sábado, 23 de agosto de 2014

Capítulo 208

[...]

-Um livro? Nunca tinha pensado nisso. - O senhor franzio o senho e  me olhou. 
-Ah, não deem ideias ao vovô, imagina, a história da nossa família virar livro. - Verônica nos cortou mais uma vez. 
-A história de sua família é fascinante Verônica, você não acha? - Perguntei, agora mais calma. 
-Para mim é uma história comum, como qualquer outra. - Ela deu de ombros. 

Por alguns segundos fiquei tentando decifrar a daquela mulher, se ela era daquele jeito mesmo, se estava fingindo, se queria que fossemos embora... Era difícil entendê-la, mesmo assim, tentei deixá-la de lado e focar somente no velho Lorenzo que estava muito disposto a conversar conosco sobre tudo. 

Mas nesse exato momento, meu celular tocou, olhei rapidamente o visor e era Yara:
-Com licença, tenho que atender. 
Então levantei e me afastei deles, falei rapidamente com Yara e com os meninos, estava tudo aparentemente bem lá em casa, disse a eles que voltaria logo, mandei beijos e desliguei, quando voltei a messa o velhinho me olhava curioso:
-Algum problema? - Perguntou. 
-Não, meus filhos estavam querendo falar comigo. - Sorri. 
-Tem filhos? Mas parece tão jovem! - Ele ficou surpreso. 
-Tenho dois, são gêmeos, Henrique e... - Mas antes de falar o outro nome, estanquei me lembrando que não podia fazer isso, ou eles desconfiariam de alguma coisa - João! Henrique e João. - Mas não menti totalmente - Ambos com 4 anos. 
-Ah, que maravilha, e é casada? - Agora invertemos as posições, ele fazia as perguntas. 
-Sou sim. 
-E seu marido faz o que? - Opa, pensa rápido. 
-Ele é cantor. - Resolvi não mentir -Mas me mate uma pequena curiosidade, o campo de Girassóis, onde seus pais se encontravam, ainda existe? - Mudei velozmente de assunto e Valter suspirou aliviado. 
-Ah não, foi destruído por conta dos avanços da cidade, uma verdadeira pena, era um lugar lindo. 
-Imagino, é mesmo uma pena. - Fiquei desapontada. 
-Mas como disse, a casa de campo ainda existe, se quiser conhecer, posso lhe levar lá. - Se animou e eu também. 
-Claro, claro que quero. - Respondi. 
-Mas hoje não vai dar, esqueceu quem tem consulta marcada as 14:00 vovô? - Verônica me atirou um balde de água fria. 
-Ah, é verdade. Desculpe menina, vai ter que ficar para outro dia. 
-Então quer dizer que posso voltar outro dia para irmos até lá? - Perguntei com jeitinho. 
-Mas é claro, venha quando quiser, prometo que a levo até lá. 
-Então estamos combinados! - Vibrei - Mas já que tem consulta marcada daqui a pouco, não queremos mais tomar seu tempo ok? 

Falei isso mesmo sem querer ir embora, por mim eu ficaria ali a tarde toda ouvindo aquele senhor contar suas histórias que de certa forma também eram minhas, mas ele não sabia. Mesmo assim, tínhamos que partir:
-Ah, já vão? Porque? Tão cedo? - Ele levantou-se e nós também. 
-Esta na nossa hora, já ficamos demais por aqui. Mesmo assim, obrigada pela entrevista, pelo almoço e  principalmente pela conversa, foi muito especial conhecer o senhor. - Fui sincera. 
-Eu que agradeço a presença de vocês aqui, o fato de terem me ouvido. Adorei conhecer vocês, especialmente você que é tão parecida com a minha mãe, foi como se eu a visse de novo. - Aquela frase mexeu com todos nós. 
-Fico feliz em ter proporcionado isso. Mas posso mesmo voltar para conhecer a casa de campo? - Reforcei. 
-Já disse que sim, vou ficar esperando. Porque não trás seus filhos para eu conhecer? Devem ser crianças encantadoras. 
-Quem sabe. Mas eu venho com toda certeza! 
Depois disso nos abraçamos forte, e ao estar em seus braços eu senti uma onda boa dentro de meu corpo, uma grande paz, foi maravilhoso. E assim nos despedimos, e pegamos a estrada de volta para casa.

