida com pressão alta e Marcela me fez jurar que eu seguiria a risca tudo que estava naquela lista. Depois disso, me despedi e segui para o trabalho. 

Chegando lá tive que explicar a Valter e a Ju o que tinha acontecido para poder finalmente começar a trabalhar. Na hora do almoço, tentei comer algo que fosse o mais próximo do que estava na dieta e Luan me ligou:
-Bom dia para a mulher mais linda desse mundo. - Começou, bem humorado como sempre.
-Bom dia, ou tarde né? - Sorri.
-É, mas e aí, como estão? - Quando falava "estão" ele queria se referir a mim e aos gêmeos.
-Agora bem, mas me senti meio zonza de manha, liguei para Marcela e ela me fez ir até o consultório, mas agora está tudo bem. - Eu não podia esconder.
-Como assim zonza? A médica disse o que? É normal isso? - Ele me bombardeou com perguntas.
-Calma meu amor, foi só a pressão que subiu um pouco, por causa da minha alimentação, mas já passei no nutricionista e vou seguir uma dieta. - Fiz careta.
-Tem certeza que não é nada? E os bebês? Tem que seguir essa dieta direito em! - Sorri da preocupação dele.
-Esta tudo bem, somos duros na queda. Pode deixar que já estou me entupindo de legumes e suco natural. 
-Acho bom. Mas queria poder ver você, pra ter certeza... 
-Vamos nos cer na segunda, certo? - Tentei animá-lo.
-Certo. Vou tentar não morrer de saudades e de preocupação até la. 
-Awn, não se preocupe, estou mesmo vem. Posso te ligar quando sair do trabalho? 
-Deve. Te amo, se cuida por favor. 
-Te amo também, mil beijos. 

Aquele jeito preocupado dele me encantava, mas eu sabia que não era nada bom deixá-lo daquele jeito porque provavelmente ficaria pensando muito em nós e não se concentraria no trabalho, mesmo assim, eu nada podia fazer, pois se escondesse a verdade, seria cobrada depois. 

O resto do dia foi tranquilo, no sábado fui designada para trabalhar e até achei justo porque ultimamente eu andava faltando demais. Já no domingo, fui passar a tarde com Vó Amélia na casa de repouso e levei Ju comigo, nem preciso dizer que foi diversão garantida:
-Vai Vô, lê minha mãe aqui ó, vê se vou achar o homem da minha vida... 
Essa era Juliana, estendendo as duas mãos para minha vó que ria dela:
-Hum, vamos ver... Aqui diz que vai fazer muito sucesso no trabalho. - Minha vó começou.
-Eu já faço sucesso no trabalho vó, quero saber da vida amorosa! - Ela falava ansiosa. 
-Ta bom, ta bom... Vejo muitos homens na sua vida, mas nenhum é pra ficar. - Vó Amélia foi sincera, até demais eu acho.
-Como assim? Todos vão passar e vão embora? - Ela parecia indignada.
-O seu homem vai chegar Juliana, mas não agora, então deixe de ser boba e aproveite os outros enquanto o certo não chega. - Ri do jeito que minha vó falou. 
-É, a senhora tem razão, tenho muito o que viver antes de acabar como a Nicolle grávida de gêmeos. Mas pelo menos são de um pai que presta. -Ju, sincera como sempre. 
-Gêmeos. - Minha vó falou natural.
-A senhora já sabia né? Era essa a surpresa de que falou? - Perguntei a ela. 
-Era, mas se eu tivesse falado, perdia a graça. 

