quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Capítulo 206

[...]

Felizmente - e graças a lábia jornalistica de Valter que conseguiu tudo com nossos colegas lá de Ribeirão Bonito - Não demorou muito para que os endereços de 5 dos idosos da lista chegarem a nossas mãos e um deles era o de Lorenzo Ferraro Filho que morava no centro da cidade. 

E naquela manha, assim que o sol nasceu já estava saindo de casa, mas antes dei as instruções a Yara:
-Daqui a pouco você acorda os meninos, os arruma e leva pra escola, já sabe o que fazer, depois busca e explica pra eles que eu tive que sair para resolver umas coisa, me liga mais tarde também pra eu falar com eles ta bom? 
-Ta bom, vai ficar tudo sob controle, e boa sorte nessa coisa misteriosa que você esta aindo resolver que não pode contar nem a mim. - Durante dias Yara estava querendo saber o que eu ia fazer em Ribeirão, mas era uma história muito longa e complicada, muita gente já estava envolvida, melhor deixar pra depois. 
-Depois te conto curiosa, primeiro vou resolver tudo. Cuida dos meus pequenos com a sua vida em! 
-Já faz quatro anos que você me diz isso. - Sorriu. 

Então, parti para meu carro, mas antes de dar a partida, me benzi com o sinal da cruz e falei com meu bebê, para relaxar:
-Vamos lá bebê, vamos torcer, vai dar tudo certo e quanto a você, nada de me assustar em, fique quietinho ai. - Toquei a barriga e lembrei de Luan nesse momento - Se não sei pai nunca vai me perdoar, agora vamos buscar o tio Valter. 

Logo cheguei a casa de Valter, pois não tinha transito tão cedo, ele entrou no carro todo animado, me cumprimentou e depois disse esfregando as mãos:
-Pronta? 
-Mais que pronta. - Sorri. 
-Então vamos repassar o plano no caminho. - E assim dei partida, acelerando rumo a saída.

Enquanto isso íamos conversando, o plano era o seguinte: Chegaríamos com a mesma desculpa do inicio, que estávamos fazendo uma pesquisa para publicar em nosso jornal, afinal, todo mundo que é de cidade pequena quer sair no jornal da capital, certo? Dessa forma, iriamos direto para a casa de Lorenzo Filho, chegaríamos lá normalmente e contaríamos toda a história, se ele se dispusesse a falar, entraríamos em sua casa, tomaríamos um café, conversa vai conversa vem - Gente do interior também gosta muito de conversar sobre a vida, pelo menos eu esperava que fosse assim - ele chegaria ao passado, bem onde queríamos, assim, íamos puxando mais a e mais assunto, até saber o bastante. Perfeito - Se desse tudo certo, é claro. 

3 horas e 20 minutos depois, chegamos finalmente a Ribeirão Bonito e até o ar de lá era diferente. Eram quase 9 da manha e as pessoas estavam na rua pra lá e para cá, uns conversando, outros fazendo alguma coisa, ninguém estava apressado com nada, tinham movimento de veículos, mas nada comparado ao caos de SP, ali o tempo parecia passar do jeito certo e as pessoas, pareciam bem mais felizes. 

Valter deu a ideia que parássemos para tomar café, num lugarzinho ali no centro mesmo, já estávamos perto da casa de Lorenzo Filho e não tínhamos comido nada até então:
-É melhor você comer, afinal, tem alguém ai dentro de você. - Falou de boca cheia enquanto eu só bebericava meu café preto. 
-Não tenho fome, também não quero ficar enjoada na hora errada. - Eu olhava em volta constantemente. 
-Já pensou se forem gêmeos novamente? Dessa vez duas meninas! - Brincou, quase me engasguei. 
-Você acha que seria possível? 
-Sei lá. - Deu de ombros - Talvez. 
-Isso não importa, um, dois, três... - Tentei sorrir. 
-É, não para a esposa de Luan Santana. 
-Xiiii... Ninguém precisa saber disso. - Falei baixinho - Não ainda. 
-Tem razão, perdão, mas e se alguém te reconhecer? 
-Não vamos pensar assim ok? Terminou? - Apressei. 
-Terminei, antes que você tenha o filho aqui e antes da hora. 

Ele pagou a conta e fomos embora. Em questão de minutos estávamos na frente do endereço que nos foi passado, parecia uma casa normal, num tom meio creme com as portas e janelas brancas. Eu e Valter nos entreolhamos, fiz sinal com a cabeça e ele bateu palmas, segundos depois a porta se abriu, e de dentro dela saiu um velhinho de bengala em punho. 



