Capítulo 194

[...]

-Filhos, mamãe vai dar uma saidinha ta? Se comportem, a Yara vai cuidar de vocês. 

Depois de falar isso dei um beijo em cada um, passei a bola pra Yara, peguei a bolsa e parti com o carro a caminho do Jornal. Enquanto dirigia, fiquei pensando o que diria a ele quando chegasse lá, "Oi, preciso encontrar umas pessoas que provavelmente já morreram". Mas não tive muito tempo para pensar no que falar, não tinha transito naquele meio de tarde, então consegui chegar logo.

-Ah Ju não esta aqui, foi fazer uma reportagem lá no centro. -Wallace, um de meus velhos companheiros me avisou sorrindo. 
-Não vim falar com ela, Valter esta ai? 
-Na sala dele, como você é de casa... - Estendeu a mão. 
-Obrigada. 

Então fui direto para a sala de Valter, ele me recebeu com o sorriso de sempre:
-Olha só, mas que surpresa! - Levantou-se e veio me cumprimentar. 
-Tudo bem? - Sorri. 
-Melhor agora, mas a que devo a honra desta visita no meio da tarde, e onde estão os garotos? -Me indicou a cadeira e voltou para a sua também. 
-Vou direto ao ponto ok? Preciso de um favorzinho seu. - Me encolhi. 
-Favor? Seu eu puder ajudar... - Me  olhou mais atento. 
-Preciso que em ajude a encontrar umas pessoas. 
-Que pessoas? Por acaso esta fazendo alguma investigação informal dona Nicolle? - Brincou relaxado. 
-Mais ou menos, pode me ajudar ou não? - Eu tinha pressa. 
-Depende, fiquei curioso para saber mais sobre o porque de você querer encontrar pessoas. - Começou a brincar um um molho de chaves que estava sobre a mesa. 

Como previsto, ele queria saber de udo, mas achei melhor não contar logo assim de cara, ele ia me achar louca, ou debochar de mim na certa. Mas caso conseguíssemos realmente encontrar as pessoas, sabendo que elas são mesmo de carne e osso, eu poderia contar a ele, pois teria provas concretas. 

-Vamos fazer assim, você encontra as pessoas e depois te conto tudo. - Sugeri. 
-Hum... Porque tanto mistério, é alguma coisa grave? - Ele largou o molho de chaves e me olhou. 
-É um tanto... pessoal, entende? - Falei sem jeito - Prometo, que se as pessoas existirem mesmo, conto tudo. 
-Existirem? 
-Ai Valter, você faz muitas perguntas! - Reclamei. 
-Sou um jornalista menina, o que queria? - Sorriu novamente - Aliás, você também é uma Jornalista, aposentada, mas ainda sim é, e hoje em dia não é tão complicado encontrar pessoas na internet. 
-Ai é que esta o problema meu caro, são pessoas que não estão na internet. 
-Todo mundo esta na internet hoje em dia e... 
-As pessoas já morreram Valter. - Ao ouvir isso ele se calou - Ou pelos menos duas delas já. 
-Morreram? Porque você quer encontrar alguém que já morreu? - Perguntou confuso. 
-Olha, se você for me ajudar, vai ter que ser sem perguntas, se não, não vai funcionar. 

Ficamos em silêncio por um instante, até que respirei fundo e continuei:
-Olha, eu só vim de te procurar porque essa não é uma pesquisa fácil, você tem experiência em investigações, em encontrar pessoas e no momento eu só posso dizer que isso é muito importante para mim. Mas se não quiser ou não puder eu vou... 
-Eu vou ajudar você. - Respondeu sério, me interrompendo. 
-Sem perguntas? - Reforcei. 
-Sem perguntas, mas estou confiando em você, não vá me meter em encrenca! - Apontou o dedo. 
-Não vou. - Sorri vitoriosa. 
-Então vamos lá, quem quer encontrar? 