Sentada entre mim e Ju, ela segurou a mão de cada um, olhando com seu olhar de ternura, hora pra mim, hora pra Ju:
-A senhora já sabe o sexo dos bebês Vó? Porque se souber me fala, estou morta de curiosidade. - Juliana saltou.
-Talvez eu possa ver isso nas mãos da Nicolle. - Ela sorriu e tomou minha mão direita com a palma para cima. 
-Não me conte, quero esperar a surpresa. - Falei sorrindo - Nem conte pra Ju porque se não ela me conta. 
-Ah não Nic, deixa ela me contar... - Ju choramingou.
-Você está triste... Brigou com seu pai. - Vó Amélia iniciou.
-Por causa da gravidez, nem estamos nos falando. - Admiti com tristeza.
-Não se preocupe, isso vai se resolver. Como eu disse da ultima vez, você vai passar por turbulências, mas vai conseguir superar todas elas. 
-Mais turbulências vó? Ah, não me assuste. - Choraminguei.
-Só estou avisando, tem que se cuidar. - Ela me advertiu, lembrei-me de ter passado mal na sexta e do que doutora Marcela me disse: "Tem que se cuidar!".
-Essa frase é o que mais ouço, da senhora, do Luan, da Ju, dos médicos, não entendo porque toda essa preocupação, eu estou bem, pareço bem, não? Talvez um pouco inchada, mas bem. - Dei de ombros.
-Não quer mesmo saber o sexo dos bebês? - Ela me olhou sorrindo e mudando de assunto. 
-Esta mesmo vendo? - Fiquei tentada a aceitar - Não! Não quero! Quero que Luan esteja comigo nesse momento. 
-Tudo bem, você que sabe. 
Nos divertimos muito naquela tarde, e posso afirmar com certeza que eu e Ju voltamos para casa com as energias renovadas no inicio da noite. 

Ao chegarmos no prédio, nos separamos por Ju tinha acabado de ser convidada para um shop por um "novo gato", primo de uma colega dela, que tinham se conhecido na noite anterior, em uma balada, e como ela mesma disse "As professias de vó Amélia já estavam se concretizando".

Enquanto isso, eu fiz uma sopa de legumes para jantar pois foi recomendação no nutricionista, mas confesso que não ficou tão gostosa assim e que seria capaz de dar um dos meus dedos dos pés pra poder comer uma fatia de pizza naquele momento, mesmo assim, segurei a vontade. E se fosse um desejo? Teria que passar, pois, saúde em primeiro lugar. 

Depois de comer meu jantar sem graça, dei um gás na história de Lorenzo e Cecília que estava meio parada, o ritmo dos sonhos estava diminuindo cada vez mais, e meu peito apertou só em pensar que a história estava acabando. Mesmo assim, resolvi dar meu toque em algumas partes, incrementar mais e foi com isso que me distraí até o sono chegar. 

Por volta das 23:00 coloquei um pijama larguinho e deitei-me com Penélope no lugar que era de Luan na cama - ela adorava - e assim, dormimos. Mas no meio da madrugada, fui acordada com vários beijinhos delicados por todo o meu rosto. Quando abri os olhos, não era mais penélope que estava lá, mas sim, o próprio Luan, sorrindo e segurando um belo e vivo Girassol. 


[Continua]





Xuxuzinhos...
E aê, bão? 
kkk'

Então...
Nic passou um pouquinho mal, 
a velha e boa pressão arterial de uma pessoa que não se alimenta bem.
Mas será que é só isso mesmo? 
...
Visitaram vó Amélia e ela advertiu de novo que tomasse cuidado. 
O que acham disso?
O que esperam para os próximos capítulos?

Aguardo comentários ;)

Beijokas
Mayara
@Luansmyway

4 comentários:

  1. Aiiiiii não gostei desse inchaço,ela ainda ta no inicio do gravidez...tomara que nao seja nada muito grave! Bjinho e bom domingo :*

    Priscila

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  2. tomara q ñ seja nada grave com a nick, e agora to curiosa pra saber oq é os bebês, podia ser dois meninos, num sei pq mas tenho paixão em meninos gêmeos rs, continuaaaaa logo, bjooos

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  3. ai meu Deus curiosa, tomara que nn aconteça nada demais com a Nic...

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  4. tomara que não aconteça nada com a Nic

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