Capítulo 105

[...]

Fiquei desesperado quando Ju me ligou dizendo que Nicolle estava no hospital. A gente começa logo  pensar no pior e fica nervoso. Eu queria largar tudo e voltar correndo pra junto dela, mas não podia, tinha meus compromissos e os cumpri, e quando finalmente pude vê-la, ela me banhou com a noticia de que estava gravida. É, grávida de verdade, esperando um filho meu, da pra acreditar? Como eu mesmo disse a ela, a gente sempre acha que vai acontecer com todo mundo, menos com a gente mesmo, só que não é assim. 

Provavelmente nos descuidamos em algum momento, levando em consideração que somos dois desligados, mas em que isso importa agora? Se fizemos um filho foi com todo o amor do mundo e o que há de se fazer se não amá-lo e cuidá-lo? Eu não tinha dúvidas de que queria ficar com ela para sempre, e acho que esse bebê só veio para somar. 

Percebi que ela estava meio assutada no primeiro momento, e entendo sua reação, não é fácil estar no lugar dela, sendo julgada por todos. E eu também me sentia da mesma forma, sabia que seria difícil, que eu também seria julgado e tudo mais, só que é bem mais fácil encarar quando se é o pai, quando o bebê não esta dentro de você, quando não é a sua vida que vai mudar drasticamente. Mas aconteça o que acontecesse, eu estaria com ela, com ela e com nosso filho, ou filha.

...

Eram quase 6:30 da manha de segunda feira quando Ju e os pais de Luan saíram lá de casa. Então, me peguei pensando em quanta coisa tinha acontecido naquele fim de semana. Adoeci, fui parar no hospital e quase perdi um filho que eu nem sabia que esperava, mas Luan me despertou daqueles pensamentos:
-Esta se sentindo muito cansada? - Ele me envolveu em seu abraço que era o melhor remédio de todos.
-Não, na verdade, já estou bem e cansada de ficar só deitada. - Fiz careta.
-É que, o médico disse pra você falar com a outra médica o mais rápido possível, então pensei que podíamos marcar pra hoje mesmo, aproveitando que eu tô aqui... - Ele sugeriu, senti que estava desconfortável, como se estivesse medindo as palavras. 
-Claro. Mas acho que essa hora o consultório dela ainda não abriu né? - Sorri - Por falar nisso, você está virado, não dormiu nada, deve estar exausto. - Toquei seu rosto.
-Eu não me canso tão fácil. - Ele encheu o peito e depois sorriu.
-Hum, vem cá, deita aqui então que pelo menos um cafuné você merece. - coloquei um travesseiro em meu colo para que ele pousasse a cabeça, então, o fez. 

Comecei a mexer em seu cabelo, enquanto isso, ele me olhava de baixo pra cima, sério e lindo, e assim ficamos, por um longo tempo em silêncio, até que os olhos dele foram se fechando e o sono lhe venceu. 

Parecia um anjo, sua respiração era calma, não se mexia muito, e suas expressões eram de quem estava sonhando com alguma coisa boa... Será que nosso filho se pareceria com ele? Sorri imaginando uma criancinha gorducha de cabelos pretos, sorrindo e exibindo uma covinha na bochecha igual a de Luan. 

"Olha só no que eu estou pensando!" - Sorri mais ainda de mim mesma. Parecia que eu já estava aceitando melhor a ideia de ter um filho, um filhinho meu e dele. 

Fiquei ali, acariciando seu cabelo e o observando até as 8:00 da manha, depois, me obriguei a sair dali para ligar para a médica indicada por Doutor Adriano. Mesmo assim, acomodei meu amor o melhor possível, ele parecia exausto. 

Liguei para o número e falei diretamente com a Doutora Marcela, que foi super simpática comigo e depois que lhe contei tudo que tinha acontecido nos últimos dias, ela me encaixou na primeira hora da tarde. E logo depois que desliguei, meu celular tocou, era Valter, meu chefe, querendo saber como eu estava. Por sorte, Ju não tinha contado a ele sobre a gravidez, então, lhe expliquei o necessário e disse que no dia seguinte estaria lá sem falta, embora ele insistisse que eu ficasse em casa mais um dia. 

Depois de tudo isso, brinquei um pouco com minha pequenina que tinha ficado meia esquecida durante esses dias. Penélope estava cada vez mais linda  e esperta, não cresceu tanto, mas ainda era meu amorzinho. Fiquei pensando nela brincando com o bebê e percebi que cada vez mais eu estava incluindo aquela criança em minha vida. Sorri. 

Luan ainda dormia. Percebi meu notebook em cima e imediatamente me lembrei do sonho que tive no hospital. Imediatamente sentei-me para escrever, eu teria que me esforçar pra lembrar dos detalhes, mas conseguiria. E assim fiquei, até o meio dia, quando liguei no restaurante próximo lá de casa e pedi comida pra mim e Luan, depois, mesmo sem querer, tive que acordá-lo pois já era quase hora da consulta. 