E nesse momento foi como se tudo tivesse parado a minha volta, um sentimento bom me invadiu, quase da mesma forma que aconteceu quando vi Luan pela primeira vez. Aquela velha sensação de que já conhecia aquele senhor, de que tínhamos algum tipo de ligação. E parece que quando ele me olhou, sentiu a mesma coisa, porque pareceu atônito, quase chocado. 

-Bom Dia, o senhor é Lorenzo Ferraro Filho? - Valter iniciou. 
-Sou eu mesmo, e vocês quem são? - Respondeu sem tirar os olhos de mim. 
-Somos jornalistas, viemos de São Paulo, poderíamos conversar com o senhor um instante? - O senhor silenciou, continuava a me olhar - Sou Valter Siqueira, essa é Nicolle Andrade, somos repórteres. 
-A moça não vai falar nada? - Me perguntou. 
-Ah... - despertei do transe  - Me desculpe, estamos fazendo uma pesquisa sobre idosos que vivem em cidades do interior, queríamos dar uma palavrinha com o senhor. - Falei por fim. 
-Entrem então. - Abriu a posta e nos deu passagem, parecia sério demais. 

Adentramos a casa, era simples mas continha o necessário e logo uma mulher apareceu, parecia ter uns 30 e poucos anos e era bem bonita, cabelos castanhos, olhos negros cintilantes, estatura mediana, ela secava as mãos em uma toalha de pratos:
-Quem são essas pessoas vovô? - Perguntou de cara, mas sem ser grossa. 
-São repórteres, querem conversar comigo. - O velhinho respondeu. 
-Desculpe a invasão, eu sou Valter, esta é Nicolle, somos de um jornal de São Paulo e estamos fazendo uma pesquisa sobre os idosos que vivem em cidades pequenas, queremos saber se eles vivem mais e melhor. - Valter estendeu a mão para a mulher. 
-Muito prazer, sou Verônica Ferraro, neta e responsável pelo meu avô Lorenzo...
-Responsável, ela fala como se eu fosse uma criança. - Lorenzo Filho se manifestou. 
-Quem lhes deu nosso endereço? Porque escolheram meu avô para essa entrevista? - Verônica era inteligente e curiosa, temi que ela descobrisse nossa mentira. 
-Um amigo meu que é jornalista daqui nos passou o endereço, seu vô é um dos mais... Bom, dos mais idosos, ele tem... 
-Exatos 87 anos, acabei de fazer aniversário agora dia 3 de março. - O senhor quem respondeu. 
-3 de março... - Resmunguei. 
-Mas sentem-se, creio que não vai fazer mal que eu responda algumas perguntas certo? Afinal quem não deve não teme. - Agora ele mostrou bom humor. 
-Verônica, não se preocupe, não vamos perguntar nada que seu avô não possa responder. - Tentei tranquilizar a neta. 
-Que bom, vou passar um café para vocês então, fiquem a vontade. 

Nos sentamos, eu e Valter em um sofá e Lorenzo filho numa poltrona a nossa frente, e iniciou:
-Então, o que querem saber exatamente? - pousou a bengala sobre uma mesinha que existia ali. 
-Nicolle... - Valter me induziu a iniciar as perguntas, afinal, era eu quem queria saber, enquanto isso ele programou o celular para gravar aquela conversa.
-Bom... de inicio, quero conferir se seu nome completo é mesmo... 
-Lorenzo Ferraro Filho. - Ele me interrompeu. 
-O senhor nasceu aqui mesmo em Ribeirão Bonito? - O olhei, ele me olhava fixamente, como se quisesse ler minha mente. 
-Sim. Na época a cidade não era nem metade do que é hoje. - Sorriu como se estivesse se lembrando. 
-E nunca saiu daqui? - Tentei ir pelas beiradas antes de tocar no assunto fatal. 
-De jeito nenhum, esta é minha terra menina - Gelei quando ele me chamou de menina - nasci aqui e vou morrer aqui. Não exatamente nessa casa, tenho uma casa no campo, morei lá boa parte da vida sabe? A casa é linda, tudo verde em volta, é m pouco afastada, mas é maravilhosa, era dos meus pais, foi lá que eu nasci e me criei, lá que casei, criei mais filhos, mas ai os filhos foram casando, e se mudando pra cidade, disseram que eu não podia mais ficar sozinho lá, então, tive que vir mesmo sem querer. 