Enquanto dirigia fiquei revivendo todos os momentos, todas as palavras daquela conversa, todas as fotos que tinha visto e todas as sensações que ainda pairam dentro de mim, até que Valter quebrou o silêncio:
-Eu queria poder falar alguma coisa, mas não sei o que dizer. Isso foi simplesmente... 
-Surreal. - Completei. 
-Como se sente? - Me olhou. 
-Não sei direito como explicar, me sinto bem, leve, como se tivesse resolvido uma coisa que estava pendente a muito tempo sabe? - Tentei não desviar o olhar da direção. 
-Sei. - Ele fez uma pausa - Cara, eu estou tão chocado com tudo isso! - Começou a tagarelar de repente - Tudo que aquele senhor disse, as mesmas palavras, estavam naquele livro que você escreveu sem nunca tê-lo visto antes, e aquelas fotos, aquela mulher parece mesmo com você, e o pai dele, meu Deus, é Luan sem tirar nem por, estou arrepiado até agora, toda aquela história, tudo batendo perfeitamente... Acho que vou pirar! 

Não tive como não rir daquele ataque repentino, Valter ficou elétrico de um segundo para o outro, como se sua ficha tivesse caído do que estava acontecendo:
-Ainda a pouco você disse que não sabia o que dizer. - Falei rindo. 
-Mas agora eu sei, e vou dizer... Olha, eu não estava acreditando muito nessa história toda de reencarnação e tal, afinal, não sei, isso é estranho, mas depois disso, cara, depois disso, eu acredito em tudo. 
-É, eu também. - Admiti finalmente. 
- Outra coisa, sinto dizer, mas você vai ter que passar o resto da sua vida toda com Luan, porque depois disso tudo, dessa coisa de se encontrar em outra vida, não resta dúvidas de que vocês são um do outro. 
-Sabe que essa é a parte que eu mais gosto da história? - Sorri e o olhei por um instante - Não se preocupe, vamos ficar juntos para sempre. 
-Mas e agora? Encontramos o velho, falamos com ele, confirmamos e gravamos tudo. Qual é o próximo passo? 
-Boa pergunta... A princípio vou querer voltar aqui e conhecer acasa de campo, tenho que fazer isso. Depois... Bom, vem o livro. 
-Quase vacilei falando do livro com eles né? Você viu como a neta dele reagiu? - Ele lembrou. 
-É, mas nos saímos bem quanto a isso, e outra, você viu que Lorenzo Filho não se recusou definitivamente ao livro, já a Verônica, acho que ela vai ser uma pedra no sapato, mas não tiro sua razão, afinal nós somos dois estranhos malucos. - Sorri. 
-Tenho certeza que você vai convencer o velho Lorenzo a permitir que publique o livro, quanto a família dele... - fez careta. 
-Uma grande família. - Suspirei. 
-Que vai querer sua parte na grana da venda do livro, com toda certeza. 
-O dinheiro não é o que importa para mim, sinceramente eu toparia dar a eles todo o dinheiro das vendas. O que quero mesmo é o impacto que essa história vai causar nas pessoas, no que ela vai me render como escritora, uma história que também é minha, mas eu não posso falar isso a ninguém. - Fui sincera. 
-Realmente essa história ia te jogar lá em cima como escritora. Mas é uma pena que não possa contar a ninguém que é a SUA história. 
-Mesmo assim, vamos em frente, não chegamos até aqui para desistir agora certo? - Mostrei otimismo - E por falar nisso, nem sei como agradecer, se não fosse por você eu ainda estaria na estaca zero. 
-Imagina, como já disse, você me proporcionou uma grande aventura, estou me divertindo muito. - Acariciou meu ombro ternamente. 

E assim, fomos o caminho todo comentando sobre nossa manha mais que produtiva. Ao chegar em São paulo, deixei ele em casa, agradeci mais uma vez e parti para meu ninho, onde meus filhotes me esperavam e eu já estava cheia de saudade. 

-Mamãe! Mamãe! - Os dois vieram correndo e gritando quando me viram entrar. 
-E aí anjinhos, tudo bem? - Os abracei forte. 
-Você demorou mamãe! - Lorenzo reclamou. 
-É, onde estava? - Henrique completou. 
-Estava resolvendo uns assuntos seu curioso - cutuquei a barriga dele - Desculpem a demora, agora vou ficar com vocês, já fizeram o dever de casa? 
-Não. - Saíram correndo novamente, com suas "baterias intermináveis"
-Então vão ter que fazer, peguem os materiais e levem pra mesa, vou ligar pro pai de vocês enquanto isso. 

