Capítulo 210

[...]

-Ei, você esta grávida, não pode beber! - Ele disse isso e tomou bruscamente a taça de vinho da minha mão. 
-Ué, mas foi você quem trouxe o vinho e insistiu. - Me defendi.

Depois disso caímos os dois na risada. Ainda juntos na cama depois de uma longa e gostosa tarde de amor:
-É que eu esqueci que você estava grávida, me dá um desconto, ainda não me acostumei com a ideia. - Falou sinceramente. 
-Sabe que as vezes eu também esqueço, deve ser porque ainda não da pra notar - Olhamos para minha barriga - Ou porque a ficha ainda não caiu. 
-É verdade. É que parece meio inacreditável, outro bebê, depois desses quatro anos dedicando a vida só aos gêmeos. - Ele tocou minha barriga, apenas senti o momento. 
-Vamos começar tudo de novo, barriga crescendo, rotina mudando, enxoval, quarto, xá de bebê, ansiedade... - Relembrei sorrindo. 
-Não é maravilhoso? -Me perguntou com brilho nos olhos. 
-Sim, é. -Selinho. 

Então, nesse momento ele se abaixou um pouco para ficar com o rosto na altura da minha barriga, então começou a falar de um jeito lindo:
-Ei bebê, desculpa a mamãe ta, foi só um golinho de vinho. 
-Claro que ele me desculpa. - Me entrometi. 
-É que ela é meio esquecida, muita coisa na cabeça, fica assim. - Continuou. 
-Olha só, você acabou de falar que se esqueceu também! - protestei.
-Mas o papai trabalha muito, merece um desconto né filho? - Ele deu um beijinho rápido. 
-Ou filha. - Lembrei. 
-Mas já pensou se for mais um menino? - Perguntou divertido. 
-Pensei, mas estou confiante na vinda de uma menina. - pisquei para ele. 
-Dizem que a mãe nunca se engana. 
-Então vamos começar a comprar tudo rosa. - Brinquei, sorrimos juntos. 

"Conversamos" com o bebê por mais um tempo, foi quando lembrei-me de um detalhe importantíssimo:
-Nossa, já ia me esquecendo de te mostrar isso aqui. - Corri e peguei meu celular. 
-O que tem ai? - Luan se mostrou curioso. 
-A gravação, de tudo que conversei com o filho de Lorenzo e Cecília. - Falei séria. 
-Ah, coloca ai, tô ansioso pra ouvir. - Ele se ajeitou ao meu lado. 

Assim, começamos a ouvir toda a conversa, pulei algumas partes que era irrelevantes  pois se não ficaríamos horas ali, mas o importante é que ele ouviu tudo de mais impactante, o que era mais necessário e assim como eu se surpreendeu e também se arrepiou:
-É... Completamente igual, todos os nomes, os dados, os acontecimentos, tudo. - Falava perplexo. 
-Isso mesmo, e o melhor foi que descobri o resto da história, como foi a continuação da vida de Cecília e seu filho depois que Lorenzo morreu. Luan, você não tem noção das fotos que a gente viu, cara, eramos eu e você vestindo roupas de época. - Levei as mãos a boca enquanto falava. 
-O cara perecia mesmo comigo? - Me olhou desconfiado. 
-Muito, claro que com algumas diferenças, mas se olhar bem, alguém que te conheça de perto, vai notar a semelhança.
-Ta, mas eu fiquei pensando assim, se ele se parece mesmo comigo, ou eu com ele sei lá, não acha que alguém teria notado, tipo, "olha, o Luan Santana parece o meu avô!" - Fazia sentido o que ele estava dizendo.
-Ah, vai que alguém já reparou mesmo... E outra, não é completamente igual, ele não usava barba, nem esse cabelo todo estiloso ai, se não olhar direitinho não vê. Além do mais, quem viu as fotos fui eu, e eu sou sua mulher, ninguém o conhece melhor do que eu, então, se eu estou dizendo que se parece, é porque parece. - Falei séria. 
-Eu acredito em você. Foi apenas uma linha de pensamento, você não disse que na hora o velho achou você parecia com a Cecília? 
-Isso mesmo. 
-Ta, tudo bem, você descobriu tudo e eu realmente estou chocado com isso. Agora sim podemos considerar a questão "Reencarnação" - Fez aspas com as mãos - Mas qual é o próximo passo, o que muda? 
-Amor, para mim, nem é tanto a história da Reencarnação que conta, afinal, isso não muda em nada nossas vidas hoje certo? - Ele afirmou - O meu interesse é na história Luan, eu quero publicar essa história, agora mais do que nunca. Mas é claro que ninguém nunca vai saber dos reais motivos por trás dela, entende, até porque você sabe o caus que isso seria. 
-Eu sei. 
-No começo, eu queria satisfazer uma curiosidade, saber se essa coisa toda era verdade ou não, e consegui. Agora eu quero escrever meu livro, porque ao meu ver eu tenho tanto direito sobre essa história quanto Lorenzo Filho, Verônica ou qualquer outra pessoa. 