Imediatamente peguei em sua mesa mesmo um pedaço de papel e uma caneta, escrevendo os nomes que queria achar:
-Lorenzo Ferraro, Cecília Ferraro e Lorenzo Ferraro Filho... Uma família. - Afirmou. 
-Isso mesmo, mas não é qualquer família. Lorenzo e Cecília se conheceram e se casaram no ano de 1930, mas Lorenzo foi assassinado a sangue frio 3 meses depois do casamento, porém, Cecília já estava grávida quando ele morreu e no ano seguinte nasceu o filho deles. - Expliquei por alto e ele começou a fazer anotações. 
-1930... - Repetiu - Isso já faz quase 90 anos. 
-Exato. Pensei de começarmos pelo fato do assassinato, se encontrarmos a notícia, encontramos alguma pista dessas pessoas. 
-Sabe em que cidade ocorreu? 
- Não. 
-O que você quer encontrar exatamente? Se você disse que o tal Lorenzo, que por acaso tem o mesmo nome do seu filho... Isso é uma coincidência? - Franzio o cenho. 
-Sem perguntas lembra? 
-Ta, mas voltando... Se o tal Lorenzo morreu e certamente a Cecília também se não ela já estaria passando dos 110 anos e o filho deles se estiver vivo, deve estar quase chegando nos 90, é com ele que quer falar? 
-Se possível sim, quero encontrar qualquer coisa Valter, um parente, algum indício de que toda essa história que lhe contei agora é verdade, que essas pessoas existiram de verdade. Eu tenho uma história, e se ela bater com a de alguma pessoa que a gente encontrar, já vou ter o que  preciso. Ja me dou por satisfeita se você encontrar um recorte de jornal que seja noticiando o assassinato de Lorenzo. 
-Não creio que tenhamos por aqui uma notícia tão antiga, apesar de guardarmos alguns jornais impressos antigos e importantes como você sabe, acho que 1930 esta meio distante do nosso alcance. 

Me recostei na cadeira um pouco derrotada depois de ouvir isso, realmente seria bem difícil encontrar alguma coisa:
-Mas nada é impossível certo? Se esse cara realmente existiu isso tudo realmente aconteceu, voamos encontrá-lo. - Tentou me animar - Mas preciso que me dê todas as informações que tiver e que puder, é claro, madame mistério. 

Sorri de sua boa vontade para comigo, então lhe dei mais os fatos de que Lorenzo era um aviador, que tudo provavelmente tinha se passado numa cidade pequena do interior de algum lugar, e tudo mais que eu achava que podia ajudar nas buscas. Também pedi sigilo absoluto sobre aquele assunto e ele me prometeu isso também. Ele prometeu procurar e me avisar se encontrasse qualquer mínima coisa, então voltei para casa com um fio de esperança dentro de mim, pois se Valter não pudesse me ajudar, ninguém podia. 

Assim que cheguei em casa Luan me ligou:
-Amorzinho! - Falou animado. 
-Oi anjo, como tá? - perguntei enquanto m acomodava no sofá. 
-Bem, e você? 
-Ótima, mas e aí, o que manda? - Penélope veio ao meu encontro e fiquei me perguntando mentalmente onde estavam os gêmeos. 
-Nada fora do normal, mas deixa eu te perguntar, como vamos fazer com o show amanha? - Perguntou natural. 
-Show amanha? - Não estava entendendo. 
-É Nic, o show ai em SP amanha, esqueceu? Tô te falando isso a semanas! - É, eu realmente tinha esquecido do grande show daquele sábado. 
-Ai desculpa, esqueci completamente. - me encolhi como se ele pudesse me ver. 
-Não acredito... Ainda bem que te lembrei disso hoje né? Mas e aí, vai ou não vai? 
-Claro que vou, aliás, Lorenzo e Henrique também. - Sorri.
-Ótimo, só queria te avisar que acho que não vai ter como eu passar em casa antes ta, tem algum problema em nos encontrarmos lá?
-Não... - Dei de ombros. 
-Ta bom, mando alguém buscar vocês e voltamos juntos, mas não vai dar pra ficar muito tempo...
-Sei, domingo te show em outro estado, sempre tem. - Brinquei e ele sorriu. 
-Isso mesmo. De qualquer forma, amanha te ligo de novo para relembrar, vai que cê esquece e não vem né. 
-Claro que vou, ta louco, sei que vai ser uma noite super importante. 
E assim, ficamos conversando sobre outras coisas, os gêmeos apareceram, falaram com seu pai, mas pelo tempo curto ele teve que desligar rápido. 

