Capítulo 183

[...]

Guardei o carro na garagem e assim que saí dele disquei o número de Luan, no primeiro toque ele atendeu meio nervoso:
-Nicolle?! Te liguei mil vezes e você não me atendeu, já estava ficando preocupado! Depois liguei lá em casa e Yara me disse que você estava na natação, não me lembro de ter me contado que ia começar hoje. - Agora o tom nervoso tinha passado para algo mais interrogativo. 
-Não tivemos muito tempo de conversar hoje lembra-se? Mesmo assim, desculpe por isso, não achei que fosse se importar. - Falei natural enquanto abria a porta e entrava em casa. 
-Vai ser sempre a essa hora? Tipo, já passa das 21:00.
-É o único horário que Vicente tem disponível. - Respondi enquanto os gêmeos corriam para mim quando perceberam minha chegada. 
-Mesmo assim, não acha que é um pouco... tarde? - Insistiu. 
-Não. Até os gêmeos ainda estão acordados essa hora, mas porque esta falando isso? Sabe que eu não gosto de rodeio não é? - Fui direta. 
-Só acho que não era você quem tinha que se adequar aos horários do professor e sim ele aos seus, sei lá. 
-Sinceramente não tenho problemas com esse horário, parece que é você quem tem. 

Eu não estava conseguindo conversar direito com ele por causa do barulho que Lorenzo, Henrique e Penélope estavam fazendo na sala, então subi por um instante, enquanto isso ele continuou:
-Só me preocupo de você sair assim, a noite, sozinha... - Sorri de canto ao ouvir isso. 
-Entendo a sua preocupação meu amor, mas nada vai me acontecer, prometo. - Ao chegar no quarto me joguei na cama. 
-Sinto muito mais você não tem como prometer isso. - Ele relaxou um pouco mais - Mas como sei que nada vai fazer você mudar, me conte como foi. 
Então, a partir daí fui lhe contar os detalhes de tudo que tinha acontecido, mas ele não pode me ouvir muito, estava atrasado como sempre, mas prometeu que me ligaria depois do show. Depois de desligar desci para ficar um pouco mais com os gêmeos e depois cumprir o ritual de toda noite. 

E assim foram se passando os dias, quando vi mais uma semana tinha ido embora e eu já estava ficando impaciente com a agenda de Luan que não o deixava voltar para casa e quando voltava era só para um passada rápida seguida de uma reunião, ou uma sessão de fotos. 

Mas naquela madrugada isso mudou, era noite de segunda para terça e todos dormiam lá em casa inclusive eu que estava sonhando justamente com Luan, quando senti uma presença na cama ao meu lado, uma respiração perto do meu rosto e quando abri os olhos, fui iluminada pelo mais belo dos sorrisos:
-Oi. - Falou como uma criancinha e depois posicionou um girassol entre nossos rostos - Pra você. 
-Eu estou sonhando? - Perguntei meio sonolenta. 
-Não, toma aqui a prova. 

Então, ao dizer isso me beijou de repente, um beijo leve e carinhoso. Só sei que permaneci com os olhos fechados depois que ele descolou seus lábios dos meus, aproveitando cada segundo daquela sensação maravilhosa, tentando inspirar ao máximo seu cheiro:
-Viu, sou real, isso é real. - Falou me fazendo abrir os olhos. 
-É que faz tanto tempo que você não volta que achei que estava sonhando mais uma vez. - Alfinetei carinhosamente. 
-Eu sei, desculpe por isso, mas é que... 
-Xii - Selei sua boca com meus dedos - Não precisa explicar, só fique, pelo menos até amanhecer. 

E depois de dizer isso me aninhei junto a ele, o segurando pela camisa para que não saísse nunca mais de perto de mim. Então, ele sorriu e beijou o alto da minha cabeça, depois me envolveu com seus braços, me deixando no meu casulo preferido, totalmente protegida de tudo:
-Mesmo longe eu estou sempre perto de você, no coração, nos pensamentos. - Falou carinhosamente. 
-Mas eu quero isso aqui, quero seu corpo perto do meu, quero seus braços me envolvendo, quero sentir seu amor de perto. - Eu estava falando baixinho, minha voz era de sono. 
-Vamos viver esse momento ok? - Fez com que eu olhasse para ele - Agora eu estou aqui e você tem tudo isso, tem meu corpo, meus braços a envolvendo, tem todo o meu amor. 
-E estou muito feliz com isso. - Acariciei seu rosto e selei seus lábios com um beijo rápido e carinhoso. 
-Eu amo você Nicolle, amo muito, não imagina o quanto... - Olhou em meus olhos tão profundamente que tive a sensação de que viu minha alma enquanto passava o polegar pelo meu lábio inferior. 
-Eu também te amo Luan, amo tanto que chega a doer, um amor que não cabe em mim. 
E sem nada mais dizer, nos beijamos intensamente, querendo provar um para o outro a veracidade daquelas palavras. 