A cada palavra que sai de sua boca eu ficava mais interessada, quando ele falou em casa de campo eu e Valter nos entreolhamos, isso batia com a história:
-Onde esta sua esposa? - perguntei natural. 
-Ela faleceu a mais de 10 anos, foi pega pelo maldito câncer. - Seu tom mudou, parecia triste agora. 
-Ah, eu sinto muito... Mas disse que tinha filhos, quantos? 
-Tenho 5 filhos, três homens e duas mulheres, apenas as mulheres ainda moram aqui em Ribeirão, os homens estão na sua cidade grande. - Sorriu. 
-Deve ter vários netos também. - Retribuí o sorriso. 
-Tenho sim, ao todo são 12 netos, já tenho 2 bisnetos também. - Os olhos dele brilharam , parecia ter orgulho da grande família. 
-Muito bom. Parabéns pela família! E de todos os netos e filhos escolheu Verônica para morar com o senhor? - Continuei. 
-Ela é maravilhosa, a mais preocupada e atenciosa de todos os filhos e netos. Mas esta para se casar, vai fazer sua vida e eu não sei muito bem o que vai acontecer comigo. 
-Pare de se lamentar vovô, já disse que nada muda, vai morar comigo quando eu me casar. - Verônica vinha falando enquanto trazia o café. 
-Não tem cabimento isso, já disse, imagina um velho atrapalhando os recém casados. Vou voltar para minha casa no campo, isso sim. - Lembrei-me imediatamente de vó Amélia, sempre dizia a mesma coisa quando eu a convidava para morar conosco lá em casa. 
-Na casa que disse que era de seus pais? - Peguei o gancho. 
-Isso mesmo e por falar nisso, pegue os meus álbuns de fotografias Verônica. Desde a hora em que chegaram estou reparando em você menina, é incrível como se parece com minha mãe quando era moça. 

Me arrepiei por completo nesse momento, Valter arregalou os olhos. Lorenzo Filho tinha notado a semelhança entre mim e Cecília, a mesma que eu vi nos sonhos. 


[Continua]




Nhaaaaaaac'
Encontraram!
hahahaha'
Tudo esta indo muito bem até agora, 
Lorenzo Filho topou responder as perguntas, 
mas achou Nic parecida com Cecí, 
e agora? 

Aguardem, 
o próximo capítulo promete! 

Beijos

Mayara
@Luansmyway

8 comentários:

  1. to achando os capitulos tao pequenos, may :( poxa, posta dois no mesmo dia pra gnt? merecemos, né ?rs

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  2. Não acredito que vc fez isso com agt novamente, postou um capítulo pequenininho e parou na melhor parte, pooxa, vc é má, viu?!
    Acho que amanhã merecemos dois capítulos para compensar!

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    1. Fiquei tão brava que esqueci de comentar sobre o capítulo:
      Não sei pq mas eu achei Lorenzo Filho tãaaao lindo!
      Quero saber onde essa conversa vai parar, e se a Nic vai descobrir tudo que quer!
      Ah, já sei Lorenzo F. vai morar na casa de repouso com Vó Amélia, acertei?

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  3. Tô mais nervosa que a Nicole,sério! Alguma coisa me diz que essa Verônica vai matar a charada e colocar a Nicole contra a parede,meu Deus do céu,e se ela reconhece a Nicole,pq hj em dia basta um google e vc descobre quem é a pessoa! To nervosaa,mais por favor!!!

    Priscila

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  4. Amei o Lorenzo filho, ele é tão lindo huahua...Nossa esse capítulo foi ficando cada vez mais interessante a cada palavra que ele falava, to mega ansiosa pra ver o que vai acontecer.
    Bjsss
    @meuamoreseuls

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  5. Aiw, curiosa pra saber o que vai dar está história. Está muito boa nega. Continue, bjokas! ♥

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  6. Nossa o que o Lorenzo vai achar dessa historia toda? acho que ele podia levar a Nick pra conhecer a tal casa de campo, e quem sabe ela num tem uns flash's na memoria, continuaaa logo amore, bjooos

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  7. Nossa vc pensou em td né? A semelhança entre Luan e Lorenzo...a ft do clipe deu realidade á história, tô muuuuito curiosa!
    Beijo, Rita!

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