Eles obedeceram, dei um oi para Yara e Dora que estavam na cozinha e liguei para Luan que já me atendeu com as seguintes palavras:
-Já esta em casa? 
-Oi para você também querido marido. - Brinquei. 
-Oi querida esposa, já esta em casa? - Repetiu a pergunta. 
-Já Luan, já estou em casa, não esta ouvindo a gritaria dos seus filhos? - Lorenzo e Henrique já estavam discutindo por alguma coisa. 
-Ah, que bom... - Relaxou - E aí, como foi? 
-Encontrei o que fui procurar! - Sorri satisfeita - Mas não dá pra contar tudo assim por telefone, Valter gravou tudo, quando você voltar te mostro, são horas de áudio. 
-Você encontrou mesmo o tal... Lorenzo Filho? Ele confirmou toda a história? - Não consegui identificar exatamente que tom de voz era aquele. 
-Sim e sim, tudo exatamente como nos meus sonhos, igualzinho, até os mínimos detalhes, você vai ouvir tudo na gravação. 
-Que loucura! 
-Loucura vai ser quando você ouvir... 
-Agora fiquei ansioso. 
-Então venha logo pra casa, já tô com saudades. - Agora falei manhosa. 
-Você sempre esta meu bem. - Riu e brincou, todo galante. 
-Olha só que convencido, depois não reclame quando eu não sentir mais sua falta. 
-Isso jamais vai acontece porque você me ama. - Continuou. 
-É, este é meu carma. - Brinquei.
-Não fala isso. E quanto a volta para casa, no inicio da semana que vem, já sabe. - Falou natural. 
-Ta bom, vou tentar não colocar ninguém no seu lugar da cama até lá ok? - Mordi o lábio esperando a explosão. 
-Nocolle! - Quase gritou - o que aconteceu com você? 
-Estava falando dos meninos meu amor, calma. - Ri dele. 
-Engraçadinha, já pode ser palhaça. Mas por falar em meninos, como eles estão, e cadê meu caçulinha? Como ele se comportou na viagem? - Sempre fofo. 
-Os gêmeos estão por ai brigando, vou tentar colocá-los para fazer o dever. Quanto ao caçulinha, esta perfeitamente bem aqui dentro de mim. 
-Ótimo, estou morrendo de saudades desta minha grande família. - Brincou. 
-Nós também. 

Encerramos a conversa depois dessa parte e foi aí que fui colocar os gêmeos para fazer o dever. Tentei deixar um pouco de lado tudo que tinha acontecido, mas era quase inevitável e naquela noite, depois de colocar os meninos para dormir, ouvi novamente todo o relato de Lorenzo Filho, me emocionando mais uma vez. Mal podia esperar para voltar lá novamente e conhecer a casa de campo, eu só não sabia que seria surpreendida e as coisas ficariam meio difíceis a partir dali. 


[Continua]





Leitora Fiel eu não achei o texto que você falou, e olha que eu olhei em mais da metade dos capítulos da outra Fic, também dei uma olhada nuns textos salvos que eu tenho aqui, mas não encontrei, desculpe ;)

Quanto ao capítulo... 
O velho Lorenzo não se opôs totalmente a que sua história virasse livro, 
tudo terminou bem 
e valter e Nic puderam voltar pra casa. 

Mas como ela disse, 
será surpreendida por uma coisa que pode dificultar sua busca,
só que pelo que? 
Palpites?

No próximo capítulo, 
(QUE SERÁ POSTADO HOJE COMO PROMETI)
vamos sair um pouquinho dessa coisa toda 
de Lorenzo's, Cecília e passado, 
e vamos focar no nosso casal principal! 
Luan vai chegar de viagem, 
o que acham de um pouquinho de romance? 
Amorzinho? 
Carinho? 
Família, Novo baby? 

Aguardem! 
hahaha'

Beijokas, 

Mayara
@Luansmyway

4 comentários:

  1. aa nao queria sair da historia deles, vc tem previsão de quando o velho lorenzo vai ver uma foto ou o luan e descobri o nome do filho de nicolle? acho q vai ser a parte mais legal dessa historia toda rs

    ResponderExcluir
  2. Mal posso esperar para o segundo capitulo da noite. HAHA'

    ResponderExcluir
  3. Ansiedade é o que me define nesse exato momento! Essa história toda realmente é uma loucura!

    May, eu encontrei umas fotos lindaaas para o enxoval da bebê, se realmente for menina, caso se interesse posso te mandar, aí vc decide se quer usar ou não! Posso mandar o link pelo Twitter?
    Até mais tarde!

    ResponderExcluir
  4. Amei, sem mais
    Beeijo, Rita!

    ResponderExcluir