As janelas e cortinas do quarto estavam totalmente fechadas nos impedindo de ver a beleza daquela madrugada, mas isso não foi empecilho para que nos amassemos mesmo no quarto meio escuro, pelo contrário, as sombras dos corpos e o brilho dos olhos nos instigou ainda mais. E mais uma vez ele me fez completa, não tinha sensação melhor do que sentir suas mãos percorrendo meu corpo, seu corpo sobre o meu, seu calor, seu cheiro bom. Naquela madrugada ele foi de um carinho excepcional, me tocou delicadamente, pacientemente, como se a eternidade fosse nossa e do nosso amor. Saboreou cada beijo que me deu, sempre me olhando nos olhos onde eu via que tudo era verdadeiro, era nosso e era em momentos como aquele que ele me fazia sentir única, a única que podia lhe proporcionar momento maravilhosos como aquele. Não importava o tempo que passasse, ele sempre voltaria e quando voltava me recompensava cada minuto que tínhamos ficado longe e ia além, sempre.

Era em momentos como aquele que eu sentia quão grande era meu amor por ele e era dominada pelo tamanho do sentimento dele por mim. Era aquilo que me fazia acreditar e confiar que não existiam outras em sua vida, que somente eu era dona daquele amor, daquele corpo, daquele homem por completo. E por isso tentava sempre lhe dar o melhor de mim, lhe mostrar que eu sentia a mesma coisa, que ele também era único para mim e que  não importava o tempo,a  distância, nada, eu sempre estaria esperando, de braços abertos, de corpo inteiro, porque eu o amava, como já havia dito, com um amor que não cabia em mim. 

-Sabe qual a parte boa de você ficar longe tanto tempo? - Perguntei enquanto beijava suas costas, ele estava deitado de bruços com o rosto virado para mim. 
-Diga. - Sorriu levemente. 
-É que quando você volta, a gente mata toda a saudade guardada. Fora que assim, me tendo só de vez em quando não vai enjoar de mim. - Mordi suas costas de leve. 
-Ei! - Reclamou, mas não da mordida - Quer dizer que eu só te tenho de vez em quando? Você não é minha todo o tempo? 
-Ah bobo, você entendeu. - Sorrimos juntos. 
-Sei, tô brincando. Mas quanto a essa coisa de enjoar, acho que a gente não enjoa de quem a gente ama. 
-Lindo! - Selinho - É verdade. 
-Então, se eu te amo, nunca vou enjoar de você. 
-Espero mesmo. - Parei de beijar e mordeu suas costas e me deitei normalmente. 
-Então tá, você vai  ver que daqui 50 anos vamos estar aqui, nessa mesma cama, depois de muito amor, tendo uma conversa como esta. - Falou natural. 
-Daqui a 50 anos você vai estar com 70 e tantos anos. Podemos até estar aqui nessa mesma cama, mas não depois de muito amor. - Não contive a gargalhada ao ver a cara dele ao ouvir isso. 
-Não vou nem falar nada pra você ta Nicolle. - Fez careta. 
-Ah amor,brincadeirinha. Sei que você vai ser um velhinho cheio de energia. - Subi em cima dele de surpresa - Até porque se não for, te troco por um garotão.
-Cê bebeu hoje? Não ta falando coisa com coisa. Mas já que esta ai, cheia de gracinhas, dizendo que eu vou ser um velhinho broxado, vamos aproveitar enquanto eu ainda estou podendo fazer alguma coisa né? 
E depois de dizer isso me derrubou bruscamente na cama e veio por cima, e assim, ficamos "brincando" até amanhecer quando o sono chegou e nos entregamos a ele. 

Não dormimos muito porque logo meu celular despertou avisando que era quarta feira, dia da aula dos gêmeos. Olhei para o lado e Luan ainda estava lá, então, como nos desenhos animados uma luz acendeu em minha cabeça, iria levá-lo com a gente. 

Tive um trabalhinho para acordar Luan, mas tive duas grandes e pesadas ajudas:
-Vamos meninos, pulem em cima do papai para ele acordar! 
Lorenzo e Henrique fizeram o que eu disse e começaram uma festa em cima de seu pai, gritando e pulando em cima dele com direito a beijos e tudo mais:
-Ta bom, ta bom acordei, eu vou com vocês, eu vou, calma! - Luan falava e eles comemoravam. 

E assim, nos arrumamos e partimos apara a escolinha. Os meninos estavam radiantes porque seu pai iria junto, entraram de mãos dadas com ele, querendo apresentar Luan aos amiguinhos, nem preciso dizer que foi uma coisa mais ou menos: "Mãe, olha, é o Luan Santana!", "Oi Luan Santana!", "Luan, tira uma foto com meu filho", até que:
- Ei, mas que animação toda é essa em crianças? - A voz de Vicente ecoou e todos se voltaram para ele, inclusive Luan - Ah, agora entendi. 
-Tio, Tio Vicente, olha o meu pai! - Henrique saltou fazendo as apresentações. 
-Ei aí cara? Seja bem vindo. Eu sou Vicente, o professor dos seus filhos e... da sua esposa também. 

Ao falar isso Vicente estendeu a mão, foi quando Luan tirou o óculos para olhá-lo melhor e só então o cumprimentou. 

[Continua]

HÁ! 

Acharam bonitinho o momento de Nic e Luan, 

awwwn, 

lindos né? 

Maaaaaaaaaaas

o grande encontro aconteceu! 

O.O

E agora em? 

hahaha' 

Quero comentários ;)

Beijokas

Mayara

@Luansmyway