Capítulo 191

[...]

-Papai! - Lorenzo e Henrique gritaram em coro quando viram seu pai em casa, depois correram para abraçá-lo como sempre faziam. 
-E aí meus amores, como estão? - Luan os acolheu em seus braços de uma vez só. 
-Bem, fomos ver a tia Marcela. - Henrique respondeu todo explicado.
-Ah é? E o que ela disse? 
-Ela olhou a nossa língua assim - Lorenzo falou com a língua pra fora mostrando como Marcela tinha feito - E o nosso olho assim e depois ... 

E assim, juntos, os dois contaram todas as aventuras da consulta enquanto eu só observava esperando que algum carinho sobrasse para mim.Mas amava aquelas cenas de reencontro onde eles ficavam conversando os três:
-E injeção? Tomaram injeção no bumbum? - Luan perguntou divertido. 
-Não pai! - Henrique ficou bravo com a pergunta - A gente só ganhou pirulito. 
-Ah, mas essa tia Marcela é muito boazinha. Vocês gostam dela? 
-Claro né pai. - Lorenzo deu de ombros de um jeito tão lindo, parecia ter 10 anos falando daquele jeito. 
-Oi, pessoal, estou aqui se é que vocês não perceberam. - Reclamei atenção. 
-Ah oi meu amor, nem te vi ai acredita? - Luan brincou enquanto vinha me dar um beijo. 
-Nossa, que legal isso. - Segurei seu rosto entre minhas mãos e o beijei com todo carinho do mundo - Tudo bem com você? 
-Agora sim, com vocês sempre estou bem. - Sorriu e meu deu mais um selinho. 
-Papai, papai você vai dormir aqui hoje? - Henrique perguntava puxando a calça de Luan para que o olhasse. 
-Claro que eu vou dormir em casa, ou você não quer que eu durma aqui? - Num lance rápido ele pegou o menino no colo e jogou para cima, o sorriso de Henrique se iluminou na mesma hora. 
-Ah, mas você nunca dorme aqui. - O pequeno reclamou, Luan me olhou de relance. 
-Papai tem que trabalhar, já conversamos sobre isso. - Luan explicou paciente. 
-É Henrique, o papai tem que cantar, você não sabe? - Lorenzo que estava próximo a mim fazendo carinhos em Penélope se manifestou. 
-Eu sei Lorenzo! - Henrique reclamou, Meu Deus, eu já tinha dois adolescentes respondões em casa e não sabia. 
-Então porque vocês não param de implicância e aproveitam que seu pai esta em casa hoje em? - Sugeri. 
-É, mamãe tem razão. - Luan concordou comigo.

Depois de dizer isso ele colocou Henrique no chão, foi ai que Lorenzo deu a ideia:
-Papai, vamos brincar com a Penélope lá fora? 
-Bora! Você vem? - Me perguntou. 
-Posso ficar só olhando? - Perguntei sorrindo. 
-Onde esta sua energia de super mãe? - Me perguntou indignado. 
-Já gastei ela toda, agora é sua vez. 
-Ta bom, mas vai perder. - Me deu mais um beijinho rápido e bateu palmas animado - Vem Pê! Vem, vamos brincar lá fora! 

Brincar com Penélope consistia em ficar correndo com ela para lá e para cá, jogando brinquedos para que ela pegasse e rolar na grama com ela, confesso que esse não era meu exercício preferido, então, deixei pai, filhos e mascote livres para serem felizes enquanto eu fiquei apenas admirando de longe. 

Perdi a conta de quanto tempo eles ficaram ali, até se sentirem exaustos, voltaram para dentro exaustos e fedidos. Mandei todos para o banho e Dora nos preparou um lanche da tarde delicioso, comemos juntos, foi quando Vovô Amarildo e Vovó Marizete passaram la em casa para ver o filho e fizeram um convite aos pequeninos:
-Que tal irmas ao shopping? - Marizete sugeriu animada. 
-Sim vovó! - responderam juntos e animados. 
-Eu deixei? - Perguntei só pra ver a revolta deles. 
-Ah mamãe, por favor, deixa, por  favor....! - Lorenzo já choramingava. 
-É mamãe, a gente vai se comportar! - Henrique apelava. 
-Ta bom. - Deixei por fim enquanto todos sorriam. 
-Então vamos! Os brinquedos nos esperam! - Amarildo falou empolgado e saíram meio que correndo os três. 
-Devolvemos eles no inicio da noite pode ser? - Dona Mari me perguntava. 
-A vontade. - joguei as mãos pro ar. 