Silenciamos por um instante, talvez reorganizando os pensamentos, até que ele soltou a seguinte pérola:
-Você não parou para pensar que bom... é como se esse senhor fosse... Nosso... Nosso... - Ele gaguejou, não teve coragem de concluir. 
-Nosso filho? - Perguntei apreensiva. 
-É, porque tecnicamente... - Ele fez gestos com as mãos. 
-Não é tão legal pensar assim. - Contive uma risada - Na verdade é estranho. De qualquer forma ele é filho de Lorenzo e Cecília, que tecnicamente são outras pessoas. Em outras palavras, nossas almas são as mesmas, corpos parecidos, mas pessoas diferentes. - Tentei explicar de um jeito meio torto. 
-Ah, fiquei mais tranquilo agora, confesso que essa parte estava me atormentando. - Sorriu de canto. 
-Mas... quando eu o vi, me senti em paz sabe, foi uma sensação tão boa, exatamente igual ao que senti quando te conheci. - Falei lembrando. 
-Coisa de alma. - Ele completou. 
-Isso mesmo, coisa de alma. Eu o adorei, de verdade, é o senhor encantador e sei que ele gostou de mim também, pelos mesmos motivos. - Olhei Luan nos olhos. 
-Essa parte não se explica, só se sente e eu sei bem porque já senti a mesma coisa por você, aliás, sinto até hoje. - me puxou para um abraço - Mas quero saber quais serão seus próximos passos em relação a isso. 
-Bom, tenho que voltar lá para conhecer a casa de campo, prometi a ele. Consequentemente já vamos pegar intimidade o bastante para que eu possa tocar no assunto do livro, não sei, mas algo me diz que ele vai concordar comigo. - Falei confiante. 
-Vai sim, você sempre consegue o que quer. - Sorriu. 
-É, e quem sabe não levo você para conhecê-la também, quando já formos bem amigos? - Sugeri animada. 
-Acho que eu ia gostar disso, principalmente para ver essas tão famosas fotos ai, desse ara bonitão que se parece comigo. - Brincou.
-Bobo, vou ajeitar isso também. 

Depois disso resolvemos levantar, descer a fazer um lanche. Somente no fim da tarde os meninos chegaram e foi aquela festa ao verem que seu pai estava em casa:
-Papai, papai! Você voltou! - Pularam em cima dele como sempre faziam. 
-Voltei filhotes, onde vocês estavam em? Cheguei faz mó tempão e vocês tinham saído. - Se fingiu indignado. 
-Fomos a aula de natação. - Henrique falou primeiro. 
-Depois a Yara levou a gente ao cinema e aí a gente viu um filme que tinha... 

E assim começaram a contar fazendo gestos e sons enquanto nós prestávamos total atenção em tudo que diziam. Era lindo vê-los animados e empolgados querendo contar tudo de suas vidinhas a Luan que sempre se mostrava interessado em saber de cada passo dado por eles. 

Eu já estava tão acostumada com aquela minha família cheia de homens que fiquei mesmo imaginando como seria a chegada de mais um deles ali, em como seria se esse bebê que eu estava esperando fosse menino novamente... Fiquei imaginando todos eles crescidos, tomando as rédeas de suas vidas, todos lindos como Luan... Mas se fosse uma menina, por outro lado, eu teria uma companheira, alguém para me ajudar a vencer a opinião masculina lá de casa que era bem forte, teria uma princesinha para brincar de boneca com ela. 

De qualquer forma, qualquer um seria bem vindo e muito amado. 

Luan passou aquela noite em casa, mas no dia seguinte teve de voltar para seus afazeres, e com isso, também voltei aos meus, juntamente com Valter. Era uma quarta feira quando resolvemos voltar a Ribeirão Bonito. 

-Quero que tire algumas fotos da casa, disfarçadamente, é claro. - Falei a Valter enquanto estávamos a caminho. 
-Tudo bem, mas será que a tal Verônica não vai atrapalhar não? 
-Isso é o que vamos descobrir já já. 

Quando chegamos a casa de Lorenzo Filho, batemos palmas e esperamos apreensivos, não tínhamos avisado que iriamos lá naquele dia e estávamos levando somente a cara - de pau - e a coragem. 

Logo Verônica abriu a porta, mas quando viu que eramos nós fez uma cara que era um misto de surpresa com indignação:
-Vocês aqui de novo? - Facheou a porta atrás de si e veio para fora. 
-Dissemos que voltaríamos não foi? - Tentei sorrir. 
-Sinceramente, achei que não fossem voltar só para conhecer a casa de campo. 
-Como disse nos interessamos muito pela história da sua família e... 
-Olha aqui moça, vou ser bem direta com você e com seu amigo. Chega desse papo de gostei da sua história e blá blá blá, eu não acredito nisso. Então digam logo, o que realmente vocês querem para se despencarem duas vezes de São paulo até aqui, o que querem realmente com meu Avô? 

E foi assim que ela nos colocou na parede, encurralados, completamente sem saída. 

[Continua]

Gente, seguinte, 

Tinha prometi do postaria dois capítulos ontem, 

mas acabei passando o dia todo fora de casa, 

em fim, 

não deu. 

Por tanto não vou prometer mais nada ok?

Quando der apareço de surpresa e posto, 

quando não... Já sabem. 

Peço desculpas por isso. 

Mas falando do capítulo... 

Genteeeee, nossa! Esqueci completamente que gravidas não podem beber, perdãããão, falha minha, mas uma tacinha não vai fazer mal ao baby não, relaxem hahahaha'

Nic contou tudo a Luan, 

ta sussa, 

e assim ela e Valter voltaram lá na casa de Lorenzo F.

Mas Verônica não os recebeu bem, 

e aí? 

Aguardem

Beijos

Mayara, 

@Luansmyway