-Nossa, porque deixou eu dormir tanto? - Ele falou enquanto seguíamos para a mesa.
-Você precisa dormir homem de ferro! - Brinquei.
-Hum, comida, você adivinhou. - Ele sentou-se.
-Eu sei. - Sentei-me também - Liguei para a médica, Marcela o nome dela, nos encaixou agora, depois do almoço, temos que correr. - Expliquei enquanto o servia.
-Muito bom, mas eu estou todo amaçado, olha só, tinha que tomar um banho, trocar essa roupa. - Ele olhava para si mesmo.
-Não vai dar tempo de ir na sua casa, depois voltar, vai ter que escolher. - Dei de ombros.
-Tudo bem, vou assim, mas depois, vamos direto para minha casa.
-Você que manda. - Joguei as mãos para o ar.

Então, almoçamos e partimos para o consultório de Doutora Marcela - Luan quem dirigiu meu carro, pois não sei porque não me deixou dirigir - E depois de enfrentar bastante trânsito e tentar ao máximo sermos discretos, conseguimos chegar a tempo:
-Luan Santana? - A médica estranhou ao ver Luan entrando na sala. 
-É, sou namorado dela. - Luan falou apertando a mão de Marcela.
-Ah, claro, Nicolle Andrade, bem que eu sabia que conhecia esse nome de algum lugar, vamos sentem-se.

Doutora Marcela parecia ter a mesma idade de doutor Adriano, uns 35 anos. Era alta, tinha cabelos curtos e castanhos, um chamativo par de olhos verdes, além de um largo sorriso, parecia muito simpática assim como no telefone:
-Foi Adriano quem me indicou a você? - Ela me olhava com toda atenção. 
-É, foi ele que me atendeu quando cheguei passando mal no hospital, é meio ranzinza, mas é um bom médico. - Levei a mão a boca depois de ter falado isso, Luan abafou um sorriso.
-Ah, com certeza, fomos colegas na faculdade, sei bem do que está falando. - Ela sorria - Mas me conte, o que exatamente aconteceu? 

Contei a ela a história que já tinha contado milhões de vezes e ela ouviu tudo, depois falou:
-Fez mal em se medicar sozinha, ninguém deve fazer isso e grávidas então. Mas vou lhe dar um desconto, você não sabia, por tanto, não sabe de quanto tempo está certo? 
-Certo. - Me encolhi.
-Que tal uma ultrassonografia? Pra descobrirmos isso e como está seu bebê? 
-Pode ser. - Respondi sem jeito.

Luan sorriu para mim e em seguida acompanhei Doutora Marcela, com suas instruções me preparei e quando percebi, já tínhamos iniciado o processo, Luan também estava lá, acompanhando tudo pela TV. 

O gel era geladinho e ela fazia movimento circulares em minha barriga olhando atenta o monitor. Mexeu para lá, mexeu pra cá, enquanto isso lhe contei que não apresentei nenhum sintoma como enjoos e coisas do tipo, ela me disse que em alguns casos isso era normal e brincou dizendo que eu tinha "sorte":
-5 semanas. Por pouco a gente não ouve o coraçãozinho. - Ela falou por fim. 
Enquanto eu fazia as contas mentalmente, Luan se aproximava para ver o borrãozinho no monitor, seus olhos brilharam:
-É isso aqui? Essa coisinha? - Ele apontou.
-É, essa coisinha. Mas vai crescer, não se preocupe. - A médica sorria dele - E essa coisinha aqui tem bastante sorte, afinal, é filho de Luan Santana.
-Já é lindo. - Luan brincou também.
-E você mamãe, o que diz? 
E quando os dois me olharam, viram que uma lágrima escorria do meu rosto enquanto eu olhava o "borrãozinho" no monitor, então, perceberam que eu nada precisava dizer. 

Me emocionei, sim, e posso dizer que foi naquele momento que realmente aceitei e acreditei no fato de que eu estava realmente grávida e que já amava com toas forças aquela coisinha tão pequena. 

Então, finalizamos o processo e voltamos os lugares do inicio:
-Aparentemente tudo bem, mas quero que faça alguns exames e me traga ou mande por e-mail. Já podemos marcar a próxima consulta? Mês que vem já da pra ouvir o coração. - Ela estava animada.
-Claro, claro, pode marcar. - Eu quem falei.
-Tudo bem, aqui estão os exames que tem que fazer e até mês que vem. Foi um prazer receber vocês e suponho que essa consulta tem que ficar em sigilo. - Ela olhou para Luan.
-Ah Obrigada. - Ele agradeceu. 
-Eu que agradeço. 

Depois disso, nos despedimos e ela me passou seu número de celular pessoal, disse que as grávidas tem preferencia no consultório dela e que eu podia e devia ligar se acontecesse qualquer coisa. Agradeci mais uma vez e fomos embora. 

Agora estávamos os dois eufóricos, falando sobre a consulta e sobre tudo que tinha acontecido, nem parecia aqueles que estavam morrendo de medo do que estava por vir. Então, nem vimos quando chegamos a casa de Luan. Entramos e logo me vi debaixo dos olhos curiosos de seus pais. 

[Continua]

Amorecos,

E aí,

Bão? 

kkk'

Nic está de 5 semanas, "viu" seu bebê junto com Luan

 e esta começando a aceitar melhor.

Mas e os pais de Luan?

A mãe pra ser mais exata.

E os pais dela?

E o Brasil?

Aguardem! 

(Em Breve, Lua de Mel de Lorenzo e Cecília)

hahaha'

Beijooos

Mayara

@Luansmyway