Assim nos despedimos e eles partiram animados. Foi então que após fechar a porta Luan arqueou as sobrancelhas, me olhando, e falou:
-Em fim, sós. - Gargalhei, foi engraçado. 
- Isso sim é um momento raro. - Fui até ele e enlacei seu pescoço. 
-Então vamos aproveitar! - Nus gesto rápido em pegou no colo e subiu as escadas. 
Parecia que os anos não tinham se passado par a nós, ele ainda fazia as mesmas gracinhas de quando eramos namorados e eu, ainda amava. 

Posso dizer que aproveitamos bem aquele resto de tarde enquanto os gêmeos estavam passeando com seus avós, aliás, aproveitamos muito bem, nos amando como sempre, e foi perfeito como sempre, não poderia ser diferente. 

Mas depois do amor, sempre vinha a conversa e atenciosamente ele perguntou sobre a consulta que tinha feito mais cedo:
-E aí, o que deram os resultados dos exames? - Me perguntou enquanto me envolvia carinhosamente em seus braços. 
-Tudo normal, como sempre. - Respondi natural - Mas  Marcela tocou num assunto importante comigo hoje. - Resolvi colocar em pauta o que lá em casa era um tabu. 
-Que assunto? - Ele me olhou, como se esperasse alguma coisa muito séria. 
-Ela perguntou se não tínhamos vontade de ter outro filho. - Mordi o lábio esperando ele dizer alguma coisa. 
-E o que você respondeu? 
-Que essa vontade existia, mas as vezes era esmagada pelo medo de passar por tudo de novo. - Fui sincera.
-É exatamente isso que eu sinto. - Pude ver um lance de tristeza passando por seus olhos. 

Endireitei-me para poder olha-lo melhor, queria ver sua reação ao dar a próxima notícia:
-Mas ela disse que... eu tenho boas chances de... bem, de ter uma gravidez normal. - Mordi mais uma vez o lábio para conter um sorriso, ele praticamente se assustou, depois se endireitou também, parecia mais interessado na conversa. 
-Sério? O que mais ela falou? 

Expliquei direitinho a ele tudo que Marcela tinha me falado mais cedo, sobre minhas boas chances de ter uma gravidez normal e que se caso a doença voltasse, seria em menor intensidade:
-Mas também tem uma pequena chance de passar por tudo de novo, quer dizer, de tudo se repetir em uma próxima gravidez. - Falei mesmos em querer, tinha que colocar todas as cartas na mesa - Resta decidir se arriscamos ou ficamos na mesma. 

Ele silenciou, parecia pensar, depois coçou o queixo, olhou ao longe, em fim voltou o olhar para mim, segurou minhas dias mãos e disse com toda sinceridade do mundo:
-Seria maravilhoso ter mais filhos, mas não acho justo sacrificar tanto você para isso. Digo... Se caso a doença persistir. 
-Mas e se não persistir? E se... Se o universo conspirar  a meu favor uma vez na vida, e se tudo correr tranquilamente, acha que Deus seria tão injusto comigo? 
-Deus nunca é injusto Nicolle. - Me sorriu de canto - Admiro seu otimismo, mas... eu não quero ver você passando por tudo aquilo.- Me abraçou forte de repente - Foi horrível, na hora do parto então... - Não terminou de falar e então me olhou novamente - Mas você é quem tem que decidir isso. 
-Então quer dizer que se eu decidisse não ter mais filhos, você ficaria feliz mesmo assim? 
-Claro, nos temos dois filhos maravilhosos, dois! Eu seria infeliz se não tivéssemos nenhum,mas... - Exitou. 
-Mas...? 
-Uma menininha não seria nada mal, seria? - Me sorriu lindamente. 
-Não, seria perfeito. - Devolvi o sorriso. 
-Mesmo assim, acho que isso tem que ser decidido com calma, afinal, para que a pressa? Ainda temos tempo, e depois não quero que você se arrependa de nada. - Relaxou. 
-É, tem razão, vamos pensar nisso com calma. 

Voltei a me aninha junto a ele, agora estava me sentindo mais tranquila, pois sabia que ele me apoiaria em qualquer decisão, e como se lesse meus pensamentos ele falou:
-Vou te apoiar qualquer for sua decisão amor, pode ter certeza. - O olhei nos olhos, e via a verdade neles. 
-Eu sei, e eu te amo por isso. - Acariciei seu rosto. 
-Também te amo minha bela menina. - Falou num tom brincalhão mas verdadeiro, uma avalanche de lembranças vieram a minha mente ao ouvir isso. 
-Hum, onde esta sua criatividade Luan Santana? Esta copiando um certo aviador que conheço. - Brinquei.
-Ué, segundo a teoria, eu e ele somos a mesma pessoa certo? Ou a mesma alma, não sei. - Deu de ombros - E olhando por esse lado até que faz sentido, somos dois românticos que tratam muito bem suas "Belas meninas". 