O resto do dia escorreu rapidamente e a noite, Ju passou lá em casa ainda com as roupas de trabalho:
-Oi amiga! - Chegou toda empolgada - Oi pequenos príncipes! - Os gêmeos pularam em cima dele fazendo festa. 
-Cadê o tio Vicente? - Lorenzo perguntou. 
-É, porque ele não veio? - Henrique completou. 
-Tio Vicente ainda esta trabalhando, mas amanha vocês vão ser ver lá no show do papai! - Ela bateu palmas animada - Cêis vão né? - Me olhou. 
-Nós e todo mundo. - Brinquei. 
-Isso ai, só se fala desse show meu bem e vim saber se esta tudo certo com a nossa entrada e quando digo nossa quero dizer minha e de Vicente, porque você é a gostosona, a primeira dama que anda sobre as águas, entra em qualquer lugar. -Eram impossível não rir daquela maluquinha. 
-Fique tranquila, provavelmente chegarei lá mais cedo, quando vocês chegarem me liga que eu peço para alguém colocar vocês para dentro. 
-Colocar para dentro, no melhor camarote, com muito champanhe e quero ir no camarim também ta? - Enumerou. 
-Você que manda. 
-É o mínimo que eu mereço, porque não vou poder pegar ninguém lá, já que agora sou uma moça comprometida a quase um ano, da pra acreditar nisso? - Riu de si mesma. 
-Não, mas como você mesma diz Vicente faz milagres. 
-E como faz, você nem imagina. - Se abanou com as mãos - Mas mudando radicalmente de assunto, fiquei sabendo que foi ao jornal hoje. 

As notícias correm, mas mesmo Ju sendo minha melhor amiga, não achei que fosse o momento de envolvê-la no assunto, aliás, ela não dava muita moral para toda essa história que nos envolvia:
-Fui ver vocês, mas você não estava então falei apenas com Valter. - Menti em partes. 
-Hum, me ligue antes quando for passar lá ai digo onde estou sua cabecinha de vento. - Fez careta. 
-Tudo bem, fica para jantar? - Mudei de assunto e ela pensou um pouco - Meninos, peçam para a tia Ju ficar para jantar! - Incentivei usando minha melhor arma. 
-Fica tia, fica! - Ele pediam. 
-Ta bom, ta bom, vocês venceram, eu fico. 

E assim ela ficou para jantar e nem preciso dizer que a diversão foi garantida, conversamos sobre tudo, demos muitas rizadas e ela brincou bastante com os gêmeos, depois me ajudou a colocá-los para dormir e só então se foi, reforçando que nos veríamos amanha no show. 

Depois de tudo isso, quando finalmente pude deitar em minha cama que estava um tanto vazia sem Luan naquela noite, fiquei pensando em tudo que estava acontecendo... Em como andava meu casamento, os meninos, essa história toda de procurar Cecília e Lorenzo e principalmente, na questão "Ter outro filho", isso era o que mais estava ocupando minha mente desde a conversa com Marcela. Era fato que eu queria muito ter outro filho, mas ao mesmo tempo o medo me dominava, e eu sentia que tinha que tomar logo a decisão. 

E foi com esses pensamentos todos misturados que peguei no sono. 

No dia seguinte foi corrido, afinal era o dia do show e eu não tinha preparado nada. Mesmo assim, correndo contra o tempo deu tudo certo, quando Luan mandou nos buscar estávamos prontos e nem preciso dizer que os gêmeos estavam radiantes por irem ao show do seu pai. 

Mas eu não fazia ideia do que aconteceria naquela noite, que seria bem longa... 

[Continua]

Atrasei mas postei! 

hahaha'

E aí, 

Valter topou ajudar Nic mesmo sem saber direito no que estava se metendo, 

mas será que juntos eles vão achar alguma coisa? 

E esse show que vai rolar em? 

A turma toda reunida, 

Luan, Nic, Ju, Vicente e as crianças, 

será que vai prestar?

kkkk' 

Outra coisa,

Nicolle ainda não decidiu de vai tentar ter outro filho... 

O que vocês acham? 

Deixa eu perguntar uma coisa rapidão:

ONDE ESTÃO MINHAS LEITORAS? 

Será que foram abduzidas? 

Ou não estão comentando porque a história ta ruim? 

Aguardando as respostas. 

É isso, 

Beijokas

Mayara

@Luansmyway