-Por falar nesse assunto ... Sabe... A cada dia que passa eu acredito mais naquela história toda de reencarnação, de que Lorenzo e Cecília eramos você e eu, penso nisso direto. Mas não gosto de usar essa palavra "Reencarnação", parece tão sério, pouco romântico! Prefiro pensar que nosso amor vem de muito tempo, ultrapassou as mais difíceis barreiras, superou a morte e renasceu, mais forte e mais bonito. - Eu falava enquanto ele me envolvia em seus braços, o nariz entre meus cabelos e mesmo sem olhá-lo, podia imaginar seu olhar fixado num ponto ao longe. 

-Eu não penso tanto nisso, procuro viver esta vida ao máximo, aproveitar cada momento com você, com nossos filhos, ou no trabalho. Mesmo assim, hoje mesmo, por incrível que pareça, enquanto vocês três não chegavam, fui até a biblioteca e peguei o livro, "Além dessa Vida", e li algumas partes. Da forma como você escreveu, tudo parece tão fascinante, tão verdadeiro... - Ele falava em tom natural, sem me soltar de seu abraço. 

-É isso que me pega, não saber se devo acreditar ou não. Mesmo depois de todas as pesquisas que fiz, de tudo que li sobre o assunto, até conversei com uns especialistas, não consegui chegar a uma conclusão. 

-Entendo, eu também não. 

Continuamos na mesma posição, porém, em completo silêncio. Mas nem por isso minha cabeça deixou de trabalhar, e continuou pensando em tudo o que estávamos falando, até que senti um clique, como se alguém tivesse plantado aquele pensamento em minha cabeça, foi então que saí do braços de Luan e busquei seus olhos:

-Lorenzo, o filho deles! - Falei quase alto. 

-Sim, o que tem? - Luan não entendia. 

-O que será que aconteceu com ele? O que será que aconteceu com o resto da vida de Cecília? E o menino, será que cresceu? Casou? Teve filhos? - Falei empolgada - Como não pensei nisso antes Luan? Se isso tudo realmente aconteceu, se essas pessoas realmente existiram, deve ter algum registro deles em algum lugar, algum descendente, parente, em fim... É isso que temos que procurar. 

-É, faz sentido. - Ele sorriu, talvez achando aquele meu entusiasmo meio engraçado.

-Sim, é isso que vou fazer, começar a pesquisar novamente, mais a fundo. Se fizermos as contas - Levantei e comecei a andar pela sala - Lorenzo filho tem quase 90 anos nos dias de hoje, um pouco menos eu acho, pode ser que esteja vivo, e se morreu, deve ter deixado filhos, não sei... - Voltei a olhar Luan que não expressava nenhuma reação - Mas se eu não encontrar nada, deduzimos que nada disso é verdade, certo? 

-Acho que sim. 

Então estava decidido, eu não ia mais conviver com aquela dúvida entre acreditar nos sonhos e nas palavras de vó Amélia, ou seguir na minha linha de racionalidade e ter a prova de que aquilo era apenas coincidência. Mas e Luan? Será que ele estaria comigo até o fim dessa busca? 

[Continua]




Amorekos, 
Falhei ontem, mas foi por motivos de eu estar dodói... 
vocês me entendem né? 
hahaha' 

Quanto a hoje, fiz esse capítulo na correria, 
por tanto, é só um hoje ok? 
Mas amanha postou dois 
(Não tô prometendo, vou tentar)

Agora, falando do capítulo... 

Família fofa! 
Luan e Nic conversaram sobre ter mais um filho, 
mas nada ficou decidido, será que vai rolar? 

E quanto a essa "decisão" que Nic tomou sobre procurar o filho de Cecí e Lorenzo? 
Lembram que eu falei sobre "A caçada vai começar"? 
haha'
Lembram dessa ultima parte ai do texto que vocês viram lá no comecinho? 
Então, 
Mas e aí? Será que Nic vai achar alguma coisa?
E Luan?
Vai estar com ela nisso? 

Aguardo os comentários, dicas, sugestões, críticas... Melhor, críticas não! kkkkkk' 
Brincadeira, aceito tudo. 

Em fim, é isso, 
vou fazer de tudo pra postar dois amanha ta? 
*------*

Beijos

Mayara
@Luansmyway